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Projeto pioneiro para plantio de melão

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QUALIDADE - Os melões irrigados com a água do rio Mossoró ganharam selo Empresários estão aproveitando a parte limpa do Rio Mossoró para fazer negócios que estão gerando emprego e renda. Um projeto pioneiro na área da fruticultura irrigada já está sendo desenvolvido no bairro Bom Jesus (zona sul da cidade) e os resultados favoráveis já apareceram.

Os melões irrigados com a água do Rio Mossoró ganharam selo de qualidade e toda produção tem venda garantida, com 70% da safra saindo para o exterior. A técnica desenvolvida nesse projeto é muito simples e dispensa utilização de equipamentos importados, de alta tecnologia ou mesmo de tratamento de água.

“Observamos por dois anos a salinização da água do Rio Mossoró e concluímos que no trecho que vem de Governador Dix-sept Rosado até a barragem de Genésio, a água é limpa e pode ser perfeitamente utilizada na cultura do melão”, falou o empresário Izoáris Oliveira, garantindo que a poluição do rio começa após a barragem em direção ao centro da cidade, onde está concentrada a área urbana.

Com a captação de água através da adutora, está sendo possível manter uma plantação de 150 hectares, sendo que cada hectare está produzindo em média 27 toneladas por safra.

Semanalmente são plantados 6,4 hectares para atender os pedidos do comércio interno e principalmente externo. O planejamento de plantio e colheita são feitos tendo por base os embarques das companhias marítimas que levam as encomendas para fora do País.

No mercado interno, os melões mossoroenses produzidos no novo projeto estão sendo vendidos principalmente para São Paulo e Mato Grosso do Sul. Já no exterior, os grandes consumidores são os países da Inglaterra, Alemanha e Irlanda.

No momento, a única restrição tem sido a instabilidade do dólar que está baixando a margem de lucro dos contratos. Mesmo assim, a economia conseguida com o novo método tem sido considerável, já que com a oferta abundante de água está sendo possível aumentar a produção.

“É mais barato e melhor trabalhar com água de superfície, porque quando é poço porque você trabalha com uma vazão que muitas vezes não corresponde ao real”, justificou Izoáris.

A plantação de melão está gerando 100 empregos diretos com atuação nas áreas do plantio, capinagem e mecanização. Além das águas do Rio Mossoró, o projeto de irrigação do bairro Bom Jesus utiliza abelhas para a polinização. A estratégia faz aumentar a produção em torno de 20 a 30%.

O projeto está sendo analisado por doutores da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), que solicitou área e adubo para a realização de experimentos. Com os estudos será possível entender como funciona a irrigação naquele tipo de solo, a quantidade ideal de líquido para irrigação e principalmente a melhor forma de racionar água.

Controle das frutas é rigoroso

Além do controle diário de salinização, é feito todo um controle biológico para que não haja nenhum risco de contaminação das frutas pelas águas do rio Mossoró.

A água captada do rio é transportada via adutora por 2.500 metros por uma bomba com potência de 100 cavalos que fica dentro de um flutuador. A água é levada para um reservatório de 500m³. Lá é feito o tratamento através da central de bombeamento.

Antes de ser distribuída para irrigação, a água é misturada a adubo, fertilizante e defensivo – tudo na dosagem certa e necessária para a plantação. A água também é monitorada por profissionais e engenheiros agrônomos que foram contratados especialmente para esse controle e garantia de qualidade do plantio.

O projeto de agricultura irrigada no Bom Jesus está produzindo mais de quatro mil toneladas de melão por safra. Para conseguir esse resultado, só mesmo com muito planejamento. Além da transposição da água, que barateia o sistema de irrigação, o projeto segue as normas de vigilância sanitária. Logo na entrada, há placas de sinalização e banheiros químicos para os funcionários.

Para ter acesso às plantações, a velocidade é controlada e não pode passar de 20km/h. “Não pode andar rápido porque a poeira prejudica a fotossíntese”, explicou o empresário Izoáris Oliveira.

Após a colheita, as frutas são lavadas e depois selecionadas para o processo de importação e exportação. A diferença é apenas no tamanho, já que as frutas são da mesma safra. Depois da seleção, os melões são encaixotados e etiquetados e até os insumos têm venda garantida.

A partir da próxima safra, os empresários poderão comprar embalagens no mercado interno com facilidades, graças à MP do Bem. Antes, as caixas eram importadas porque a mercadoria brasileira era tarifada, e os empresários tinham de pagar ICMS, IPI, entre outros impostos. Agora com a mudança, a venda será facilitada, para que a receita fique no País. “Assim vai ser melhor, porque a gente estava comprando fora porque saía mais barato. Assim o dinheiro fica aqui, gerando emprego e renda”, disse.

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