Rio – “O problema fiscal brasileiro se chama previdência social”, segundo avalia o economista Fabio Giambiagi, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para ele, é “impressionante” que a despesa do governo central com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tenha subido de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 1988 para atuais 8% do PIB. Giambiagi considera preocupante que o Brasil, um país jovem, tenha gastos previdenciários como proporção do PIB iguais a países de população mais idosa, como a Holanda.
Ele alerta é preciso desvincular o salário mínimo do piso previdenciário e repensar a idade mínima de aposentadoria para homens e mulheres. O economista admite que a questão da idade mínima é politicamente delicada e admite que qualquer mudança muito radical nessa regra seria “politicamente impossível e indefensável”, mas considera que “não seria absurdo” definir que, por exemplo, em 2010, fosse elevada a idade mínima de aposentadoria em alguns anos. “Qualquer mudança nesse campo terá que ter necessariamente um período de carência, para dar um tempo às pessoas de se adaptarem”, disse. Giambiagi considera que há hoje no País “um superávit primário expressivo e que atende genericamente aos princípios de austeridade do mercado”, mas com manutenção de antigos problemas, como carga tributária elevada e crescimento dos gastos públicos.