Quatro anos após a aprovação do Plano Cicloviário de Natal, em 2011, e da lei municipal 349/2011, que torna obrigatório o cumprimento do plano, o Município só implantou rês ciclofaixas e uma ciclovia na cidade. A falta de revitalização dos trechos e interdições têm propiciado o abandono das estruturas, e pior: o surgimento de ciclofaixas “clandestinas” pintadas anonimamente no asfalto e que, por não serem reconhecidas pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, não garantem a segurança do ciclista.
Um exemplo de desestruturação é a ciclofaixa da avenida Ayrton Senna, um trecho de 12km que pena com a sinalização, já apagada, e a interdição de um trecho utilizado na reforma da lagoa de captação. O trecho passou a ser utilizado por moradores para caminhadas. Já os ciclistas, como o autônomo Paulo Sérgio Andrade, 42 anos, preferem se arriscar entre os carros. “Do jeito que tem estrutura para carro e pedestre deveria ter para nós. Os problemas são os mesmos: buraco e falta de espaço”, comenta o ciclista, que ontem enfrentava um tráfego até leve na avenida, por volta das 10h30 da manhã.
Já na Ribeira, uma ciclofaixa foi pintada clandestinamente na avenida Duque de Caxias. Uma linha vermelha mal pintada separaria o trecho dos ciclistas. A STTU, porém, só reconhece as ciclofaixas das avenidas do Contorno, Itapetinga, Ayrton Senna e Praia dos Artistas.
“Estamos tentando identificar, mas temos dificuldade. Essas faixas são vandalismo, o pessoal fazendo pressão, e podem gerar uma falta sensação de prioridade para o ciclista”, afirma o secretário adjunto de trânsito da STTU, Walter Pedro.
De acordo com ele, o projeto de ciclovias, ciclofaixas e bicicletários dependia de R$ 10,6 milhões, mas não foram liberadas linhas de crédito pelo Ministério das Cidades. O Município deve começar a repensar o projeto a partir de março. A ideia é que sejam delimitadas ao menos ciclofaixas com recursos do município.
