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Pragmático ou ousado?

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MISTÉRIO - Juninho Pernambucano poderia jogar na partida de hoje, mas Parreira deve usar mesmo Adriano

Bergisch Gladbach (AE) – O técnico Carlos Alberto Parreira gostou e resolveu seguir o estilo: o time titular do Brasil para o jogo contra Gana, hoje, só será divulgado no prazo máximo estabelecido pela Fifa – ou seja, uma hora antes da partida. Mas o mistério é só para a imprensa e para o adversário. Aparentemente, a única dúvida está entre Emerson ou Gilberto Silva na marcação no meio-campo.

“O time saberá à noite após o vídeo sobre Gana que vamos exibir à noite. Não é mistério, é apenas um direito do treinador”, disse o técnico, na entrevista coletiva. Pela forma como conduziu as respostas em torno desta dúvida, Parreira deu a entender que o time deve ser o mesmo dos dois primeiros jogos na Copa, reforçando o discurso de que tem que manter o esquema. “Na Copa do Mundo tem que ter uma base. Contra o Japão, mudaram os nomes mas não a estrutura”.

Seguindo esta linha de raciocínio, o técnico da seleção deve manter o esquema 4-4-2 com o “quadrado mágico” ofensivo – Kaká, Ronaldinho, Ronaldo e Adriano -, apesar dos constantes pedidos para a entrada do meia Juninho Pernambucano no time. Mas isso tem chances mínimas de acontecer, já que com sua presença o esquema teria que mudar, pois o jogador do Lyon tem um estilo mais ofensivo e, segundo o próprio técnico já disse, ele é reserva de Kaká.

A única lamentação de Parreira foi a contusão do atacante Robinho (o que força a manutenção de Adriano no ataque). “Ele (Robinho) dá uma alternativa muito boa para o treinador e está em grande fase. Menos mal que estará à disposição à partir do próximo jogo.”

Quanto ao jogo contra Gana, nesta terça, o discurso do técnico brasileiro é no tom de calma. Devido à expectativa em cima de sua equipe (garantir uma vitória com um largo placar por ser um adversário teoricamente mais fraco) e em cima da violência do adversário (Gana é o time que mais fez faltas da Copa). “Jogar as oitavas-de-final tem sempre o fantasma da desclassificação, por isso tem que ter a cabeça no lugar. Vai ser um jogo perigoso de risco.”

O temor do técnico se deve também ao estilo de jogo dos ganenses “É um time com jogo de cintura, velocidade e agressividade, coisa que não enfrentamos até agora. Se não tivermos determinação e vontade, eles atropelam.”

Treinador se irritou com o “Fantástico”

O técnico Carlos Alberto Parreira deixou bem claro ontem que está bastante irritado com a TV Globo por causa de uma matéria veiculada no programa Fantástico, no último domingo, onde a emissora tentou realizar uma leitura labial de suas palavras durante o jogo do Brasil contra o Japão.

Foram utilizados vários momentos da partida e o ponto principal é uma conversa com o coordenador-técnico Zagallo, em que elogiou um jogador e disse na seqüência que “seria difícil tirar Emerson do time”. O jogador elogiado seria o volante Gilberto Silva, que o substituiu naquela partida. “Cada um é diferente no que faz”, disse o técnico nesta segunda.

“Achava que isso estivesse superado no futebol brasileiro.  Aconteceu em 1994, tentaram definir o que o Müller falou para mim, não foi nada daquilo que colocaram. Eu fiquei muito triste, desapontado. Acho que invadiram minha privacidade”, afirmou Parreira. O técnico  não gostou de ter que responder perguntas geradas pela reportagem. Ele tratou de encerrar logo o assunto. O fato que ele comenta em sua declaração é que durante a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, uma câmera de TV pegou ele e Müller conversando na saída do campo. Na reportagem, a emissora entendia que o então atacante estava pedindo um lugar no time. Parreira sempre negou o fato.

Juninho usa lições de Moura

A vida costuma mesmo reservar muitas surpresas para quem procurar fazer o bem as pessoas. Que o diga o gerente de futebol do América, Carlos Moura, apontado por Juninho Pernambucano como o mestre que lhe ensinou a bater tão bem na bola. Essa não deixa de ser uma das grandes coincidências que só o esporte é capaz de proporcionar e um caso de admiração mutua existente entre os dois amigos que configura muito bem a expressão: ídolo do ídolo. “Grande Moura!”, a exclamação feita por Pedro Bial no Fantastico, serviu como reconhecimento tardio, mas muito merecido da imprensa nacional ao eterno craque de América, Sport…

“Me sinto lisogeado por saber da consideração que Juninho tem por mim. Isso serve como lição para todos os jogadores, que cheguem onde chegar, nunca devem perder a humildade nem se esquecer das lições aprendidas no início da carreira”, afimou Moura, que alia o cargo de gerente de futebo, americano com a de técnico da sua escolhinha de formação de atleta, a Moura Sports. O ex-camisa dez do América ressalta que não deixou de ficar supreso com a revelação.

As lições que Juninho fez questão de arquivar na memória tiveram início em 1992, quando Moura despontava para o cenário nacional como artilheiro do Sport Recife e Juninho apenas iniciava na tentaiva de se transformar num profissional de futebol. “Lembro que minha fase era muito boa no Sport e que costumava treinar muita cobranças de falta, após os trabalhos normais. Tímido Juninho costumava me observar de longe e eu sempre chamava aquele garoto para treinar comigo. Com o tempo, ele foi se desinibindo e criamos uma boa amizade”, recorda Moura.

Junto com as orientações para bater na bola, Moura deve ter comnseguido passar ao “seguidor” uma extraordinária dose de humildade também. “Juninho sempre foi um atleta de muita qualidade. De minha parte passei apenas a experiencia que havia acumulado e dava orientações do modo como deveria se correr para bater na bola, as técnicas para tirar a bola do goleiro e da barreira. O resto ele desenvolveu por conta própria, pois desde que chegou ao Sport demonstrou muita técnica”, frisou o “mestre”. A experiência no futebol deumuma visão bem ampla a Carlos Moura, ele costuma dizer para os alunos da sua escolinha que neste esporte, tudo depedne da técnica individual. Não adinta ficar persistindo com os treinamentos se falta talento ao atleta. A última vez que viu o amigo famoso, foi em 1997, quando o Vasco enfrentou o América em Natal.

Robinho é dúvida até em possível 3ª fase

Os exames feitos ontem em Colônia tranqüilizaram Robinho e mantiveram vivo seu sonho de ainda terminar a Copa como titular da seleção. O atacante, no entanto, ficará fora da partida desta terça, contra Gana, e dificilmente terá condições de atuar no sábado, pelas quartas-de-final da competição – se o time, claro, derrotar os africanos.

“Fiquei com medo, porque não conheço nada de medicina e vi o músculo esticado”, disse o jogador, referindo-se ao momento em que se contundiu, durante treino no sábado. “Depois, conversando com o doutor, fiquei mais tranqüilo, porque ele disse que era algo normal e que eu ficaria bem.” Robinho, que nunca havia se machucado desde o início da carreira profissional, estava bem menos abatido do que nos últimos dias.

Mostrou-se conformado. E satisfeito com as declarações de José Luiz Runco, chefe do departamento médico da seleção. “Não dá para garantir, mas a idéia é prepará-lo para jogar sábado, estou confiante”, disse Runco.

O exame de ressonância magnética feito no Hospital Estadual de Colônia apontou leve edema muscular na coxa direita do atleta, problema bem mais simples do que, por exemplo, um estiramento. Como faltam menos de duas semanas para o fim do Mundial, qualquer lesão um pouco mais séria o tiraria de vez do torneio. De acordo com o médico, o tempo de recuperação gira em torno de cinco dias. O objetivo é recolocá-lo em campo na quarta-feira.

Robinho não viajou com a delegação para Dortmund, local do confronto com Gana, para evitar desgaste. Ficou em Bergisch Gladbach fazendo tratamento fisioterápico. Não sente mais dores na coxa e caminha normalmente.

Carlos Alberto Parreira lamentou a fatalidade e disse que a perda do ex-santista é importante desfalque. Embora não tenha tornado a decisão pública, o treinador já havia optado por ele como titular. Iria colocá-lo ao lado de Ronaldo. E Adriano ficaria no banco. “É uma pena o que houve, o Robinho estava na melhor fase, muito animado”, afirmou Parreira.

Ronaldinho tem tristes lembranças

Dortmund (AE) – Enfrentar Gana é novidade para Ronaldinho Gaúcho. Mas jogar contra time da África não é. Os africanos, aliás, foram responsáveis pelo pior momento da carreira do craque. Poucos lembram, mas o jogador do Barcelona não esquece aquele 23 de setembro de 2000. Data em que o Brasil foi eliminado dos Jogos Olímpicos de Sydney por Camarões.

Dirigido por Vanderlei Luxemburgo, o time sul-americano iniciou a competição como franco favorito. Havia sido campeão do Pré-Olímpico com folga e algumas goleadas – como a de 8 a 0 sobre a Colômbia. E tinha no elenco atletas de alto nível. Entre eles, os destaques eram Alex, ex-Palmeiras e hoje na Turquia, e Ronaldinho. Mas a participação foi um fracasso, que resultou na saída de Luxemburgo.

Na época, comentava-se que a carreira de Alex e Ronaldinho ficaria marcada por aquela derrota histórica. Passados alguns anos, o jogador gaúcho virou ídolo na Europa, tornou-se astro internacional e ganhou por duas vezes o prêmio de melhor do mundo. Hoje, ninguém lembra que ele estava em campo na tragédia contra Camarões, há seis anos, na Austrália.

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