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Presidente recebeu da Odebrecht

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O presidente do Peru, Pablo Kuczynski, tornou-se alvo de suspeita por não ter revelado pagamentos que recebeu há uma década como consultor da Odebrecht, a construtora brasileira que está no centro do maior escândalo de corrupção da América Latina.

Kuczynski é empresário e atuou como consultor da construtora

Kuczynski é empresário e atuou como consultor da construtora

No mês passado, Kuczynski negou veementemente ter qualquer ligação profissional ou política com a Odebrecht, ao mesmo tempo em que recriminou três predecessores que enfrentam processos por terem supostamente recebido propinas da empresa.

Ontem, porém, parlamentares de oposição divulgaram documentos da Odebrecht mostrando que a consultoria financeira de Kuczynski, a Westfield Capital, recebeu pagamentos de US$ 782 mil entre 2004 e 2007 de dois consórcios liderados pela Odebrecht. Além disso, vários dos pagamentos foram feitos a Westfield quando Kuczynski era ministro da Economia ou primeiro-ministro, durante o governo do presidente Alejandro Toledo, que foi de 2001 a 2006.

A Justiça em toda a América Latina está se mobilizando para processar autoridades suspeitas de receber cerca de US$ 800 milhões em propinas da Odebrecht, que foram admitidas pela empresa num acordo fechado com o Departamento de Justiça dos EUA. Utilizadas para conquistar contratos em 12 países, as propinas incluem em torno de US$ 29 milhões pagos no Peru por obras construídas nos governos de Toledo e dois de seus sucessores.

Ainda não há indicação de que Kuczynski tenha desrespeitado quaisquer leis ao receber os pagamentos da Odebrecht.

Kuczynski, porém, adotou uma postura defensiva ao fazer nesta quarta-feira, 13, um pronunciamento televisionado de dois minutos. Ele admitiu ter recebido os pagamentos e disse que se reunirá com uma comissão parlamentar que investiga supostas relações irregulares de líderes políticos com a Odebrecht, revertendo uma decisão anterior de rejeitar uma convocação dos parlamentares.

Kuczynski foi eleito presidente em 2016, depois de uma carreira empresarial bem-sucedida, em parte por prometer endurecer o combate à corrupção. Como presidente, ele não pode ser processado.

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