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Protesto marca quarta edição do Enade

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São Paulo – Protestos isolados marcaram a quarta edição do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), realizada domingo em todo o País. Parte dos universitários deixou a prova em branco e colou nela adesivos distribuídos pela União Nacional dos Estudantes (UNE), com dizeres como “Dou nota zero para o Enade” e “Enade, uma avaliação pela metade”. Para a UNE, a prova serve mais para criar um ranking de universidades do que para melhorar o ensino brasileiro.

O Enade foi aplicado em 614 cidades. Eram esperados pouco mais de 215 mil estudantes. Faltaram 17% (cerca de 36 mil alunos), mesmo índice do ano passado, segundo dados preliminares do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pelo Enade. Provas e gabaritos podem ser consultados no site do Inep (www.inep.gov.br). Os resultados serão divulgados apenas em meados do ano que vem.

No Rio Grande do Norte estavam inscritos 2.671 estudantes universitários. O exame foi realizado em Assu, Apodi, Caicó, Currais Novos, Goianinha, João Câmara, Mossoró, Natal, Pau dos Ferros, Santa Cruz e São Miguel. O Inep disse ontem que somente nesta terça-feira será divulgada a abstenção por unidades da federação.

No Enade, a nota obtida é da faculdade, não do aluno – o resultado individual não vai para o histórico escolar. Aplicada anualmente, a prova tem como objetivo avaliar o ensino superior brasileiro, principalmente o federal e o particular, e fechar os cursos de baixa qualidade. Neste ano, estão sendo avaliados 3.454 cursos de 16 áreas do conhecimento. O Enade faz parte do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes), que avalia também os professores e a estrutura dos cursos. Segundo professores de diferentes cursos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) ouvidos pela Agência Estado, as questões específicas estavam bem elaboradas. Em Medicina, havia perguntas sobre as principais especialidades, como pediatria, neurologia e ginecologia. “O grau de dificuldade foi compatível com o conhecimento de quem se formou agora”, diz o professor Paulo Olzon.

Em São Paulo, alunos ironizaram a prova. “As perguntas são idiotas”, disse Giovanna Landucci, de 23 anos, ao sair da prova. “Não avaliam o aluno nem a faculdade”, completou. A estudante de Publicidade perdeu o exame no ano passado e teve que voltar domingo. Ela só soube do boicote quando chegou para fazer o exame. “Achei ótima a idéia.” Na porta do colégio, seis integrantes da Frente de Oposição de Esquerda da União Nacional dos Estudantes (UNE) distribuíam panfletos e adesivos com os dizeres “Boicote já – Por uma avaliação de verdade” e tentavam convencer os estudantes a aderir ao protesto. A orientação era assinar a prova, colar o adesivo e entregar em branco. “O objetivo do selo é deixar claro que o estudante não respondeu porque não quis, não porque não sabia”, explicou Ricardo Costa, de 21 anos. “Somos contra (a prova) porque entendemos que o sistema avalia só o desempenho dos estudantes, não a universidade.”

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