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Produção de energia é diferencial do RN

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Os investimentos e expansão da indústria eólica são considerados essenciais para o desenvolvimento do Estado. O Rio Grande do Norte conseguiu emplacar 25 projetos eólicos com 684,7 Megawatts (MW) contratados no leilão de venda de energia realizado no último dia 13. O volume ficou atrás somente da Bahia, que teve 41 projetos arrematados – 1.000,8MW. O número de parques já contratados é de 45 em fase de construção e outros 65 que ainda não iniciaram as obras que somam 3,1 Gigawatts em geração de energia dos ventos.

De olho no futuro, especialistas apontam a necessidade de uma política industrial de longo prazo. O leilão A -5 realizado pela EPE, na semana passada, tem entrega de energia prevista para a partir de 2018. Até lá, o desafio é atrair também fabricantes de componentes para o estado e consolidar a indústria.
O número de parques eólicos já contratados é de 45 em fase de construção e outros 65 que ainda não iniciaram as obras que somam 3,1 Gigawatts em geração de energia
O bom desempenho neste leilão, em detrimento do leilão A -3 em que as expectativas do Estado foram frustradas  vem dos prazos de implantação dos chamados linhões de transmissão responsáveis por levar a energia gerada dos parques às estações de onde são distribuídas aos consumidores, analisa o presidente do  Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne) e Sindicato das Empresas do Setor Energético do RN (SEERN), Jean-Paul Prates.“A indústria do Rio Grande do Norte tem o diferencial de ter o fator energético resolvido”, reiterou.

Fonte de energia limpa e inesgotável, a incidência solar já é vista como o futuro celeiro da economia potiguar. São esperados mais de R$  450 milhões em investimentos e geração de 6 mil postos de trabalho em apenas um projeto. O valor corresponde ao interesse de uma empresa que recebeu licença prévia do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e de Meio Ambiente (Idema) para instalar três usinas nos municípios de Currais Novos e Areia Branca.

“Veremos repetir o que tivemos com a eólica com o diferencial de já estarmos nos preparando”, observa o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Amaro Sales.

A preparação se refere aos programas desenvolvidos pelo Centro de Tecnologia do Gás e Energias Renováveis (CTGas-ER). Um dos projetos capitaneados pelo CTGas-ER destinará cerca de R$ 32 milhões em estrutura para certificação de tecnologia e testes na área de energia eólica e solar, principalmente na produção de painéis fotovoltaicos.  “O futuro da indústria do Rio Grande do Norte está nas energias renováveis, na solar”, afirma o presidente do Conselho Superior do CTGas-ER, Flávio Azevedo.

Linhões

Com a mudança na regra do jogo, os leilões passaram a condicionar que os parques eólicos garantam a estrutura de conexão. Com o atraso na implantações dos linhões da Chesf, o estado continua sem transmissão. Pelo menos sete parques estão ociosos. Para reverter a deficiência em linhas de transmissão, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) em parceria com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEeólica) elaboram o mapeamento de malha de transmissão com capacidade para escoar a produção. “A ideia é de um leilão específico para o Estado”, observa o secretário de desenvolvimento econômico Rogério Marinho.

Em novembro o governo recebeu a confirmação para a realização do leilão que possibilitará a construção de três linhas de transmissão de 500 KV para interligação no sistema de abastecimento o que duplica a capacidade do que já foi contratado, passando para 6 Gw. “Voltaremos a ter competitividade”.  O projeto deverá contemplar apenas novos empreendimentos.

Setor petrolífero aguarda novos investimentos

A indústria petrolífera recupera o fôlego e aguarda os novos investimentos, com previsão de R$ 250 milhões comprometidos pelas empresas vencedoras do leilão do petróleo realizado em maio deste ano.  A expectativa é que a partir de 2015, o incremento de recursos incremetem a geração de emprego, a aquisição de bens e serviços. O montante, segundo analistas do mercado, pode duplicar a partir das operações chegando a mais de meio bilhão de reais.

A longo prazo, observa  o professor do curso de engenharia de petroleo da UnP, Wendell Lopes, a economia  deve ter  aumento na arrecadação de royalties. Em contratação de mão de obra, o impacto maior é esperado para a fase de produção – que depende da descoberta de novas jazidas.No último anos,  mais de 2 mil trabalhadores foram demitidos.

Os 18 blocos exploratórios  na Bacia Potiguar foram  arrematados e renderam mais de R$ 226 milhões de bônus de assinatura (valor pago pelas empresas quando da assinatura dos contratos de concessão). As operadoras terão entre cinco a sete anos para procurar petróleo e gás na Bacia Potiguar, e outros 27 anos para produzir. 

A Companhia investe, no estado, cerca de US$ 800 milhões por ano, e os custos operacionais estão em torno de US$ 1 bilhão por ano, direcionados para elevar a produção de petróleo e gás. A produção atual de óleo se mantém estável, em torno de 70 mil barris por dia.

RN terá parque tecnológico energético

No bojo da interiorização e do fomento a inovação, a criação de um parque tecnológico energético poderá atrair industria de componentes e insumos para os parques eólicos e solar. O Parque Tecnológico do RN custará R$ 45 milhões para ser construído, em uma área da Escola Agrícola de Jundiaí (UFRN), em Macaíba. Além disso, outros R$ 1 milhão serão consumidos para a realização de consultorias.

 Embora o RN seja líder na exploração das fontes eólicas, enfrenta dificuldades para atrair os fabricantes de peças e insumos necessários ao setor energético. Das 14 empresas fabricantes instaladas no país, só uma veio para o RN. Um termo de referência já foi lançado em novembro. “Os parques de tecnologia visam fechar esse ciclo econômico de forma positiva”, prevê Rogério Marinho.

O parque irá contemplar infraestrutura de cabeamento ótico, saneamento, delimitação de lotes urbanizados, incubadora de empresas, laboratórios de pesquisas. “O Parque consolida esse ciclo econômico, atrai investidores, muda nosso perfil de apenas produtor de energia para um Estado que vai certificar tecnologias. Nao queremos ser só o produtor do commodities energia, mas recepcionar fabricantes”, disse Rogério.

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