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Pressionada pelo governo, Febraban critica regras na cobrança de tarifas

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TARIFAS - Febraban informa que não há abusos na cobrança de tarifas para correntistas de bancos

Brasília – Sob a pressão do governo, que promete regulamentar a cobrança  das tarifas bancárias, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban),  Fábio Barbosa, alertou ontem para o risco de as novas regras, em elaboração pela  equipe econômica, comprometerem o processo de expansão da oferta de crédito  na economia brasileira e de clientes bancários.

 Segundo ele, não há abusos dos  bancos na cobrança de tarifas.  “Muitas vezes, tentamos preservar alguma coisa e acabamos prejudicando. Precisa  haver compreensão. Por quê são cobrados determinados tipos de serviço? Que tipo  de risco existe numa operação de crédito? Sem compreender isso, pode-se tomar  uma medida que, ao invés de ajudar a expansão do crédito e a ‘bancarização’,  acaba prejudicando”, advertiu o dirigente da Febraban, que esteve ontem em Brasília  para uma segunda reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente  do Banco Central, Henrique Meirelles, sobre a regulamentação que será baixada  pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). 

 Segundo Barbosa, é preciso evitar que as regras que serão criadas “entrem” por  esse caminho. Ele ressaltou que o aumento do crédito tem sido um fator importante  para o crescimento da economia brasileira. Barbosa reconheceu que o governo  tem sido duro nas negociações. “O governo tem jogado com bastante firmeza nessa  negociação. Está fazendo o papel dele”, avaliou.  Confrontado com o alerta do presidente da Febraban, Mantega disse que não há  motivos para a regulamentação afetar a oferta de crédito no País. “Não há nenhuma  razão para afetar. Não estamos tabelando tarifa”, rebateu. O ministro informou  que em “algumas semanas” será possível apresentar uma proposta definitiva. 

 O ministro disse que a maior resistência dos bancos na definição das novas regras  é com mudanças na Tarifa de Liquidação Antecipada (TLA). Essa tarifa é cobrada  pelos bancos quando o cliente quer pagar antecipadamente o empréstimo. Ele reconheceu,  no entanto, a dificuldade de mudanças na TLA.  Em tom didático, quase professoral, explicou: “O cliente contraiu um crédito  de cinco anos, há dois anos, quando a taxa de juros era maior. Decorridos dois  anos, ele descobre que a taxa praticada no mercado está menor e que quer sair  daquele empréstimo e ir para outro banco onde a tarifa está menor. Aí a questão  é saber: eu tenho que pagar uma taxa de liquidação? Mas o banco diz: você vai  me deixar na mão porque está descasando a minha tomada de crédito. Como é que  eu faço? Quem é paga o risco?”. Para o ministro, o resultado dessa discussão  não poderá ser o encarecimento do crédito para o consumidor.

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