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PSD fica restrito a dois deputados na Assembleia

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A bancada do recém-criado Partido Social Democrático — prevista para ser a maior da Assembleia Legislativa com seis deputados — ficará enfraquecida com as desistências de adesões à legenda. Apenas dois deputados  estaduais, José Dias e Gesane Marinho, confirmaram que mantém a adesão ao partido que é presidido no Estado pelo vice-governador Robinson Faria.

Já os parlamentares Gustavo Carvalho, Vivaldo Costa, Ricardo Motta e Raimundo Fernandes desistiram da legenda de Robinson Faria. Os quatro permanecerão nas siglas aos quais estão filiados. Ou seja, Ricardo Motta e Raimundo Fernandes continuam no PMN; Gustavo Carvalho se mantém no PSB; e Vivaldo Costa, no PR.

A reviravolta na previsão inicial para formação do PSD traz uma baixa para o grupo do vice-governador Robinson Faria, que, se antes presidia um partido, o PMN, com cinco deputados estaduais e se preparava para estrear a nova legenda com a maior bancada da Assembleia, hoje começa a viver um momento delicado. A condição de ter apenas dois deputados tira do PSD, inclusive, o assento no colégio de líderes do Legislativo estadual. Esse colegiado exerce um papel decisivo na Assembleia, uma vez que cabe ao grupo definir a pauta de votação em plenário.

Ontem, o deputado Ricardo Motta falou com Robinson Faria e, na ocasião, avisou que a decisão de ficar no PMN é irreversível. Robinson evita declarações públicas com críticas diretas ao ex-correligionário. Mas as indicações são de que ele teria reagido como indignação e lembrado o apoio decisivo para Ricardo Motta conquistar a presidência da Assembleia. Motta, por sua vez, teria afirmado que está em um momento político que justificaria a permanência no PMN, uma vez que na condição de presidente da Assembleia terá a liderança do partido. Atualmente, o presidente do PMN é o deputado Antonio Jácome, mas o cargo tende a ficar com Ricardo Motta.

O deputado Gustavo Carvalho (PSB) disse que decidiu rever a escolha partidária depois que o grupo político se desarticulou. “O projeto inicial era de um grande bloco, que seria formado, mas foi desarticulado e não há sentido de eu tomar uma posição individualista”, justificou o parlamentar.

Ele afirmou que está filiado ao PSB há 15 anos e a presidente estadual da legenda, a ex-governadora Wilma de Faria, fez um apelo para ele não mudar de partido. “Sempre tive o respeito da ex-governadora Wilma de Faria, não houve fissura na nossa relação”, disse.

Presidência do PMN está em disputa

A permanência dos deputado estaduais Ricardo Motta e Raimundo Fernandes no PMN ensejam uma disputa pela presidência estadual do partido. Quando Ricardo Motta e Raimundo Fernandes anunciaram a intenção de sair da legenda para ingresso no PSD, o PMN ficou, no RN, sob o comando do deputado estadual Antônio Jácome. Mas com a mudança de projeto dos dois deputados que iriam para o PSD, a disputa agora é pela presidência do PMN.

“Recebo de bom grado a notícia da permanência dele (Ricardo Motta) e de Raimundo Fernandes no partido. Nossa legenda ficará com três deputados, o que garante o direito a voto no colégio de líderes”, comentou Antonio Jácome.

Sobre a presidência estadual do PMN, o deputado disse que “não houve qualquer conversa”. A indicação de Jácome para o cargo na legenda foi do comando nacional do partido.

Plenário

Na sessão plenária da Assembleia Legislativa, realizada ontem, o deputado estadual José Dias (PMDB) repercutiu as notícias recentes que envolvem a crise do PSD. José Dias afirmou que sua filiação ao novo partido, presidido pelo vice-governador Robinson Faria, é irreversível e negou ter sido “assediado” – em algum momento – pelo governo para aderir a alguma legenda.

“Não é verdade que o governo tenha capitaneando, com oferta de favores para filiações. Em nenhum momento fui procurado com uma tentativa de me convencer a fazer filiação a esse ou àquele partido”, declarou Dias, no plenário da Assembléia. Ele foi o primeiro orador do dia.

O deputado destacou o fato de o PSD ter sido registrado no Rio Grande do Norte sem nenhum questionamento, ao contrário do que ocorreu em outros estados. “No entanto, aqui criou-se uma balburdia em torno da filiação partidária de certas pessoas e eu fico indignado quando as pessoas questionam uma posição que é inqüestionável. Já disse que me filiaria ao PSD por diversas vezes, e vou me filiar”.

José Dias afirmou que, com 25 anos de mandato, não pode aceitar ser incluído no rol daqueles que envergonham a classe política. “Desafio que alguém aparece dizendo que eu deixei de cumprir com minha palavra, que eu trai alguém nesses 25 anos de vida pública, por interesse pecuniário, por interesse próprio”, afirmou.

Desistência teve incentivo do governo

Nos bastidores da Assembleia Legislativa (AL), alguns deputados consideram que a articulação de pessoas próximas à governadora Rosalba Ciarlini (DEM) foi decisiva para quatros deputados estaduais desistirem de aderir ao PSD, legenda presidida no Estado pelo vice-governador Robinson Faria. Ontem, a desistência do presidente da AL, Ricardo Motta (PMN), e dos deputados Gustavo Carvalho (PSB), Vivaldo Costa (PR) e Raimundo Fernandes (PSD) foi o assunto que predominou entre parlamentares que circulavam nas antessalas da Assembleia.

Pelo menos dois deputados revelaram à reportagem que a permanência de Motta no PMN teria sido articulada pelo marido da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), o ex-deputado Carlos Augusto Rosado (DEM). Entre os poucos que externaram posicionamentos publicamente sobre o assunto, estava o deputado José Dias, que voltou a dizer “que não está à venda”.

O distanciamento político entre Robinson Faria e a governadora começou a ficar claro com o envio da mensagem do Executivo solicitando um empréstimo de US$ 540 milhões ao Bird, proposta que excluiu a  Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), que tem como titular Robinson Faria.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou falar ontem com Robinson Faria, mas o celular dele estava desligado.  Na entrevista publicada domingo na TN , ele chegou a lembrar que os deputados estaduais Ricardo Motta e Raimundo Fernandes foram com o deputado Fábio Faria a São Paulo, onde definiram a formação do Partido Social Democrático no RN. “Sou amigo de Ricardo Motta há 24 anos, meu amigo particular, amizade fraternal. Ricardo Motta foi companheiro leal do PMN o tempo inteiro. Eu não posso falar por ele, o que posso dizer é que acho que nós estaremos juntos”, comentou, na entrevista.

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