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Potiguar dá passadas rápidas rumo a 2012

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OLIMPÍADAS - Diego Cavalcanti é apontado como um atleta com potencial olímpico

Há três anos atrás, na Escola Estadual Santos Dumont, em Parnamirim, o professor de Educação Física, Nilton Baraúnas, percebeu que o adolescente Diego Cavalcanti era bem mais rápido que os demais colegas e resolveu colocá-lo para praticar atletismo. Um ano depois, Diego, que estava com 15 anos, venceu um torneio no Caic de Lagoa Nova, despertando o interesse do então presidente da Federação Norte-rio-grandense de Atletismo, José Figueiredo, que conseguiu uma bolsa de estudos para a jovem promessa treinar em Natal.

Hoje, aos 17 anos, Diego Cavalcanti já coleciona troféus e medalhas e possui boas marcas, correndo nos 100 e 200 metros rasos. Ano passado, Diego competiu no Campeonato Brasileiro para menores (até 17 anos) e conseguiu a medalha de prata, nos 200m, e a de bronze, nos 100m. Já no Campeonato Brasileiro Escolar, o potiguar sagrou-se campeão em ambas categorias.

Com essas conquistas, Diego conseguiu índice para disputar sua primeira competição internacional, o Mundial de Atletismo para menores, em julho de 2007, na República Checa. Apesar do verão naquele período, ele não se adaptou bem ao frio, que estava em torno dos 16ºC, e acabou contraindo uma gripe, o que interferiu em seu desempenho na competição. Sua melhor colocação foi a 14ª posição, nos 200m.

Apesar da curta carreira como atleta, Diego já contabiliza cerca de 85 medalhas, sendo 60 de ouro, 5 de prata e 20 de bronze, em competições regionais e nacionais. Suas melhores marcas até hoje são 10 segundos e 60 centésimos, nos 100m, e 21 segundos e 74 centésimos, nos 200m. Esta última categoria é sua prova preferida. “Eu gosto de competir nas duas, mas nos 200 metros eu venho me apresentando melhor e conseguindo os melhores resultados”, disse.

Para os próximos dias, Diego Cavalcanti tem como meta disputar o Campeonato Brasileiro de Juvenis (até 19 anos), nos dias 21 e 22 de julho, no Rio de Janeiro, visando conseguir os índices para o Mundial de Atletismo, na Polônia. Para tal, ele precisa conseguir atingir os índices de 10’ e 45’’, nos 100m, e 21’ e 15’’, nos 200m.

Conseguir melhorar suas marcas não tem sido tarefa fácil. Diego acorda cedo, em Parnamirim, onde mora com a família, e vem de ônibus a Natal para o CDF, colégio que o ofertou a bolsa de estudos. No horário de almoço, volta para casa e, em seguida, retorna a capital para treinar no Caic de Lagoa Nova. São treinos diários de segunda-feira a sábado, das 15h30 às 18h30. Diego está cursando o 3º ano do ensino médio e revela que no tempo restante ele estuda para o vestibular. “Estou ainda em dúvida se vou prestar (o vestibular) para Educação Física ou Engenharia Civil”, afirmou.

Apesar da dúvida diante do vestibular, Diego está certo do seu grande sonho: conseguir índice para as Olimpíadas de 2012, em Londres. “Esse é o meu objetivo principal e é para isso que estamos trabalhando”. Ele afirma que pretende seguir os passos do curriasnovense Vicente Lenilson, medalha de prata nas Olimpíadas de Sydney, em 2000, mas revela que o seu grande ídolo no esporte é a também potiguar Magnólia Figueiredo.

“Magui (como se refere a Magnólia) é um exemplo para todos nós que estamos começando no atletismo. Não só por tudo que ela conquistou como atleta, mas também pela pessoa humilde e simpática que é, sempre me passando ensinamentos e incentivo, desde o meu começo. Agradeço muito a ela por tudo”, disse.

De acordo com o seu treinador, José Figueiredo, Diego tem reais condições de chegar as Olimpíadas de Londres. “Ele possui uma genética boa para o atletismo e aprende tudo muito rápido, conseguindo evoluir bastante tecnicamente. Além disso, apesar da pouca idade, amadureceu muito psicologicamente. Essas características são fundamentais num atleta vencedor”, afirmou Figueiredo.

Segundo Diego Cavalcanti, ele recebeu proposta do uma empresa de energia de Bragança Paulista, o Grupo Rede, para transferir-se para aquele município e seguir seus treinamentos, mas, para felicidade do Atletismo Potiguar, ele recusou. “Mesmo diante do pouco apoio financeiro e de outros dificuldades, me sinto bem em Natal e pretendo continuar meus treinamentos aqui”, afirmou. Recentemente, Diego conseguiu patrocínio do Grupo Empresarial Capuche, o que lhe proporcionou melhor estabilidade financeira.

Diego segue treinando com o apoio de seus pais, o balconista Charles da Silva e a dona de casa Rita de Cássia, além dos ensinamentos de José Figueiredo e Magnólia. Aos potiguares, fica a torcida para que esse jovem talento consiga passadas cada vez mais rápidas e longas, rumo a Londres, em 2012, seguindo o caminho de tantos outros atletas do Rio Grande do Norte que conseguiram representar nosso Estado em Olimpíadas.

Magnólia aposta no sucesso de Diego

Com a experiência de quem já esteve em quatro Olimpíadas e conquistou muitos títulos nacionais e internacionais nos 100m, 200m, 400m, 800m, 1.500m e revezamento 4 x 400m, Magnólia Figueiredo tem autonomia para falar sobre Atlestimo. Hoje, aos 44 anos, ela aponta Diego Cavalcanti como promessa nesse esporte, pois “trata-se de um velocista de muitas qualidades físicas, que tem mostrando uma evolução técnica muito grande”.

Além de Diego, ela destaca o norte-rio-grandense, natural de Curais Novos, Joabson Nascimento, de 20 anos. Joabson está se preparando para os Jogos Universitários Brasileiros (Jub’s), de 27 a 29 de julho, em Maceió, onde vai participar de três porvas: salto em distância, salto triplo e revezamento 4x100m, na categoria Sub-23. O atleta competirá pela Universidade Potiguar (UNP), onde faz o curso de Educação Física.

De acordo com a melhor velocista potiguar de todos os tempos, a delegação que representará o atletismo brasileiro nos jogos de Pequim deverá ir mais forte do que nas últimas Olimpíadas. Tudo isso resultado de um melhor planejamento e mais apoio por parte das Federações e Comitês. “O nível técnico vem crescendo bastante. Como prova disso, muitos atletas conseguiram seus índices antecipadamente. Acredito numa melhora dos nossos resultados, nessa Olimpíada”.

Segundo Magnólia, o único velocista potiguar que tem reais chances de se classificar para as Olimpíadas de Pequim será Vicente Lenilson, que tem chances de disputar os 100 e 200m, além do revezamento 4x100m, prova em que conquistou uma prata, em Sydney.

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