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Porto espera ‘cabotagem’ este ano

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Pedro Andrade
Repórter

Empresários potiguares poderão economizar entre 20% e 40% dos gastos relativos ao transporte de suas mercadorias que vão para outras regiões do país. A previsão leva em conta dados do estudo feito pela Agência Porto Consultoria, considerando a implantação de linhas de cabotagem no Porto de Natal. Segundo o diretor-presidente da Companhia Docas do Estado do Rio Grande do Norte (Codern), Pedro Terceiro de Melo, o “sistema” será implantado até o fim do ano. Para colocar em prática a cabotagem, que consiste no transporte de mercadorias entre portos nacionais, a Codern já dialoga com a empresa Log-In Logística Intermodal, para atuar como transportadora, chamada de armadora no meio marítimo.
O consultor Fabrizio Pierdomenico apresentou estudo e as possíveis vantagens da cabotagem
O sistema de transporte via cabotagem já é adotado em outros portos do Nordeste, como o de Suape, em Pernambuco, e o de Pecém, no Ceará, mas segundo Melo ainda é recente no país. O principal efeito às empresas é estimular a competitividade, já que diminuindo gastos com transporte há maior receita para investimentos. Apesar de ser apenas entre portos nacionais, a cabotagem também pode facilitar a exportação caso alguma mercadoria precise ir de um porto a outro antes de sair do país. A projeção do porto é que o trânsito de produtos no terminal aumente em 30%.

Produtos
#SAIBAMAIS#Consultor responsável pela apresentação do estudo, Fabrizio Pierdomenico afirma que foram identificados três produtos-âncora que compõem demanda suficiente para implantar e manter cabotagem em Natal: arroz, vindo da região Sul para o RN; produção potiguar têxtil e de frutas, levadas principalmente para o Sul e Sudeste. A expectativa da Codern é que essas três categorias acrescentem, de início, duas linhas mensais passando pelo porto. Mas, outras cargas como cerâmicas e pisos, camarão congelado e eletro-eletrônicos  podem adotar o sistema e ajudar a tornar a cabotagem perene no terminal natalense.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiern), Amaro Sales, lembra que há cerca de 20 anos o Porto de Natal funcionava com cabotagem, mas “talvez por descuido do governo, das empresas ou até da administração do porto não deu certo”. Ele afirma que a Federação, junto à Fecomércio e à Codern, fará acompanhamento. A avaliação da Codern considera que não havia fluxo de carga suficiente para manter a cabotagem.

O levantamento da Agência Porto, feito entre os dias 10 e 14 de março, ouviu de 20 a 30 empresas. A análise considerou tanto produtos que saem do RN, quanto os que chegam em larga escala. A cabotagem compensa se empregada em distâncias a partir de 1,5 mil quilômetros.

CABOTAGEM
O que é:
É a navegação para transporte de mercadorias entre portos de um mesmo país.

Quando será implantada em Natal:
A estimativa da Codern é até o final deste ano.

Produtos beneficiados:
Estudo divulgado ontem mostra projeções do fluxo de três produtos-âncora para a cabotagem no Porto de Natal, referentes aos anos 2014, 2015 e 2020. Veja abaixo:

ARROZ (Sul-RN)
Ano       volume*
2014     2.346
2015     2.458
2020     4.641

FRUTAS (RN-Sul)
Ano      volume
2014    2.911
2015    3.045
2020    3.813

TÊXTIL (RN-Sul)
Ano       volume
2014    1.095
2015    1.130
2020    1.339

*A unidade utilizada foram TEUs, conforme convenção internacional.  1 TEU equivale a um contêiner de 20 pés, que transporta até 21 mil quilogramas.

Fonte: Agência Porto Consultoria

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