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Preso homem que matou casal em São Paulo do Potengi

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ACUSADO - Agustinho Câmara nega que estivesse bêbado

A polícia apresentou na manhã de ontem, na sede da Delegacia Geral de Polícia (Degepol), o vendedor autônomo Agustinho Câmara, de 43 anos, que atropelou e matou um casal há cerca de uma semana, na cidade de São Paulo do Potengi. João Maria Lopes de Moura e Rosângela Lopes de Moura iam de moto para a igreja, quando foram atropelados por Agustinho, que segundo a polícia, dirigia embriagado.

De acordo com o delegado regional Frank Albuquerque, o acusado passou o último domingo em uma carreata política na região e tomou uísque durante todo o trajeto. “Uma testemunha que andou com ele contou que chegou a servir a bebida enquanto ele dirigia”. Depois do acidente, foram encontradas no Uno Mille de Agustinho duas garrafas de uísque, uma vazia e outra com cerca de “dois dedos” de uísque, além de um depósito de isopor com gelo.

O delegado disse que segundo as investigações, após se embriagar durante o evento, o vendedor de remédios e produtos hospitalares decidiu ir para casa, por volta das 17h30, em Parnamirim. Na saída da cidade, ele teria invadido a contramão em alta velocidade e atingido a moto do casal de frente. “A pancada foi tão forte que o teto do carro e o pára-brisa dianteiro afundaram”, contou Albuquerque.

João Maria morreu na hora. Rosângela chegou a ser socorrida, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu a caminho do Pronto Socorro Clóvis Sarinho. As duas vítimas eram pais de seis filhos pequenos e, de acordo com o delegado, nunca haviam ingerido álcool na vida. O delegado de plantão do dia temeu que Agustinho tivesse sofrido um traumatismo craninano também o encaminhou para o Clóvis Sarinho.

O delegado conta que o motorista recebeu o tratamento na unidade de saúde, e que na segunda de manhã teria tentado fugir, pois não estava mantido sob guarda. O delegado contou que não tinha homens para enviar a Natal, e ele ficou lá sem vigilância. Mesmo assim, Agustinho foi encontrado e preso logo depois, ainda em flagrante por homicídio doloso.

Durante a apresentação à imprensa, Agustinho chorou muito e se disse arrependido. Porém , negou a versão da polícia de que estivesse embriagado. “Eu tinha tomado duas doses de uísque, mesmo assim ao meio-dia”. Ele diz que tinha viajado durante toda a noite anterior a trabalho, e que pelo cansaço, cochilou ao volante, atropelando o casal. “Eu não vi mais nada. Na hora do acidente eu bati a cabeça e desmaiei. Só acordei no hospital”.

 Agustinho disse que sente muito pelo que aconteceu e chorou muito durante a entrevista coletiva. Ele se referiu ao acontecido como uma fatalidade. “Se eu puder ajudar a família deles eu vou fazer isso pro resto da vida. E que Deus me perdoe pelo que aconteceu”.

O delegado Frank autuou o vendedor por homicídio doloso (intencional), o que é raro para acidentes de trânsito. Grande parte dos delegados prefere interpretar como um homicídio em que não se teve a intenção. A pena prevista para tal delito é de 4 a 10 anos de prisão, para cada homicídio. “Indiciei em doloso em baseando no princípio do dolo eventual. A pessoa que bebe duas garrafas de uísque e vai dirigir sabe que pode matar alguém e assume o risco”, argumentou.

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