Os projetos da Prefeitura para revitalização da cratera de Mãe Luíza ainda podem esbarrar nas desapropriações – principalmente na área prevista para receber a escadaria “Ladeira da Guanabara”. A área, decretada como “non aedificandi” pelo Município logo após o desastre, é dividida em três lotes, cada qual com um proprietário diferente.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE conseguiu identificar, junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), os três proprietários do terreno. A primeira área, com 374,76 m², localizada aos pés da Avenida Sílvio Pedroza, pertence a Maria das Graças da Silveira. Já dois lotes que margeiam o edifício Aldebaram pertencem à construtora BSPAR, e o terceiro lote, ao lado da escadaria destruída, pertence ao estrangeiro Kurt Hans Schebesta.
#SAIBAMAIS#De acordo com o secretário adjunto de planejamento de finanças, Alexandre Dutra, nenhum dos três proprietários chegou a ser notificado pela Prefeitura sobre os planos para o terreno. Segundo Dutra, o Município foca, no momento, nos projetos emergenciais. “A área foi decretada como zona de risco pela Defesa Civil. Até estabelecermos o que vai ser feito com a área, vai ser preciso verificar se ela é passível de ocupação ou não, se é uma área edificável. Depois do desastre, não é uma área tão valorizada”, afirmou.
O advogado Thiago Silveira é filho da proprietária do maior lote. Segundo ele, a família possui o terreno há 35 anos, e já tinha assinado contrato com uma construtora para realização de um novo empreendimento. Silveira afirma que ainda não foi notificado pelo Município para negociar a área, mas não pretende abrir mão.
“Somos tão vítimas da tragédia quanto a população. É um patrimônio que nos pertence. Vamos esperar a tragédia passar para fazer qualquer coisa, mas mantemos nosso interesse na área”, afirmou. Ele lembra que parte do terreno pertence à União, por ser área de marinha.
Na área, a Prefeitura vai investir em projetos de revitalização que inclui construção de uma escadaria, um pórtico, um posto policial e um ponto de ônibus no terreno entre os prédios Infinity e Aldebaram. A “Ladeira da Guanabara”, como foi batizada, só começará a ser concluída quando a contenção da encosta for finalizada. “A partir da contenção é tranquilo. O projeto final de drenagem já está pronto. A partir daí é recompor a pavimentação, construir as duas cortinas de concreto e a escadaria”, afirmou Neto. Os projetos executivos devem ser finalizados até a próxima segunda-feira.
