Milão – O presidente da Telecom Italia, Marco Tronchetti Provera, renunciou ontem, depois de entrar em conflito com o governo italiano sobre o futuro do quinto maior grupo de telecomunicações da Europa. Tronchetti foi substituído por Guido Rossi, um dos arquitetos da privatização da Telecom Italia em 1997, que recentemente havia sido colocado à frente da federação italiana de futebol. A saída abrupta do executivo acontece ao fim de uma semana em que o primeiro-ministro Romano Prodi desafiou abertamente uma mudança de estratégia do grupo, que seria dividido em duas unidades, fixa e móvel, e transformado em uma empresa de banda larga e mídia.
O conselho da Telecom Italia, no entanto, confirmou a estratégia. A empresa informou que Tronchetti deixou o comando para reduzir as tensões e evitar uma “personalização injusta” da disputa. A reorganização poderia levar à venda da TIM, a última das empresas celulares controladas por italianos, a investidores estrangeiros, o que recebeu dura oposição do governo de centro-esquerda e de sindicatos de trabalhadores. No Brasil, a TIM é a segunda maior operadora de telefonia móvel.
Tronchetti continua a ser o acionista controlador do maior grupo de telecomunicações da Itália. Ainda não está claro se a sua saída, aceita pelo conselho, será seguida de uma mudança na nova estratégia. “A renúncia irá pelo menos permitir esclarecer as coisas”, afirmou Antonio Di Pietro, ministro italiano de Infra-Estrutura, que criticou a reestruturação e pediu mudanças no comando da empresa.