Os produtores brasileiros de camarão podem agora importar matrizes de cultivo. Essas matrizes são larvas criadas em laboratórios e responsáveis pela reprodução do crustáceo. A compra de outros países foi autorizada pela Secretaria de Aqüicultura e Pesca (Seap) e anunciada pelo ministro José Fritsch na abertura da 3ª Feira Nacional do Camarão. A decisão, de acordo com o ministro, vai garantir mais segurança para os produtores e permitir a geração de mais empregos no setor. “Na medida em que se tem uma linhagem livre de doenças, haverá mais segurança para quem produz o camarão, uma atividade que gera emprego e renda”, afirmou.
José Fritsch acrescentou que esses camarões reprodutores a serem comprados no exterior são mais resistentes a doenças e crescem mais rápido. A autorização para a compra das matrizes reproduzidas em laboratório é resultado de parceria da Secretaria com o Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura e a Associação Brasileira de Exportadores de Camarão (ABCC). Os produtores brasileiros, segundo o ministro, têm enfrentado nos últimos anos prejuízos por conta da doença da mancha branca, que afeta o camarão ainda em cultivo e destrói boa parte da produção.
O ministroJosé Fritsch, disse também que o governo federal vai investir até dezembro cerca de R$ 500 mil, destinados à capacitação de pelo menos 2.700 profissionais da carcinicultura. O investimento contemplará oito estados brasileiros, dentre eles o Rio Grande do Norte. Segundo o ministro o Centro de Tecnologia do Camarão – projeto feito a partir de uma parceria entre Secretaria estadual de Agricultura e Pesca, UFRN e a Empresa de Pesquisa Agropecuária do estado (Emparn) – será inaugurado ainda em 2006.
“Nós estamos trabalhando a carcinicultura desde a produção, com a implantação das matrizes de resistência às doenças, até a questão ambiental, com resoluções elaboradas em parceria com o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama)”, diz o ministro.
Segundo ele, hoje, em todo o país, já existem nove projetos voltados para o setor já estruturados e desenvolvidos juntamente com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), o empresário Itamar Rocha criticou a atual política cambial, que, segundo Itamar Rocha, foi um dos fatores responsáveis pela diminuição de 28% de toda a receita do setor durante o ano passado, além do acréscimo de 7% no custeio da produção.