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Potiguar na decisao

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O sonho de toda criança que começa despertar para o mundo do futebol hoje no Brasil, mesmo escolhendo a posição de goleiro, é ter a oportunidade de ver de perto, conhecer, apertar a mão e conseguir um autógrafo de Neymar. Esse também era o desejo do garoto potiguar Jefferson Gabriel de Lima Sobrinho, selecionado pela Coca-Cola para ser um dos porta-bandeiras no jogo final da Copa do Mundo, que será realizado hoje no Maracanã. Mas não deu para ter o Brasil na final e o sonho de conhecer os grandes ídolos foi adiado, nem por isso a expectativa de participar dessa grande festa do futebol diminuiu.

Desde de que soube que iria ter esta grande oportunidade na vida, o garoto que faz parte do Projeto Goleiro e foi escolhido pelo treinador Paulo Jean para representar o grupo no Rio de Janeiro, passou a contar os segundos para ter pelo menos parte de um sonho realizado.
Jefferson (Alemão) é integrante do Projeto Goleiro que ganhou o direito de indicar um aluno
“O dia da viagem se aproximava e esse menino de tanta ansiedade chegou a adoecer. Ele apareceu com uma inflamação na garganta e ficou em estado febril do nada. Só pode ter sido provocado mesmo por essa ansiedade”, acredita a mãe Gisllayne Catherine de Cássia Lima.

Jefferson, que para os colegas do Projeto Goleiro é apenas Alemão, disse que na verdade não sabe sequer explicar o que está sentindo e se sente como se estivesse participando de uma espécie de “conto de fadas”, onde, é claro, ele faz o papel do príncipe encantado.

Sem palavras para definir a emoção

A felicidade de ser escolhido para participar da final da Copa do Mundo é tão grande que Jeffferson, com seu pouco tempo de vida, reconhece ser difícil encontrar uma palavra para definir o que sente neste momento.

“Não sei explicar o que estou sentindo. Estou muito feliz, mas não tenho palavras para definir o tipo de alegria que sinto neste momento. Esse sempre foi um sonho que considerava distante de ser realizado. Como espero ser um jogador profissional chego a sonhar fazendo defesas como Júlio César, mas, na verdade, nunca acreditei de que um dia poderia me ver numa final de Copa do Mundo assistindo a tudo de muito perto, participando da festa dentro de campo. Sei que vai acontecer, mas a ficha ainda não caiu direito. É confuso”, relata o garoto que tem 14 anos, mas sabe que viverá uma experiência que vai guardar pelo resto da vida.

A mãe Gisllayne também não se contém de felicidade, só lamentando o fato de o convite não ter sido estendido a um responsável, já que gostaria de estar ao lado do filho neste que certamente será um dos momentos mais marcantes da vida do garoto. “O convite poderia ser estendido a mãe ou a mais algum membro da família, mas ainda assim estou feliz. Não tem como não estar. Quando na minha vida eu poderia proporcionar um momento tão importante e tão maravilhoso para meu filho? Eu só tenho de agradecer muito a Deus, a Jean do Projeto Goleiro e ao pessoal da Coca-Cola por proporcionar um momento tão magnífico para vida de Jefferson e também toda minha família”, destacou.

O convite levou em consideração aspectos como a função social do projeto, bem como a história da criação do mesmo. Alemão se juntará a mais onze garotos de várias partes do Brasil. Os 12 carregadores de bandeira da Coca-Cola que estarão na final são jovens entre 12 e 17 anos.

“Nossas ações pretenderam levar a Copa do Mundo, inclusive, àqueles que não tinham ingressos. Através do nosso Youth Programme indicamos mais de 1200 jovens para participar do evento como carregadores de bandeira e gandulas. O Jefferson é um destes jovens e ele foi escolhido porque o esporte e a prática de exercícios fazem a diferença na vida dele. Todos os 12 carregadores das bandeiras de Alemanha e Argentina na grande final do Maracanã têm esse perfil. Estimular um estilo de vida mais ativo é uma das preocupações da Coca-Cola e um dos legados que a companhia pretende deixar ao país após a realização dos grandes eventos”, afirma Victor Bicca, diretor de Assuntos Governamentais, Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil para a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014.

Paulo Jean, responsável por realizar a escolha dentro dentro do grupo que participa do Projeto Goleiro, por sua vez, disse que a escolha obedeceu certos padrões e levou em consideração o fato de Alemão (Jefferson) ser um jovem esforçado, ter sido um dos primeiros matriculados no projeto e, além disso, a questão dele nunca ter faltado a um treinamento, bem como demonstrando dedicação naquilo que faz. Essa, por sinal,  era uma das características do goleiro Jean, que idealizou o projeto mas, que, por um golpe do destino, teve a vida ceifada aos 17 anos, vitimado por um acidente de trânsito, justamente após participar de uma partida de futebol com um grupo de amigos.

“Jefferson merece esse prêmio pelo o esforço que sempre demonstrou. É um garoto que se continuar se dedicando e não perder o foco tem tudo para ter uma vida como atleta de futebol. O principal ele já tem: a vontade de aprender e a determinação”, ressaltou Paulo Jean.

Realmente, segundo a mãe, Jefferson hoje é um outro garoto. Ele que até o meado do ano passado morava na casa da avó, em Parelhas, se mudou para Natal com pensamento de se dedicar e tentar a sorte no futebol. O local escolhido para dar os primeiros passos neste sentido foi o Projeto Goleiro.

“Jefferson quando morava no interior, apesar de ser menor de idade, vivia dando preocupação. Passava o dia todo praticamente socado no carro dela para cima e para baixo, subindo e descendo serras, em Parelhas. Desobediente, eu via a hora ser surpreendida por uma notícia ruim”, recorda a mãe.

Mas a partir do momento que pisou no Projeto e começou a treinar, o garoto modificou por completo o antigo comportamento. “Hoje esse garoto é um santo. Não sai de casa praticamente, vai ao colégio todos os dias e não falta também a um treino. Agora ele não me dá trabalho nenhum”, conta Gisllayne Lima.

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