Mesmo com águas baixando a criançada faz, ainda, malabarismo para atravessar algumas ruas de Natal, como na rua Terezinha Campelo com a rua João Mangabeira, no loteamento Câmara Cascudo, na zona Norte, alagada com as chuvas que caíram desde junho na cidade. A brincadeira de criança sobre a poça de água acumulada no leito de areia da rua Terezinha, pode estar com os dias contados, pois a prefeitura indica que a comunidade deverá ser uma das beneficiadas com obras de pavimentação e drenagem na zona Norte de Natal.
Para tanto, a Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestruura (Semopi) já requereu licença ambiental de instalação para a execução dos serviços de pavimentação e drenagem em seis loteamentos: Parque dos Coqueiros, Nova República, Vila Paraíso, José Sarney, Câmara Cascudo e Santa Cecília, além da rua São Bráulio, no Planalto, bairro da Zona Sul.
O secretário da Semopi, Tomaz Pereira de Araújo Neto, estava a caminho da Festa de Santana em Caicó e Currais Novos, na tarde de ontem, mas informou, por telefone, que “os recursos para complementação das obras de pavimentação e drenagem do bairro de Nossa Senhora da Apresentação e Lagoa Azul são cerca de R$ 136 milhões”, previstos no Programação de Aceleração do Crescimento (PAC-2) do governo federal, que fazem parte do orçamento do Ministério das Cidades.
Moradores do loteamento Câmara Cascudo receberam com ceticismo a notícia de que a comunidade vai passar por obras de drenagem e pavimentação. “Toda campanha eleitoral passam aqui, mas até hoje não saiu nada”, diz Fábio Rocha, 33 anos, que mora no loteamento desde que começou a sua expansão, há 17 anos.
Rocha disse que morava em Lagoa Seca e mudou pra lá com a mãe e outros irmãos, para abrir um comércio de material de construção, tão logo deixou o Exército. “Aqui a gente tentava comprar umas casas e ninguém vendia, mas hoje querem vender e não encontram quem compre”, disse ele, devido a desvalorização dos imóveis por conta dos alagamentos.
Na rua dos Lírios, no Loteamento José Sarney, a reclamação da dona de casa Maria Jucileide de Lima, é por conta da obra inacabada de drenagem, pois na gestão anterior já havia uma tubulação, mas que deixaram a céu aberto depois da retomada das obras: “Aqui quando chove vai enterrando tudo”.
