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Produtor aposta em uvas para sucos e quer exportar

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Apodi – Um terço da área da propriedade de cinco hectares, o produtor Marcelo Marinho reservou para um tipo de cultura, que tende a ser referência na região. Ele é um dos primeiros de Apodi a investir no plantio de uvas melhoradas. Com o apoio e consultorias do Sebrae e consultorias, o produtor trocou a agricultura de subsistência pela viticultura irrigada, a produção de uvas do tipo Isabel destinadas para consumo in natura ou para fabricação de sucos. O agricultor é um bom exemplo do que crescimento desse segmento no Nordeste, região responsável por 18,7% da produção nacional de uvas, ficando atrás apenas do Sul, que responde por 65% da produção do país.

As primeiras mudas da fazenda de Marcelo Marinho foram plantadas há um ano e meio. A previsão da primeira colheita ocorrerá em dois meses e deverá render 1.750 quilos de uvas com um brix (grau que mede o teor de açúcar na fruta) da ordem de 21°, doçura que torna o produto ideal para mesa e também para sucos. Para se ter uma ideia do nível de sacarose das uvas do produtor potiguar, considera-se o mínimo de 14° para uvas de mesa. Quanto mais alto, maior a doçura e qualidade.
Projeto estimula o cultivo de frutas que têm boa demanda de mercado e preços estáveis, como é o caso da uva e do maracujá
#SAIBAMAIS#A expectativa do empreendedor é faturar em torno de R$ 8 mil com a venda da primeira colheita, o que já minimiza o investimento inicial de R$ 12 mil. “Nossa ideia é ir ampliando a plantação até ocupar uma área de um hectare só com uvas. Esse é tipo de cultura que nos dá possibilidade de lucro como negócio”, diz Marcelo Marinho. Isso porque em um hectare é possível obter até 50 toneladas da fruta por ano, o que renderia em termos de faturamento algo perto de R$ 250 mil por ano. “Esse faturamento é muito para uma pequena propriedade”.

A fazenda dele está sendo considerada modelo para servir de referência para quem deseja investir nesse nicho. Os resultados são tão animadores que o agricultor já pensa no mercado internacional. “Queremos chegar a um padrão de qualidade para exportarmos a produção”. A proposta é incentivar mais produtores a entrar na viticultura e criar uma unidade de beneficiamento na cidade para processar a uva e gerar valor agregado. A ação conta com consultorias tecnológicas do programa Sebraetec.

Experiências
Além de vinhedo na região, o programa, que no caso do produtor rural tem subsídios de 60%, também aposta na viticultura irrigada de uvas na região do Mato Grande, nas cidades de Parazinho e Touros. A fazenda Quixaba, localizada em Parazinho (distante 116 quilômetros da capital potiguar) está prestes a obter a primeira colheita de uva Itália no fim do mês.

Além disso, um acordo de cooperação técnica entre o Sebrae, o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) e Ufersa prevê o desenvolvimento de uvas sem sementes na Chapada do Apodi com foco na exportação. Atualmente, os maiores compradores mundiais dessa fruta são Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido. Denominado Introdução de Cultivares de Videiras Apirênicas, o projeto vai estimular variedades, como as uvas Vitória e a Isis, sem sementes.

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