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PSB aprova aliança em reunião tumultuada

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TUMULTO - Diretório Municipal do PSB aprova aliança política com PT e PMDB

O diretório municipal PSB aprovou ontem à noite uma resolução na qual ratifica o apoio à candidatura da deputada Fátima Bezerra, numa aliança com o PMDB e o PT. Também ficou aprovada a alteração da data da convenção municipal para dia 16 de junho próximo. O grupo que apóia o deputado federal Rogério Marinho foi derrotado por 27 votos contra apenas 10. 4 membros do diretório abstiveram-se de votar, prevalencendo, assim, a tese defendida pela governadora Wilma de Faria, presidente estaudal do partido, e pelo prefeito Carlos Eduardo, presidente municipal, de uma coligação, em Natal,  entre os principais partidos da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A reunião foi marcada por tumulto e agressões. O episódio mostrou que se a reunião tivesse sido conduzida sem a presença de membros da Juventude Socialista Brasileira (JSB); ou pelo menos se as provocações por parte desse grupo (que apóia Rogério Marinho) tivessem sido controladas, os ânimos não teriam se exaltado a ponto de incluir entre os feridos a jornalista Flávia Urbano. Mesmo assim, Rogério Marinho afirmou ontem que vai levar a dissidência à frente, até a convenção, quando terá o apoio dos mesmos que ontem fizeram a reunião do PSB um acontecimento tão inusitado.

A reunião estava marcada para começar às 19h. À tarde, já por volta das 15h, quando começaram a chegar membros que coordenariam a reunião, membros da JSB, na sala principal do diretório, começaram a gritar palavras de ordem contra o presidente municipal do partido, Carlos Eduardo Alves. Tudo com direito a filmagem e registro fotográficos patrocinados pelo grupo de apoio a Rogério Marinho.

Por volta das 16h31, após a chegada de membros como Cláudio Porpino e Márcia Maia, surgiu a informação de que a reunião seria antecipada como forma de evitar tumultos. Às 17h42, o pai de Rogério Marinho, advogado Valério Marinho, apresentou à organização da reunião uma liminar assegurando que todos os filiados do diretório poderiam falar durante o encontro.

Ficou acertado então, que a reunião, que antes ocorreria no auditório e da qual só participariam os 45 membros do diretório, seria realizada na sala principal da sede do partido. Às 19h10, a reunião foi aberta pelo prefeito Carlos Eduardo; e a partir deste momento, a trancos e barrancos, o encontro foi conduzido o tempo inteiro sob discussões, provocações e, em alguns momentos, princípios de agressão.

Como exemplo desses momentos, de um lado, o grupo de Rogério Marinho acusava o prefeito de ditador. Do outro lado,  resposta vinha com declarações afirmando que Rogério Marinho “deixasse de besteira” por que só era deputado “por causa da guerreira”. Ao fim da votação, às 20h19, sob muitos protestos e um discurso no qual afirmou que procuraria a Justiça, Rogério Marinho foi derrotado.

Minutos depois, o que se seguiu foi um confronto entre apoiadores do deputado e seguranças no qual spray de pimenta foi disparado e atingiu diversas pessoas.

Se Rogério Marinho manter a candidatura, como afirmou ontem que pretende, dia 16 de junho, das 8 às 11h, a sede do PSB será palco de nova disputa. Dessa vez, definitiva.

Convenção será no dia 16 de junho

Na convenção dos dia 16 próximo, uma segunda-feira, o diretório municipal do PSB (que ontem aprovou encaminhamento para apoiar Fátima Bezerra) pretende não aceitar como votantes os novos 3 mil (aproximados) filiados que Rogério Marinho afirma ter obtido pela campanha nacional de filiação. Isso ocorrerá porque até agora o diretório municipal não recebeu as fichas de filiação dessas pessoas. Dessa forma, o diretório só pretende considerar válidas cerca de 1.100 filiações que já estão homologadas no diretório municipal. Ontem à tarde, em entrevista coletiva, Carlos Eduardo lembrou que dia 16 de maio enviou ofício ao presidente nacional do PSB solicitando informações sobre essas possíveis filiações. No ofício o presidente municipal do PSB comunicou ao líder nacional que “só estarão aptos a votar e ser votado, na convenção de junho próximo, no município de Natal, aqueles filiados cujo processo de filiação respeitou o Estatuto partidário ou até que já tenham seu nome sido encaminhado ao crivo do Poder Judiciário Eleitoral até o dia 15 de abril deste ano”.

 Tentaram intimidar, afirma Carlos

O presidente municipal do PSB, prefeito Carlos Eduardo, avaliou que o deputado federal Rogério Marinho, que insiste em ser candidato majoritário, está “recolhido à minoria do partido”. “Ele deveria se conformar com a derrota dele e cada vez mais o espaço diminui na tentativa dele ser candidato”, avaliou Carlos Eduardo. Ele disse não admitir a hipótese de Rogério Marinho ser candidato. “Não acredito que ele vai se impor como candidato”. Ele disse não temer uma derrota na convenção municipal do partido. Para o prefeito, a maioria peessebista defende a idéia da governadora Wilma de Faria na aliança com o Partido dos Trabalhadores. “Foi (a reunião do diretório municipal) uma disputa democrática embora algumas pessoas não tenham se comportado dentro do clima de democracia, mas faz parte”, destacou.

Carlos Eduardo afirmou, em tom de denúncia, que tentaram intimidá-lo a não participar do encontro. “Eles fizeram todo tipo de terrorismo, de aconselhamentos para que eu não fizesse, aqui eu não chegasse e adiassem a convenção. Mas aqui eu cheguei e decidimos pela aliança”, comentou o prefeito.

Entrevista – Márcia Maia

A vice-presidente municipal do PSB, deputada estadual Márcia Maia, acusou o deputado federal Rogério Marinho de incitar a violência na reunião do diretório municipal da legenda, ocorrida na noite de ontem. Ela também lamentou que, ao invés de exercer o mandato como parlamentar, Rogério Marinho esteja tentando impor a canditadura.

A senhora está decepcionada com o partido?
Vi toda essa cena de hoje (ontem) à noite com muita tristeza. Era uma reunião simples, mas nós fomos surpreendidos desde a manhã de hoje com pessoas chegando de forma agressiva, ocupando o partido e se juntando com outras pessoas querendo tumultuar a reunião. Queríamos fazer de forma pacífica.

A senhora está decepcionada com o deputado federal Rogério Marinho, aliado histórico do seu grupo?
Estou decepcionada com o dputado federal Rogério Marinho. Não esperava isso dele, ele não é membro do diretório municipal, ele é filiado ao partido. Foi um deputado federal apoiado pela governadora, por mim, pelo prefeito Carlos Eduardo e, na verdade, (ele) comandou o número grande de filiados do partido que vieram para cá nos agredir e evitar que fizéssemos a reunião. Se ele diz que está visitando os filiados por que esse tumulto aqui no partido estimulando inclusive agressões?

Então Rogério Marinho incitou o tumulto?
Infelizmente. É legítimo que todos lutem por pré-candidaturas desde que elas sejam discutidas, apoiadas pelas lideranças partidárias e pelos filiados. O deputado federal Rogério Marinho não vejo como resistência, mas insistência que está há 14 meses em campanha. Quando ele se elegeu deputado federal ele não se elegeu com o intuito de cumprir o mandato, mas já pensando em ser candidato a prefeito de Natal. Ele está querendo que todos nós filiados do PSB engulamos a sua candidatura a prefeito de Natal. Candidatura tem que ser processo natural e não imposta. Na minha visão foi. Ele (Rogério Marinho) subiu em cima de cadeira, em cima de mesa, ele estimulou a violência dentro do partido. Eu não esperava isso do deputado federal Rogério Marinho. Esperava que ele nos ajudasse a fazer com que a reunião fosse pacífica. Em nenhum momento ele nos ajudou. Ele estimulou para que a reunião fosse tumultuada e até que ela fosse cancelada e nós ficamos firmes e procuramos acalmar o militante. Queria paz dentro do partido e sou a favor de um processo que seja pacífico.

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