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‘Projetamos nossa base e confiamos no sucesso’, afirma gestor do Palmeira

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O advogado criminalista, 36 anos, Allan Almeida passou a ser o nome homem forte do Palmeira. O clube que foi fundado na cidade de Goianinha, hoje deseja expandir e se tornar o representante da região Agreste dentro da divisão de elite do futebol potiguar. Através de um projeto arrojado, o processo já se encontra em andamento com o aumento do investimento realizados para revelação de valores nas categorias de base e o início da montagem de uma estrutura organizada. Na visão de futuro de Allan, em três anos ele pretende fazer o clube do interior começar a disputar títulos em pé de igualdade contra ABC e América. Os jovens revelados e que estão em outros clubes, se vendidos, vão gerar 80% de recursos para ser reaplicados na gestão do projeto e o clube ficará com 20% do total para investir da forma que desejar. O novo gestor acredita que se desejarem sobreviver no mercado, os clubes de pequenos e médio porte terão de seguir esse caminho.

Gestor do clube acredita que o trabalho feito com organização pode render cada vez mais frutos ao clube e região

Como ocorreu a sua chegada ao Palmeira?

Na verdade fui convidado pela direção do clube para conhecer o projeto que eles desejavam implantar,gostei muito do que vi e na ocasião eles realizaram a proposta para que eu assumisse a gestão do mesmo. Aceitei prontamente aquele desafio com a missão de dar oportunidade a garotada da Região Agreste ter uma oportunidade na carreira do futebol. Mas nossa intenção é dar oportunidade a todo e qualquer garoto do RN que deseje ingressar na carreira. Esse será o nosso maior desafio.

Como você menciona o tamanho do desafio que aceitou assumir?
Gigante. Sei que o desafio será grande, mas pelo fato de acreditar muito em Deus, sei que posso cumprir essa tarefa. Com muita fé em Deus também acredito que iremos colher resultados positivos.

Quando chegou ao clube, o que viu que necessitava ser alterado para dar início a esse novo trabalho?
O maior erro que vi foi que o Palmeira deixava para formar suas equipes sempre próximos das competições. Não havia projeto, planejamento ou algum pensamento no futuro.  Então essa foi a primeira coisa que ataquei, se vocês perceberam desde o ano passado que a gente vem mantendo, basicamente, a mesma formação em nossas categorias de base. Nós já disputamos dois campeonatos e estamos agora no terceiro.  Projetamos as nossas bases e confiamos muito no sucesso de vários atletas que estão trabalhando conosco neste momento.

Então o projeto é focado na formação de novos atletas? Quantos jogadores vocês já conseguiram aproveitar na equipe principal?
Para vocês terem uma ideia da mudança, hoje temos um elenco de profissionais com 32 atletas, dos quais vinte são das nossas divisões de base. São atletas com idade para jogar nas categorias sub-19 e sub-17, o que irá nos garantir um lastro muito bom em termos de equipe.

Onde o Palmeira vem buscando essas jovens revelações?

Geralmente a gente recebe indicações de empresários e olheiros que vivem em busca de jovens talentos. Bem como responsáveis por escolinhas de futebol nos bairros. A maioria chega aqui por indicação, mas há aquele jovem também que chega com a determinação de fazer testes. Não dispensamos ninguém, a gente realiza um período de observação e quem for aprovado irá integrar nossas divisões de base e iniciar o contato com a formação esportiva.

Como é essa estrutura montada pelo Palmeira. É própria ou existe alguma empresa ligada a esse trabalho que vem sendo realizado?
O trabalho é próprio, mas contamos com o patrocínio da Cortez, uma empresa de internet que se uniu a Cabo Telecom, além de apoios das prefeituras de Brejinho, Canguaretama, São José de Mipibú e ainda estamos buscando novos parceiros para incrementar esse novo trabalho, mantendo contatos com prefeituras e empresas. Esse trabalho que estamos desenvolvendo é de inclusão, gosto de deixar isso bem claro para que pessoas de outras cidades da Região Agreste, não pensem que estamos chegando lá para atrapalhar os projetos existentes nessa área. Nossa meta é sempre somar esforços. Na verdade, o Palmeira quer incluir aquela cidade no trabalho de revelação de novos atletas para o futebol. A meta primordial é oferecer uma melhor condição de vida para os garotos e suas famílias.

Todo trabalho realizado possui um tempo de maturação e objetivos. Dentro disso, em quanto tempo você acredita que o Palmeira poderá estar colhendo os resultados, disputando títulos?
Acredito que em menos de três anos nós teremos condições de brigar pelo título estadual em igualdade de condições com ABC e América. Trabalhamos neste sentido.

Quanto o Palmeira vem investindo dentro desse novo projeto?
O custo mensal do futebol varia em torno de quarenta e cinquenta mil reais por mês. Essa variação depende muito do local escolhido para realizar os treinos. Quando resolvemos trabalhar em Goianinha o custo é maior porque temos de sair de São José de Mipibú para lá. Quando nos trabalhos são realizados em São José ou Nísia Floresta, esse custo geralmente reduz mais.

O fato de não ter torcida hoje, nos estádios de futebol, vem atrapalhando vocês do Palmeira?
Atrapalha um pouco, nosso clube não.move grandes massas. A média de público em nossos jogos geralmente era de mil pessoas. Por um lado a receita gerada com a torcida ajudava porque o clube sempre teve uma folha de pagamento modesta, como também sempre tivemos poucos investidores, qualquer receita sempre fará muito bem. Não dá para negar que ocorreu um impacto, mas temos de entender a limitação neste momento tão delicado na vida do brasileiro, devido ao grande número de vítimas da Covid-19. Nosso papel é continuar lutando com todas as nossas forças buscando superar esse momento de dificuldade. E isso está sendo cumprindo, basta citar o nosso resultado histórico frente ao América, de quem o Palmeira já  havia ganho antes.

Vocês estão iniciando um trabalho com as bases e vemos clubes como ABC e América, que estão há mais tempo nisso reclamarem muito do achaque empresarial. Já ocorreu isso com o Palmeira?
Tivemos um probleminha específico com um empresário de futebol, que inclusive fomos nós quem convidamos para integrar esse projeto. Então ele aproveitou da liberdade de acesso que fornecemos a ele, para trair a nossa confiança. Isso mesmo ele falando muito no nome de Deus. Confiamos e acabamos amargando um prejuízo considerável. Isso serviu para a gente levantar nossas barreiras de proteção aos garotos e, hoje, para algum empresário atrapalhar nosso projeto está muito complicado. Tudo no Palmeira hoje é muito formal, os atletas são todos registrados e considero uma pena, nos dias atuais, ocorrerem esse tipo de assédio. É uma pena que ocorra isso dentro do esporte.

Qual a finalidade primordial do Palmeira desenvolvendo esse tipo de trabalho: ele quer montar apenas uma equipe forte para disputar títulos e competições nacionais e regionais, ou pensa em ganhar dinheiro com o mercado de jogadores?
Nossa principal missão é trabalhar a formação de jogadores para clubes grandes.  Precisamos vender atletas, negociar eles de alguma forma com os grandes clubes do futebol nacional. Temos jogadores no Atlético Goianiense, já enviamos jogadores para serem avaliados no Flamengo, Palmeiras-SP e também já estamos preparando outros para realizarem testes no Fortaleza. Temos gente no Náutico, no Sport e esse é o nosso foco principal.  A meta é formar jogadores para venda e dar a oportunidade para os garotos vencerem na vida através do futebol.

O Palmeira já está conseguindo algum faturamento enviando os seus jovens para outros clubes?
Sim. Já tivemos receita com atletas negociados. Mas a intenção é fazer esse bolo crescer ainda mais ao longo dos próximos anos.

Existem apostas que vocês estão dando como lucro certo para o projeto?
Temos o João Aleluia que está no Atlético Goianiense, possuímos quinze por cento dos direitos econômicos sobre o jogador que é um atleta com um potencial enorme.  Assim como eles, temos outros jogadores de qualidade semelhante que ainda estão conosco, mas tenho certeza que irão despontar na carreira, com potencial de chegar aos grandes clubes nacionais. Posso citar sem medo nenhum de errar nomes como os de Gustavinho, eleito o melhor jogador na vitória sobre o América, também foi o melhor no jogo contra o ABC, onde até marcou um gol. Temos certeza de que, em breve, o atleta estará num grande clube nacional.  Iguais a ele possuímos ainda o Luquinhas, Dudu, ambos volantes. Esses na faixa de 16 anos, temos Márcio que atua na lateral-esquerda um menino de 19 anos, bem como outros que vêm despontando na carreira.

É difícil se realizar uma espécie de acordo com ABC e América, para que eles sirvam como uma espécie de barriga de aluguel e depois tenham acesso a um percentual na venda desses jovens que estão surgindo no Palmeira?

Apesar de ter uma relação muito boa com os presidentes de ABC e América,ainda não conseguimos emplacar nenhum negócio. Inclusive chegamos até a oferecer alguns dos nossos nomes para eles, mas não houve interesse. Também não sei como funciona a política interna deles, respeito, mas o fato é que não conseguimos emplacar nada. Como sou bem otimista, acredito que esse tipo de acordo possa ocorrer num futuro próximo, são dois clubes grandes no futebol brasileiro que, certamente, darão uma visibilidade maior para o trabalho que desenvolvemos. Nosso objetivo é trabalhar junto com eles, tanto para os atletas ganharem mais experiência,antes de sair, quanto pelo fato de ABC e América serem ótimas vitrines.

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