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Potiguares criam bairro no Tropical Burn

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Ramon Ribeiro
Repórter

Faltam 40 dias para o início do Tropical Burn, a inédita edição brasileira do Burning Man – um dos maiores eventos de cultura alternativa do mundo. O projeto, definido pelos organizadores como experimento social (nunca como festival), vai acontecer na Praia de Baía Formosa, litoral sul do Rio Grande do Norte, entre os dias 20 e 24 de junho. Os preparativos para o grande dia estão à mil por hora, afinal a estrutura do evento é enorme.

Cenário de Baía Formosa recebe público em junho para festival cuja filosofia está na sustentabilidade e compartilhamento


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#SAIBAMAIS#A exemplo de como funciona o Burning Man, o Tropical Burn é estruturado como uma cidade temporária. E como toda cidade, ela está distribuída em bairros, no caso, camps, onde o público ficará alojado e participará de diferentes atividades. Assim como os bairros têm características próprias, os camps também têm. Dos vários camps do evento, apenas um é organizado por produtores do RN, o ATMA, focado em Redução de Danos, Arte e Música. Outros camps são focados em experiências com a natureza, artes plásticas, questões feministas, alimentares, eco-educativas, dentre outros. O ‘Mad Max’ vai oferecer uma experiência de trocas de energia entre homem e natureza, exponenciada por música e artes plásticas. ‘Feed the artists’ traz uma estrutura para preparo de alimentação para os participantes.  A ‘Aldeia Zen Camp’, como o nome diz, terá workshops de yoga e meditação.

O VIVER conversou com uma das organizadoras para conhecer melhor sobre o conceito do camp e como está o trabalho da equipe. Anna Rodrigues tem 26 anos, é gestora de políticas públicas pela UFRN, militante antiproibicionista e atuante em projetos de redução de danos em Natal desde 2013. Ela fala que a equipe está envolvida no projeto desde o final de 2017, mas que de 2018 pra cá as atividades aumentaram. “A produção tem sido muito rica. Como temos três eixos de atuação estamos vivenciando muitas trocas”, diz a produtora. Ela conta que hoje a equipe vai pela primeira vez à Baía Formosa fazer trabalho de campo e que no dia primeiro de junho é que de fato vão começar as bioconstruções.

Assim como a edição original, a edição brasileira vai primar por experimentos artísticos e criativos


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Dentro do Tropical Burn o ATMA se propõe a fornecer uma área de Cuidados e Redução de Danos e um lounge com informações sobre substâncias psicoativas. De forma complementar, oferece uma área onde ocorrerão sessões sonoras (chillout e experimental), atividades holísticas (yoga, meditações, sagrado feminino, biodança, respiração holotrópica), intervenções artísticas, além de rodas de conversa, workshops, exposição de arte e um refeitório para uso coletivo dos acampantes.

“As pessoas da equipe do ATMA têm experiência em desenvolver projetos em Natal, alguns já tocam e fazem arte na cidade, são da universidade. Muitos de nós já participaram de festivais de cultura alternativa, seja como espectador ou colaborador. Eu mesma já trabalhei no Universo Paralelo. Mas não gosto de comparar, porque o Burning Man é algo completamente diferente. Não é uma festa, é um experimento social em que participar é se doar”, comenta Anna. Ela conta que a maioria dos camps estão vindo do Sudeste e Centro-Oeste.

Redução de Danos

Anna explica que a área de redução de danos não é apenas destinada para pessoas que usam substâncias psicoativas (lícitas ou ilícitas). “Pessoas que estão experimentando autoexpressão radical também podem precisar de cuidados, porque elas podem desenvolver estados não ordinários de consciência, o que podem desencadear lembranças de traumas ou não”, esclarece.

Tropical Burn é estruturado como uma cidade temporária. No caso, distribuída em bairros, chamados de camps


Tropical Burn é estruturado como uma cidade temporária. No caso, distribuída em bairros, chamados de camps

Como participar
Para participar do Tropical Burn é preciso adquirir o ingresso pelo site. Mas antes é preciso escolher o camp com o qual você mais se identifica ou tem a contribuir. Você entra em contato com os organizadores e se integra a equipe. Lá dentro do evento não existe expectador.  É tudo criado e desenvolvido em coletivo e em acordo com os 10 princípios do Burning Man.

Como a estrutura é a de uma cidade temporária, os gastos não são pequenos. E além da estrutura tem os gastos com as enormes obras de arte, uma marca do Burning Man. Logo todos esses custos são embutidos no valor do ingresso. Os preços variam dependendo do seu tipo de participação, indo de R$ 250 até R$ 800. Além do ingresso, há também uma espécie de rateio entre os participantes dos camps, justamente para ajudar os organizadores a atender às suas missões.

saiba mais: 
O Burning Man foi criado em Baker Beach, San Francisco (EUA), em 1986. Mas somente em 1990 mudou-se para o deserto de Black Rock, em Nevada. Desde então não parou de crescer. A última edição dos EUA contou com a participação de mais de 70 mil pessoas. Diferente de outros eventos, no Burning Man não há espectadores. Todos são co-criadores e participam tivamente
como voluntários durante todo o evento. O regional Tropical Burn terá o mesmo modelo: da construção de campingstemáticos à segurança, das artes à alimentação, tudo será de responsabilidade de todos. Para mais informações sobre o Tropical Burn  acesse o site: www.tropicalburn.org.
Atualizada em 11.05.2019, às 10h

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