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Praticantes do Aeromodelismo reclamam da falta de pista

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AEROMODELISMO - Apaixonados pelo aeromodelismo se reúnem periodicamente para praticar a modalidade e difundir o esporte com as novas gerações

Um esporte que está crescendo  cada vez mais pelo Brasil e há quarenta anos movimenta praticantes fiéis em Natal, o Aeromodelismo, está com a sua atividade ameaçada. Isso devido a uma suspensão do contrato de locação da única pista  da cidade, na margem da avenida Engenheiro Roberto Freire, em frente ao supermercado Extra, o que impossibilita o uso da área.

De acordo com um dos representantes do conselho deliberativo da União Norte-rio-grandense de Aeromodelismo (UNA), José  Azevedo, desde a década de 1970, o aeromodelismo é praticado na pista da Estrada de Ponta Negra, onde funcionou a sede da entidade. A área é de responsabilidade da União, cabendo ao Exército de Natal, por meio da 7ª Brigada de Infantaria Motorizada, a responsabilidade de administrá-la. 

Como única alternativa para praticar o esporte, os associados da UNA pagavam aluguel mensalmente, há 12 anos, com assinatura de contrato que precisava ser renovado de três em três meses. Porém, quando chegou o momento da última renovação com o Exército, veio surpresa. “Eles alegaram que precisariam ser revistas algumas normas de segurança, mas o problema é que sempre atendemos às normas, tanto que em 40 anos de funcionamento, não houve registro de um acidente sequer”, afirmou Azevedo.

José Azevedo explica que a UNA conta hoje 65 associados e para se tornar um piloto de aeromodelismo é preciso passar por um curso teórico e prático de pilotagem, sob supervisão de instrutores, para então receber um  brevê, que funciona como uma carteira de habilitação de vôo. Depois, é preciso fazer um seguro mensal para a cobertura de acidentes, por meio da Confederação Brasileira de Aeromodelismo.

José Azevedo lamenta que além da suspensão da prática esportiva, que já dura quase um mês, outras pessoas estão sendo prejudicadas, como crianças de escolas públicas que visitam a pista, onde são desenvolvidas atividades lúdicas. “Principalmente na época do natal, nós levamos as crianças para acompanhar o vôo das aeronaves e ganhar presentes, mas  esse ano não sei como será”, lamenta. Azevedo lembra também que estudantes do curso de engenharia mecânica da UFRN que desenvolvem projetos na pista, estão sendo prejudicados.

Praticantes como o campeão brasileiro de helimodelismo (que  utiliza helicóptero) Marcelo Rosado, e Pedro Azevedo, que com apenas 15 anos desponta como revelação potiguar no esporte, conquistando etapas em Assu e Currais Novos, são alguns dos prejudicados com o impasse, sem ter ao menos um local para treino.

De acordo com José Azevedo, um dos fatores que resultaram na suspensão do contrato de locação, junto ao exército, pode ser a parceria entre a 7ª Brigada de Infantaria Motorizada e a Secretaria Municipal de Turismo para a realização do Festival do Camarão, entre os dias 12 e 22 de novembro, justamente na área onde se localiza a pista.

“Não somos contra a realização de nenhum tipo de evento no local e não estamos nos opondo a ninguém. O que queremos é a atenção da prefeitura para que possamos chegar a uma solução para a gente. Não podemos simplesmente parar a prática de aeromodelismo em Natal por falta de um espaço”, reclama Azevedo. Segundo ele, caso seja inviável o retorno do aeromodelismo para aquela pista, a solução poderia ser a criação de uma pista no Parque da Cidade, “onde existem algumas áreas apropriadas para a prática do esporte”, analisa.

A equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou contato com o setor de comunicação do 7ª Brigada, na tarde de sexta-feira, mas foi informada que não havia ninguém naquele setor. José Azevedo afirmou que está marcada uma reunião com o representantes do Exército, quinta-feria, para tentar se chegar a uma solução.

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