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Pouca informação e muitos atrasos

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Rafael Barbosa – repórter

Pegar ônibus lotado e aguardar por muito tempo o transporte nos pontos de parada é rotina na vida dos usuários do sistema de transporte coletivo de Natal. Basta ouvir os relatos de quem usa o sistema e chega a esperar até 40 minutos por um ônibus para constatar os problemas. “Hoje (ontem) está como nunca”, reclamou a estudante Jane Lúcia, de 35 anos de idade. Ela esperava pelo veículo que faz a linha 77 – Parque dos Coqueiros -, na parada do Shopping Midway Mall. Eram 11h40 e Jane já estava na parada havia 40 minutos.
Superlotação e atrasos constantes estão entre as maiores reclamações que chegam à Semob
#SAIBAMAIS#Nos pontos de ônibus, os horários das linhas que circulam de Norte a sul, de leste a oeste da capital são uma incógnita. “Ouvi falarem que de 10h e pouco passou um, e até agora nada”, relatou a estudante. Enquanto a estudante conversava com a reportagem da TRIBUNA DO NORTE, dois carros da linha 77 apontaram no semáforo do cruzamento entre as avenidas Bernardo Vieira e Salgado Filho. “Vou correr, senão passam direto”, exclamou a estudante.

O problema vivido por ela tem uma causa conhecida, mas ainda não resolvida, apesar das infrações que penalizam o setor: os constantes atrasos no cumprimento dos horários das linhas que cortam a cidade provocam grandes esperas para os usuários do transporte público, que precisam se desdobrar se quiserem manter a pontualidade em seus compromissos. O descumprimento dos horários e a superlotação dos veículos são hoje as maiores reclamações entre as pessoas que precisam do serviço, e isso reflete nas autuações realizadas pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob).

De acordo com o setor de fiscalização da pasta, o maior motivo das multas é o “não cumprimento da especificação de Ordem de Serviço/Carta de Tempo”. Incluem-se os atrasos e a falta de reposição de carros, quando estes quebram, nesta infração. Entre 1º de janeiro deste ano e a manhã de ontem, 2.819 multas haviam sido aplicadas por esse motivo. O número aumentou 458,6% desde o dia 18 maio, quando a Semob já contabilizava 428 multas. Nesse mesmo período a tarifa de transporte voltou a R$ 2,20, depois que a Prefeitura desistiu do aumento de R$ 0,20.

A reportagem percorreu alguns bairros da cidade e conversou com usuários, motoristas, cobradores e fiscais da Semob. Todos confirmam a deficiência nos cumprimentos dos horários. Os funcionários das empresas prestadoras do serviço e os fiscais afirmaram, inclusive, que boa parte desses transtornos é gerada pela redução da frota de ônibus. “Isso começou a acontecer desde que a passagem voltou ao valor de R$ 2,20”, corroborou Madson Lima, fiscal da Secretaria. O servidor contou que diariamente registra atrasos. “Eu trabalho em diferentes pontos da cidade e isso é comum em todos”, disse Lima.

A titular da Semob, Elequicina dos Santos, informou que a pasta fiscaliza esta prática há quinze dias e aplica multas. “Oficiamos na semana passada as empresas informando que elas não podem diminuir a quantidade de ônibus nas ruas”, garantiu. O Sindicato  das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município do Natal (Seturn) nega a prática. Através da assessoria de imprensa, o Seturn afirmou, inclusive, que não tem conhecimento desse ofício.

A redução da frota não é o único motivo dos atrasos. Os motoristas também reclamam dos gargalos urbanos da capital e da má conservação das vias. Um desses funcionários, que não quis se identificar, revelou que chega a levar 2h40 para realizar todo o percurso da linha 79, que vai do Parque das Dunas, na zona Norte, até Mirassol, zona Sul.

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