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Procuradoria denuncia Joesley por suposta compra de procurador

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A Procuradoria da República da Primeira Região
apresentou uma denúncia contra Joesley Batista, sócio do Grupo J? o
pagamento de R$ 50 mil mensais, “a título de ‘ajuda de custo'”; e o
porcentual de êxito na redução dos valores de avaliação das ações da
Eldorado no âmbito da Operação Greenfield. Tomaz teria levado a promessa
de vantagens indevidas ao então procurador da República no DF – uma das
contrapartidas seria a atuação do procurador para buscar o arquivamento
da investigação.

Villela teria revelado fatos e informações aos quais teve ciência em
razão do cargo e que deveriam permanecer em segredo, como o conteúdo de
duas reuniões sigilosas, tendo até apresentado documentos com “resumos
de informações e estratégias confidenciais e sensíveis da Força-Tarefa
da Greenfield” a Tomaz para que fossem encaminhados a Joesley.

A lavagem de dinheiro apontada pela denúncia teria ocorrido entre 21 de
fevereiro e 2 de março de 2017 em relação ao primeiro pagamento ao
procurador. Segundo a denúncia, a contratação do escritório Willer Tomaz
Advogados Associados, pela Eldorado, em 23 de fevereiro, “serviu como
meio e instrumento de execução de dois propósitos escusos”, que seriam a
prática de corrupção e a lavagem de dinheiro. Também teria havido
lavagem no pagamento de honorários ao escritório de advocacia, com a
finalidade de remunerar o procurador.

A denúncia aponta que o presidente da OAB-DF, Juliano Costa Couto, foi
um dos articuladores do acerto com Joesley, Francisco de Assis e
Eldorado Brasil Celulose S/A. De acordo com a peça, na execução da
medida de busca e apreensão determinada por Fachin foi encontrada minuta
com os mesmos termos do contrato firmado entre a empresa e o escritório
Willer Tomaz Advogados Associados, tendo Couto figurado como contratado
no mesmo valor de R$ 15 milhões.

“Não restam dúvidas, dessarte, que Juliano Costa Couto, embora não tenha
figurado formalmente no contrato de prestação de serviços de advocacia,
já que evidenciaria o conflito de interesses por advogar contra a Seara
Alimentos S.A., uma das empresas do grupo J&F, em outro feito,
ainda assim atuou intensamente nos bastidores para a viabilização do
acerto, que lhe resultou proveito econômico equivalente a um terço do
valor pago na ocasião pela Eldorado Brasil Celulose”, diz a denúncia.

Da mesma forma, prosseguem os procuradores, o publicitário “André
Gustavo também obteve o mesmo proveito econômico que Juliano Costa Couto
por apresentá-lo a Joesley Batista e insistir na contratação,
exercendo, portanto, a função de agenciador e viabilizador do acerto
criminoso”.

“Portanto, os fatos até aqui narrados tornam evidente e cristalina a
presença do dolo das condutas de Joesley Batista e Francisco de Assis,
em total, absoluta e convergente unidade de desígnios com Willer Tomaz,
Juliano Costa Couto, André Gustavo Vieira da Silva e o procurador da
república Ângelo Goulart Villela na prática dos delitos de corrupção
ativa e passiva.”

Em nota, Tomaz diz que não há “qualquer prova de algum ato ilícito que
eu tenha cometido”, que não há credibilidade dos delatores e que houve
mentiras e omissões. “Trata-se de um verdadeiro buffet, com perdão pelo
estilo, no qual o MPF escolhe ao bel prazer o que lhe interessa, tomando
alguns trechos dos depoimentos como verdade absoluta, dogma solar que
tudo toca, e outros como a mais absurda das mentiras”. “Provarei o
equívoco e a parcialidade, por razões institucionais, do Ministério
Público. Confio plenamente no judiciário brasileiro”, afirmou.

A defesa de Villela afirma que seu cliente é inocente e nega
“veementemente” a prática de todos os delitos pelos quais é acusado. O
advogado Gustavo Badaró, que integra a defesa do procurador, classifica a
denúncia como infundada e incoerente. “A defesa confia que, após a
apresentação da resposta de Ângelo Goulart Villela, o Tribunal Regional
Federal fará justiça e rejeitará essa acusação requentada, infundada e
incoerente.”

Por meio de nota, Couto afirma estar surpreso diante da notícia de que
seu nome consta em aditamento à denúncia. “Não cometi nenhuma
ilegalidade. Tenho a consciência tranquila e me defenderei com a
autoridade e direitos de inocente.”

A reportagem não conseguiu contato com Assis e Silva e Vieira.


Estadão Conteúdo

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