#SAIBAMAIS#Ayrton, de família pobre, que morava em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal. Sempre estudou mas o trabalho atribulou pelo menos três anos de sua infância. Para ajudar a família e movido pelo desejo de dar o mínimo à irmã, ou seja, comprar biscoitos que a menina desejava mas os pais não podiam comprar, ele aceitou a proposta de uma vizinha: fazer entregas de quentinhas em sua bicicleta.
O menino ia à escola pela manhã, voltava para casa por volta das 11h, pegava a bicicleta para fazer as entregas. Ganhava por dia entre R$ 1,00 (um) e R$ 2,00 (dois) reais. Isso mesmo. Nos finais de semana, a jornada era intensa. Não tinha a escola mas tinha a jornada de trabalho. Daquela época, lembra que chegava em casa cansado, com dores nas costas pelo esforço de pedalar para vencer ladeiras do bairro onde vivia.
Até que os pais mudaram para Gramoré. Ele foi aprovado pelo Programa Jovem Aprendiz e hoje faz parte do quadro de jovens do Banco do Brasil. Recebe um salário mínimo, tem plano de saúde, ticket alimentação, e investe no sonho de fazer o curso de Psicologia. E quer ajudar os pais a reformar a casa onde moram e, entre o sonho e a realidade, lembra que a mãe também teve uma infância de exploração e foi obrigada a trabalhar cedo.
Welyson agora sonha em se preparar para um concurso na Polícia Rodoviária Federal. Como aprendiz profissional no Banco do Brasil, ele sabe que tem possibilidades. Muito diferente quando tinha 14 anos, e já frequentava o Dom Bosco em busca de uma chance de fazer parte do programa Jovem Aprendiz. Naquela época, o pai e um primo deste, abriram um bar e, para ajudar a família no negócio, ele trabalhava como garçom e caixa noite a dentro e algumas vezes, de madrugada. Pela manhã frequentava o Dom Bosco, a escola à tarde e a jornada no bar à noite.
O bar não teve vida longa e, com a oportunidade de fazer parte do Programa não podia continuar como trabalhador infantil. Hoje, no BB ele tem um futuro pela frente.
Lourdes Martins, coordenadora do curso Jovem Aprendiz do Centro Educacional Dom Bosco explica que a missão da instituição é promover a capacitação e formação de crianças, adolescentes e jovens em situação vulnerável. Empresas como o Banco do Brasil, relata, exigem que os selecionados para o Jovem Aprendiz sejam egressos de situação de trabalho infantil.