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PRF monitora as rodovias no Estado

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Os caminhoneiros que são a favor do governo do presidente Jair Bolsonaro iniciaram as mobilizações em diversas partes do Brasil desde o último dia 7 de setembro. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), até o início da manhã da quinta-feira (9), manifestações bloqueavam trechos de rodovias em 15 Estados. 
Movimentação de caminhões começou a ser monitorada pela PRF no último dia 08. Ao contrário de outros estados, RN não teve bloqueios registrados
No Rio Grande do Norte, de acordo com a PRF, não houve registro de nenhum bloqueio até esta quinta-feira (9). A corporação monitora a movimentação de caminhoneiros desde o último dia 8 no Estado, mas não foram identificados pontos críticos ou aglomerações expressivas.
Ainda na quinta pela manhã, umgrupo de 6 pessoas se reuniu em um posto de gasolina às margens da BR-101, em Parnamirim, à espera de definições sobre uma possível intervenção na via. Segundo um dos caminhoneiros presentes, Valdir Pereira, essa definição dependeria de decisões tomadas por lideranças de outras partes do Brasil.
Dentre as pautas da categoria, de acordo com Pereira, está a destituição de todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “O presidente [Bolsonaro] quer nos ajudar, mas o STF rebate. Precisamos acabar com isso para sabermos onde está a verdade. Se a gente tirar o STF e as coisas  continuarem acontecendo do mesmo jeito que estão, vamos saber que o problema não era o Supremo”, afirma.
Aos 43 anos, Valdir Pereira conta que é caminhoneiro desde os 18. Casado e pai de três filhos, ele relata já ter enfrentando inúmeros desafios pelo País. “Por isso mesmo, eu sempre procurei o melhor para mim e para os meus colegas”, conta. O caminhoneiro participou das manifestações de 2018 no Rio Grande do Norte.
“Para ser caminhoneiro hoje é preciso gostar do caminhão. Nós enfrentamos muita pressão. Para atingir os padrões que o País exige, é preciso arcar com inúmeros custos: documento do caminhão, ANTT [documento da Agência Nacional de Transportes Terrestres para regularização de transporte de cargas e passageiros], curso MOPP [que habilita o motorista para o transporte especializado], exame toxicológico, adequação do tacógrafo… Se faltar um desses itens, o caminhoneiro é penalizado” detalha.
Inflação
Por causa dos altos gastos, Valdir Pereira,  que chamou os caminhoneiros ao bloqueio na BR-101, afirmou que a intenção  também é alertar sobre a atual situação da categoria.
“Eu acredito que esse movimento vai trazer uma resposta para o Brasil e será uma resposta positiva. O presidente Jair Bolsonaro sempre procurou fazer o certo para todos nós”. Pereira não acredita que o protesto será prejudicial ao Governo. Em outras partes do País, vias foram fechadas, mas o presidente pediu que os protestos fossem encerrados.
“Fala para os caminhoneiros aí, que são nossos aliados, que esses bloqueios atrapalham nossa economia”, disse Bolsonaro em áudio que circulou nas redes sociais na quarta-feira (8).
Para Valdir Pereira, os bloqueios poderão somar pontos às pautas do próprio presidente. “Podem prejudicar o Brasil, mas será que se o motorista não tivesse metido as caras, o presidente conseguiria todo esse movimento sozinho?”, questiona.
Colega de Valdir Pereira, Luiz Sérgio Bezerra, de 47 anos, diz que, mesmo a favor do Governo, as manifestações têm também o objetivo de conscientizá-lo quanto à realidade dos brasileiros. 
“Não estou falando contra o Governo, mas sim da nossa realidade. Quem depende da gasolina, por exemplo, como muitos de nossos caminhoneiros, está sofrendo muito. E não é só a gente que enfrenta dificuldades. O gás de cozinha, por exemplo, tem aumentado bastante”, relata.
 Bezerra é motorista desde 1997. Segundo ele, a profissão é motivo de orgulho, mesmo com tantas dificuldades. “Deus me deu um caminhaozinho para trabalhar e é daqui que eu sustento minha família. Nossas condições de trabalho são difíceis. Viver só da renda do caminhão é bem complicado, mas a gente vai conseguindo aos poucos”, relata.
Bloqueios pelo Brasil atingiram 15 Estados
Em todo o Brasil, já ao meio dia da quinta-feira, a maior parte dos bloqueios havia sido desmobilizada. Os agentes da PRF orientaram os motoristas a permitir a fluidez no tráfego das rodovias.  Os bloqueios começaram durante as manifestações do Dia da Independência convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro. 
“Ao todo, já foram debeladas 117 ocorrências com concentração de populares e tentativas de bloqueio total ou parcial de rodovias durante as últimas horas”, afirmou, em nota, o Ministério da Infraestrutura. 
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) manifestou repúdio aos bloqueios. As concentrações já preocupam distribuidoras de combustíveis, que temem desabastecimento de produtos como gasolina e óleo diesel.
Em nota, a entidade afirma que as paralisações poderão causar graves consequências para o abastecimento, que poderão atingir o consumidor final e o comércio de produtos de todas as naturezas, incluindo essenciais, como alimentos, medicamentos e combustíveis.
Diante dos protestos, a Frente Parlamentar Mista do Caminhoneiro Autônomo e Celetista enviou ontem ofícios ao diretor-geral da PRF, ao Ministério da Infraestrutura, à Presidência da República e outros órgãos, em que pede ação imediata das forças de segurança pública para garantir o trânsito nas rodovias. A Frente afirma que, em decorrência dos atos iniciados no 7 de Setembro, ainda ocorrem obstruções de trânsito em estradas federais “com madeiras, pedras e pneus”.
Caminhoneiros realizaram desde o fim da tarde da quarta-feira, 8, paralisações em estradas de ao menos 15 Estados. São eles: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia. Maranhão, Roraima, São Paulo e Pará.
Em nota divulgada nas primeiras horas desta quinta-feira, 9, o Ministério da Infraestrutura afirmou que pontos de bloqueio total no Rio de Grande do Sul e em São Paulo foram liberados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), além de trechos de retenção no norte de Santa Catarina. Segundo o órgão, agentes ainda estão atuando em pontos de interdição em Minas Gerais.
As concentrações preocuparam distribuidoras de combustíveis, que temiem desabastecimento de produtos como gasolina e óleo diesel. A situação mais crítica é nos Estados de Santa Catarina e Mato Grosso.
Os bloqueios começaram durante as manifestações do 7 de Setembro convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro e seguiram durante o dia.
O Ministério frisou que foram debeladas 117 ocorrências com grupos de caminhoneiros e tentativas de bloqueio total ou parcial de rodovias durante as últimas horas e que “a disseminação de vídeos e fotos por meio de redes sociais não necessariamente reflete o estado atual da malha rodoviária.”
Em boletim, o ministério destacou que a composição das mobilizações é heterogênea, “não se limitando a demandas ligadas à categoria” e chegou a afirmar não haver previsão de que os bloqueios nas rodovias afetem o abastecimento de produtos no País. No último informe, porém, ao anunciar a liberação dos trechos na região norte de Santa Catarina disse que a mobilização no local “chegou a ameaçar” as condições de abastecimento.

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