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Produção de bens de capital cresce

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ANÁLISE - Para o coordenador de indústria do instituto a elevação da percepção das empresas é  que o cenário é favorável

Rio – A produção de bens de capital disparou no início deste ano e  aponta para aceleração dos investimentos em 2007. Dados divulgados  pelo  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram uma expansão  de 18% na produção desse segmento em janeiro, ante igual mês do ano passado.  Desempenho bem acima dos 4,5% de crescimento total da produção industrial na  mesma comparação.

Para Silvio Sales, coordenador de indústria do instituto,  a elevação mostra que “a percepção das empresas é de que o cenário é favorável”.  Os resultados do mês ainda mostram um ritmo lento na indústria neste início  de ano, com queda de 0,3% em janeiro ante dezembro, basicamente por conta de  paradas técnicas na produção de plataformas de petróleo. O desempenho de bens  de capital foi, para Sales, o dado “mais expressivo”. Essa categoria, que sinaliza  investimentos na própria indústria, elevou a produção em 1,7% ante dezembro  o que, segundo ele, sugere “um aumento da capacidade produtiva da economia como  um todo”.  

Segmentados, os dados da produção de bens de capital mostram uma aceleração  no ritmo de fabricação de máquinas e equipamentos para fins industriais, voltados  à ampliação da capacidade das empresas do setor. De acordo com o IBGE, em janeiro  a produção desses itens subiu 26,8% ante igual mês de 2006. É quase cinco vezes  mais do que o crescimento acumulado por esta categoria em todo o ano passado:  5,5%.  O índice de difusão da produção industrial também mostra que houve uma maior  disseminação na elevação da produção de bens de capital. De todos os itens vinculados  a este segmento pesquisados pelo IBGE, 71,7% mostraram aumento em janeiro. Para  a indústria como um todo, o índice foi de 58,9% no mês. 

O economista-chefe do Banco WestLB do Brasil, Roberto Padovani, acredita que  os bens de capital manterão sua trajetória de ascensão no primeiro trimestre  deste ano. Marcela Prada, da Tendências Consultoria, também avalia que a alta  será mantida e que isso indica “um quadro bem positivo dos investimentos, sinalizando  um cenário favorável para a indústria e para a inflação”. “De fato, além do  aumento dos investimentos, o cenário favorável para crédito, renda e emprego  e o patamar elevado de confiança sustentam uma tendência positiva para a indústria”.  A economista-chefe do BES Investimento, Sandra Utsumi, também avalia que os  dados de bens de capital sinalizam para alta futura da produção da indústria. 

Segundo ela, há perspectiva de uma expansão do setor para o médio e o longo  prazos. “O crescimento do segmento de bens de capital sugere isso. Estamos vendo  investimentos em expansão”, disse.

Segmento de refino puxa queda

Apesar da tendência favorável, a queda da produção na média da indústria  ante dezembro foi puxada especialmente pelo segmento de refino de petróleo e  álcool, cuja queda no mês chegou a 4,7%, provocada pelas paralisações técnicas  ocorridas em plataformas de petróleo no mês. “A produção (da indústria em geral)  não caiu ante dezembro por causa das paralisações (nas plataformas), mas foi  um efeito importante”, disse Sales.  Ele explicou que uma série de segmentos vinculados à produção de petróleo mostraram  queda na produção em janeiro ante dezembro. No caso dos bens intermediários,  os recuos ocorreram em combustíveis e lubrificantes elaborados (-2,5%) e em  combustíveis e lubrificantes básicos (-2,5%).

No que diz respeito aos semiduráveis,  o recuo ocorreu em carburantes (-6,8%), grupo que inclui álcool e gasolina,  mas cuja queda ocorreu na gasolina.  A produção de refino de petróleo e produção de álcool apresentou queda também  na comparação com janeiro de 2006 (-5,6%), sendo o segundo principal impacto  negativo nessa base de comparação. O recuo foi puxado por gasolina e diesel.  Para Padovani, a queda na produção ante mês anterior foi muito influenciada  pelo petróleo, o que leva à manutenção das expectativas de crescimento para  este ano da produção industrial (3,5%) e do Produto Interno Bruto (PIB), de  3,4%.

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