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Pra lá de balalaika

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Alex Medeiros

Hoje a gente posta um poema no Facebook e em minutos se alcança uma leitura de centenas de leitores. Há quem multiplique isso em escala nacional e mundial, cumprindo a profecia de Marshall McLuhan da aldeia global e confirmando a previsão de Andy Warhol dos quinze minutos de fama que todos têm direito neste futuro internético em que vivemos. Mas no tempo dos meus vinte anos de boy – that’s over, baby – o máximo que tínhamos era a xerox.
Na virada dos anos 70 para os 80, a minha geração de poesia achou um “eldorado” na Copiadora Central, situada na rua Princesa Isabel, a poucos metros do meu primeiro emprego, a Farmácia Bom Preço, onde trabalhei de 1977 a 1980. Ali, experimentamos uma nova era pós-mimeógrafo, imprimindo poemas em quantidade para distribuição em atos públicos, nas passeatas do dia 14 de março e também nas loucas noitadas do Festiva de Artes do Forte.
Foi em 1982 que escrevi os versos “Pra lá de Balalaika”, datilografados numa máquina da Adurn, a entidade dos professores da UFRN que eu frequentava junto com Venâncio Pinheiro quando ele prestava serviços gráficos. Eu estava com 22 anos, tinha acabado de ganhar um livro do russo Maiakovski e passado a usar um sapato amarelo em alusão à blusa amarela que ele citava num poema. Ao reencontrar o velho texto, juro que tentei lembrar o contexto em que escrevi, mas não me vem nada agora. Há um fosso de esquecimento.

Se fosse fácil
um fundo fosso
no fundo, o fosso
ferveria um facho
e o facho fácil
faria fogo
no fosso fundo
se fosse fácil
fazer o fogo
só faz no facho
se for o fosso
no fundo fácil
fazer faísca
no fino fósforo
fervendo o fóssil
que forma o facho.

No fundo é fácil
ferver o fóssil
se for do fósforo
o fogo do facho
é só fazer
um fundo fosso
formar um facho
na forma de fóssil
e do fino fósforo
fazer um fogo
no fundo fosso
se fosse fácil

No fundo é fogo
formar um facho
em forma de fóssil
sem ficar falso
faria faísca
no fino fósforo
o fundo fosso
faria fogo
fervendo o facho
se fosse fácil

E faça fogo
fazendo fácil
um fundo fosso
que ferve um facho
no fundo a forma
que faz a fôrma
de fazer fogo
na fonte eu faço
e se fosse fácil
ó flor do lácio?

Olho chinês
A chinesa Huawei terá seu ponto de apoio em Natal na UFRN, através de uma parceria com a Metrópole Digital para capacitação online de certificação em redes e inteligência artificial. Sempre achei artificial a inteligência universitária.

Segurança
O ex-delegado da Polícia Civil, Sergio Leocádio, hoje empresário de segurança privada, está com um novo vídeo expondo sua trajetória e se colocando pré-candidato a prefeito de Natal. No material, a figura do saudoso Maurílio Pinto.

Porto invisível
Um mapa demonstrando os caminhos da cabotagem no Brasil, amplamente divulgado, está chamando a atenção de observadores potiguares. Não há referência do Porto de Natal, o que pode ser o motivo que atrai os traficantes.

Vacina lusa
A jovem portuguesa Dalinda Eusébio, com mestrado em Ciências Biomédicas, está liderando uma pesquisa na Universidade da Beira Interior para a criação de uma vacina com poder de prevenção e imunização do coronavírus.

Protesto
País em que poucos leem é assim. Até agora apenas 243 mil pessoas assinaram uma petição online endereçada ao Governo Federal e Congresso contra a tributação de livros, ensaiada na reforma tributária de Paulo Guedes.

Fotonovelas
Ainda sobre o assunto de recente artigo da coluna, a fotonovela italiana está de volta às bancas do país de Sophia Loren, ela mesma uma revelação do setor. A revista Sogno, sucesso entre 1947 e anos 80, voltou a circular desde julho.

Superman
O canal americano CW, criado na parceria CBS e Warner, está prometendo para janeiro de 2021 a série que havia planejado para janeiro passado. Vem aí Superman & Lois com Tyler Hoechlin e Elizabeth Tulloch, da série Supergirl.

Para sempre
Depois da angustiante reação do Paris Saint-Germain contra a zebra da Atalanta, o milionário dono do clube francês ficou eufórico em Lisboa e disse à imprensa: “Neymar e MBappé têm largo futuro, jamais irão embora do PSG”.



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