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Professor Eduardo Afonso Junior

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Rita de Cássia Medeiros Homet Mir
Psicodermatologista/   [email protected] 

Pairam sobre estes espetáculos inexpugnáveis / Uma sonora e silenciosa canção / Flor do destino, inescrutável e efêmera / Por ela os homens  te conhecerão / E por ela os tempos versáteis, saberão / QUE TUDO FICOU MAIS BELO MESMO QUE INUTILMENTE / quando aqui andou teu coração ”  Cecilia Meireles.

Quando fiz uma homenagem ao meu querido e inesquecível Pai, usei também  estes versos de Cecilia Meireles, os quais tem um significado especial para mim , já que recebi um afetuoso reconhecimento do meu caríssimo chefe de Psiquiatra na minha despedida . Creio que meu inconsciente o traz à tona sempre que quero homenagear alguém .

 Revendo a revista ” Aproximações ” da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, tive uma imensa alegria  ao deparar-me com um artigo de meu querido Professor de Psicanálise, Dr. Eduardo Afonso Junior. O tema do artigo era ” A função da rede de dormir na construção da mente e o uso pela mente da rede de dormir nessa construção “.   O professor fez, de forma hábil, inteligente e sábia, um nexo entre a rede de dormir e a Psicanálise.  Nele, estão presentes os trabalhos etnográficos de nosso maior folclorista Luis da Câmara Cascudo ( Rede de Dormir ), Gilberto Freire ( Casa Grande e Senzala ) e de A. da Silva Melo ( O Uso da Rede, do Berço e da Cadeira de Balanço e suas Vantagens ). Citou, ainda, um belíssimo poema de Gilka Machado ( Numa Rede ).

Enveredou-se por diversos autores psicanalistas, sendo o primeiro deles, claro, Freud. Citou Winnicott, quando usou o termo ” objeto transicional ” ( recorde, caros leitores, vários artigos que escrevi sobre este conceito ) e ainda a psicanalista  Maria da Penha Zabani Lanzoni ( O Divã de Balanço ) e nossos conhecidos e citados em artigos ant eriores : Melanie Klein,Laplanche e Portalis e outros.

A profundidade e a clareza de tal análise trouxe-me à memória aquele professor que entrava em nossa sala de aula e explanava de forma magnífica aquele mundo subjetivo que sempre havia despertado minha curiosidade juvenil, um  interesse grandioso, talvez precoce. Dou-me conta, agora,  que fui premiada ao tê-lo como professor. Foi o Dr. Eduardo quem trouxe a psicanálise ao RN , foi ainda , um dos fundadores  da ABP-RN ( Associação Brasileira de Psiquiatria do RN ). Foi, ainda, o primeiro psicanalista – clínico do RN.

 Soube que o nosso caríssimo professor candidata-se, agora, a uma cadeira da Academia de Medicina do RN. Emocionou-me ao ver a possibilidade da nossa psicoanálise,t ão  bela e às vezes ,tão asperamente  dolorosa,ter um representante de tal gabarito, seriedade e comprometimento, com uma história de vida dedicada a uma das mais belas especialidades de nossa amada medicina. Almejo que ao professor caia a justiça de Deus e obtenha, assim, o reconhecimento que lhe é devido.

 Desejo a todos um feliz Domingo e até o próximo artigo se o nosso BONDOSO e MISERICORDIOSO Deus assim o Permitir.

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