Se existe crise no futebol mundial, essa não atinge a Europa. A Uefa anunciou que a premiação total da Liga dos Campeões 2006/2007 vai alcançar cerca de 437 milhões de euros (cerca de R$ 1,2 bilhão), que serão divididos proporcionalmente entre os 32 participantes da fase de grupos, de acordo com a evolução de cada um na competição e com outros critérios, como o valor de exposição da equipe na TV.
Dessa forma, a cota inicial do Arsenal, atual vice-campeão, é de 35 milhões de euros (R$ 99 milhões), superior à do campeão Barcelona, que receberá 31,6 milhões de euros (R$ 89,4 milhões). Na fase de classificação, apenas por entrar em campo, cada equipe recebe 322,5 mil euros (R$ 912 mil) – o vencedor recebe o valor em dobro; em caso de empate, cada time fica com 166,2 mil euros (R$ 456 mil).
Nas fases de mata-mata, a cota aumenta. A vaga nas oitavas-de-final vale 1,61 milhão de euros (R$ 4,5 milhões); nas quartas, 1,93 milhão (R$ 5,4 milhões); e nas semifinais, 2,58 milhões (R$ 7,3 milhões). A premiação dos finalistas não foi divulgada, mas devem ser semelhantes ao valor da última edição: o Barcelona recebeu 6,45 milhões de euros (R$ 18,2 milhões), e o Arsenal, 3,87 milhões (R$ 10,9 milhões).
Até o “prêmio de consolação” não é de se desprezar: as equipes que foram eliminadas nas fases preliminares receberão 51 mil euros como prêmio – valor que sobe para 96 mil euros se a equipe tiver sido campeã nacional na última temporada.
O Conselho de Ministros da França aprovou um projeto-de-lei que permitirá os clubes de futebol que abram seu capital na Bolsa de Valores. O projeto deve passar por votação no parlamento já no próximo mês. A medida é um pedido de sete clubes do país, entre eles o Lyon, atual pentacampeão nacional, e o Olympique de Marselha, e da Comissão Européia. O ministro dos Esportes, Jean-François Lamour, que é contra o projeto, disse que uma das contrapartidas será a exigência de estádio próprio para os clubes que quiserem ter ações na Bolsa de Valores. “Os clubes devem ter seus próprios bens imobilizados para proteger seus acionistas. Ainda estou receoso quando ao resultado de ter os clubes na Bolsa, já vimos muitos exemplos ruins”, afirmou Lamour, que é acompanhado de sua antecessora no cargo, Marie-George Buffet, na opinião. “O mundo das finanças vai invadir o esporte”, ela declarou.
Muitos clubes europeus já tem ações na Bolsa, principalmente na Itália e na Inglaterra. O temor dos políticos que são contra a proposta é que a venda de ações estimule a presença de aventureiros como Roman Abramovich, o bilionário russo que comprou a maioria das ações do Chelsea. Mas o presidente do Lyon, Jean-Michel Aulas, afirma que só assim os clubes franceses poderão ter dinheiro para lutar de igual para igual com as equipes de outros países na hora de buscar reforços.