A primeira grande obra de infra-estrutura do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur II) no Rio Grande do Norte foi autorizada ontem. Serão investidos R$ 18,8 milhões para o saneamento e esgotamento sanitário de Pium, Cotovelo e Pirangi. Deste total, R$ 5 milhões são recursos do Governo Federal.
“A demora em iniciar essa obra ocorreu pelo atraso na liberação dos recursos do Governo Federal”, justificou o secretário Nelson Freire. Ele ressaltou a importância desse tipo de investimento como fator de desenvolvimento do turismo. “Turismo é saneamento básico, saúde pública. Precisamos dessas obras porque o turismo pede boa infra-estrutura nos seus destinos”, destacou.
A obra será feita pela construtora Coenge, que terá 12 meses para concluir o serviço. Os números desta construção de infra-estrutura demonstra a importância para a comunidade das três localidades e também para o turismo. Serão cerca de 7.300 metros de rede, beneficiando cerca de 44 mil habitantes.
O coordenador do Prodetur no Estado, Francisco Soares Júnior, comentou que desde a assinatura, em março de 2004, o programa havia feito vários serviços de projetos e revisão de plano diretor. “A obra de saneamento de Piu, Cotovelo e Pirangi é a primeira grande de infra-estrutura deste Prodetur II.”
Ele analisou que o investimento público em infra-estrutura é justificado pelo reflexo desse tipo de obra em investimentos do setor privado, como hotéis e restaurantes.
Soares Júnior chamou atenção que a obra em Cotovelo, Pium e Pirangi contemplará um sistema completo de saneamento, onde todo recolhimento será levado para uma lagoa, que será construída em Nísia Floresta. “Com o tratamento na lagoa, a água poderá ser reaproveitada para irrigação”, comentou o coordenador do Prodetur II.
Pipa será prioridade no Prodetur II
As próximas obras do Prodetur II estarão focadas principalmente no litoral Sul. No Norte, o trabalho será de saneamento na Redinha e Redinha Nova, que custará R$ 8 milhões.
Mas a atenção está mesmo voltada para Pipa. Serão invetidos R$ 4 milhões para construção do anel viário de Pipa e novo acesso a Tibau do Sul. Outra obra será a recuperação dos passeios de Goianinha a Tibau do Sul, onde serão feitas calçadas nas 8 vilas do caminho, baias e paradas para ônibus ao longo do percurso. “Pipa é nosso segundo destino no Estado. Estamos preparando, fazendo as obras de acesso e vamos fazer a obra de saneamento. Lá (em Pipa) há 48% saneada e vamos fazer os outros 52%”, comentou Nelson Freire.
Ele destacou que na próxima alta estação Pipa já estará com uma nova infra-estrutura para melhor atender ao visitante.
Nelson diz que aeroporto foi mal dimensionado
O secretário estadual de Turismo, Nelson Freire, demonstrou muita preocupação com a situação do Aeroporto Internacional Augusto Severo, que já atingiu sua capacidade. “O aeroporto foi mal dimensionado. A capacidade dele era 1,2 milhão e nós recebemos ano passado 2,1 milhões de turistas”, observou, avaliando que os responsáveis pelo projeto do aeroporto não acreditaram no potencial de crescimento do turismo no Estado. “Nos últimos dois anos, o turismo cresceu, ano a ano, 23%”, ressaltou.
Para o secretário, só há uma alternativa para evitar que o turismo potiguar tenha como fator impeditivo do seu desenvolvimento o aeroporto: “o Governo precisa reunir todos os esforços para a obra do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, que deverá ser feito no sistema de Parceria Público Privado”.
Enquanto a obra não é concluída, Nelson Freire aponta como paliativo o uso do prédio antigo do aeroporto. “Aquela área poderia ser usada para os vôos charters”, comentou o secretário.
