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Potiguares na trilha de Silvio Santos

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Michelle Ferret
Repórter

Topa Tudo por Dinheiro, Porta da Esperança, Qual é a Música? Esses são alguns dos programas comandados por Sílvio Santos  que atravessaram o século XX e permanecem no imaginário dos brasileiros até os dias de hoje. Da TV para os palcos, o musical “Sílvio Santos Vem Aí”, estreou na última quinta-feira, em São Paulo, com assinatura musical dos potiguares Marco França e Fernando Suassuna, além do desenho de som de Eduardo Pinheiro.

Musical sobre a trajetória do apresentador Silvio Santos faz recorte de sua vida desde os anos 40 até 90, e leva ao palco personagens icônicos que animaram os programas do apresentador

O espetáculo conta com direção de Fernanda Chamma e texto de Marília Toledo e Emílio Boechat. A história é um recorte desde os anos 40 até os anos 90 e começa quando seu pai perde todo o comércio da família, em um jogo, e ele precisa ir para as ruas ser camelô no Rio de Janeiro ainda no início da década de 1940, aos 14 anos de idade. Com a voz potente e brincando durante as vendas, ele recebe um cartão do próprio fiscal da prefeitura, que impressionado com sua voz e sua forma de lidar com o público, entrega um cartão para inscrição no concurso de locutores na Rádio Guanabara. Entre os 300 candidatos, concorrendo com pessoas como Chico Anysio, ele ganha em primeiro lugar e se torna o apresentador mais popular do Brasil.

A passagem de tempo, até os anos 90, é referenciada com música e movimentos, que foram grandes desafios para Marco França e criados em dois meses.

“O tempo de criação foi de dois meses, desde 13 de janeiro até 13 de março que foi a estréia. Muita coisa aconteceu antes, desde a escolha das músicas que fazem parte do repertório do cotidiano do Sílvio, até o processo criativo que aconteceu nas salas de ensaio”, contou Marco França ao VIVER. As músicas foram compostas diante das necessidades de cada cena e algumas tiveram necessidade de letras, com composições mais completas e teve a colaboração do músico Fernando Suassuna. “São em torno de 60 músicas, tem algumas vinhetas, muitas são citações dentro de uma copilação de músicas e o desafio foi encaixar todas as canções com a história, com a passagem de tempo”, disse.

O convite para Marco França participar surgiu no lançamento do evento da Paris Cultural, em São Paulo. “A diretora que é roteirista, tinha o desejo de fazer um musical sobre a vida de Sílvio Santos. E sou amigo dela há alguns poucos anos, desde que estou em São Paulo. Eles já tinham comprado os direitos da biografia dele, uma que ele gosta. No dia do evento, ela que já conhecia meu trabalho desde os Clowns, surgiu o convite. Eu nunca tinha feito um projeto com essa característica, que envolve mais gente, é diferente de tudo o que já fiz. Mas aceitei na hora”, lembra.

Depois de reuniões e  intervenções pontuais de França, surgiu a necessidade de composições para a transição de tempo, entre Sílvio jovem e ele adulto, quando veio de imediato e ideia de convidar o Fernando Suassuna, outro potiguar, que entrou ativamente para o time. “Como foi minha primeira experiência nesse porte e conhecendo bem a cena de dentro, por ser ator, me veio   a necessidade de compor algumas musicas que ajudassem a contar a narrativa.  Um exemplo foi contar que o Silvio entrou para o exército e foi para um grupo de paraquedistas, era uma transição de tempo, entre Silvio jovem e ele adulto. E aí surgiram necessidades de composições, e fui tendo algumas ideias e precisava dialogar com esse universo, veio de imediato e o Fernando Suassuna em mente, que é um parceiro de longa data e grande compositor”, conta.


Síntese da vida de Sílvio
Um dos pontos importantes no trabalho de construção das cenas com a música, é o poder de síntese. “Nesse trabalho a síntese de cenas curtas que contam uma história de forma poética é fundamental. Para essa construção, Fernando Suassuna acertou em cheio”, lembra.

Figuras como Gugu Liberato, Hebe, Elke Maravilha, Wagner Montes, Bozo, Pedro de Lara desfilam no palco ao som de uma trilha composta por 50 músicas que marcaram essas décadas

Uma das músicas que Marco lembra foi a do momento em que Gugu Liberato substitui Sílvio Santos em decorrência de uma cirurgia.  “A história toda começa dentro de um momento em que ele vai fazer a cirurgia e se ausenta por quatro semanas com suspeita do câncer de garganta e no espetáculo acontece como um delírio da anestesia. Quando ele encontra com o Gugu apresentando os programas dele e as músicas entram contam como um delírio. Só nesse momento é uma compilação de sete músicas; abertura do Viva Noite, o Pintinho Amarelinho,entre outras”.

O processo em parceria aconteceu entre Natal e São Paulo, quando Marco enviava as ideias para Fernando a tarde e a noite já tinham um desenho da música. 

Marco França, ex- Clowns de Shakespeare, assina a direção musical

Eduardo Pinheiro, também entrou para o time do espetáculo a convite de Marco França, parceiro de quase 30 anos. “O espaço do espetáculo é  alternativo de uso variado no anexo do Teatro Santander, no Espaço J.K, e eu precisava de alguém que pudesse confiar. Convidei Eduardo, ele veio fez uma visita técnica, depois veio de novo na montagem da estrutura. Tudo é montado e desmontado toda semana e ele quem definiu alinhamento de caixa de som, preparou tudo para receber o elenco para os ensaios e para a estreia. Foi um período intenso”, conta.

Com personagens icônicos como Gugu Liberato, Hebe, Elke Maravilha, Wagner Montes, Bozo, Pedro de Lara entre outros, e músicas que marcaram essas décadas e animaram os programas de auditório, o espetáculo estreou na última quinta-feira com duas sessões e parou devido aos procedimentos diante a pandemia do Coronavírus. O retorno está marcado para 4 de abril.

“Todos os teatros, cinemas estarão fechandos durante 30 dias. É muito delicada essa situação, é muito triste tudo. Precisamos aguardar o que vai acontecer. E não sabemos o que vai acontecer daqui pra frente. Existe um desejo de circulação, mas primeiro precisamos cumprir a temporada aqui”, finaliza.

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