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PSDB pede informação sobre gasto

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DESPERDÍCIO -  Airbus que serve à Presidência passou por modificações antes de chegar a um ano de uso

Brasília (AE) – O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), quer que o ministro da Defesa, José Alencar, preste informações ao Congresso sobre a reforma na decoração do avião presidencial, que ganhou um bar em sua ala íntima. Requerimento foi apresentado ontem pelo líder tucano que, com base no Regimento Interno e na Constituição e considerando a competência fiscalizadora do Congresso, solicita ao ministro que esclareça as razões da reforma e seu custo em reais.

Batizado de Santos Dumont e apelidado de AeroLula, o Airbus 319 que serve à Presidência da República passou por uma reforma na área reservada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus familiares no final de 2005, antes mesmo de completar o primeiro aniversário em janeiro deste ano. Como esta ala íntima já contava com quarto de casal, banheiro com chuveiro e uma sala com duas mesas de madeira e oito poltronas, o PSDB questiona a razão do acréscimo de um bar.

O PFL do líder da oposição no Senado, José Jorge (PE), também endossa o requerimento de Arthur Virgílio e cobra explicações do ministro da Defesa. “Essa reforma no Aerolula tem a cara do PT”, critica o pefelista, ao lembrar que até o tesoureiro do PT Delúbio Soares, afastado da função depois das denúncias de corrupção, circulava em São Paulo em um dos três carros de luxo blindados, que o partido mantinha a serviço dos dirigentes petistas.

“É surpreendente que tão pouco tempo depois de ser estreado o Aerolula passe por uma reforma que não leva em conta necessidades técnicas ou a segurança do vôo, e sim as mordomias do presidente Lula”, protestou o líder do PSDB na Câmara, Alberto Goldman (SP). “Desde o início desse governo, o presidente, os ministros e os funcionários petistas só trataram de ampliar as mordomias”, concordou José Jorge.

A Força Aérea Brasileira (FAB) é a responsável pelo avião, mas a revisão técnica e a montagem do bar foram realizadas pela TAM, companhia aérea que tem uma oficina autorizada pelo fabricante do Aerolula. Um militar da FAB relata que, quando o Palácio do Planalto decidiu modificar a ala íntima a “ordem de serviço” mencionava a palavra “bar”. Mas o temor da má repercussão da pequena reforma mudou o texto da determinação originalmente dada à oficina: em vez de “bar”, a palavra foi substituída por “balcão”.

Ontem, no entanto, o secretário de coordenação e acompanhamento de assuntos militares da Presidência da República brigadeiro Joseli Parente Camelo, nega que haja um bar ou um balcão na cabine do presidente. “Foi feita uma adaptação para a colocação de prateleiras em armários, para facilitar o transporte de algumas coisas usadas em comissaria”, afirmou, admitindo que entre as tais “coisas usadas em comissaria” estão copos e garrafas. Ao detalhar o serviço, o brigadeiro explicou que “foi necessário fazer quadradinhos”, referindo-se ao nichos que, em bares convencionais, são usados para abrigar garrafas de bebidas.

Antonio Palocci muda teor do depoimento

Brasília (AE) – O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, enviou ontem uma carta à CPI dos Bingos na qual retifica o teor do depoimento que prestou à comissão no dia 26. Na ocasião, Palocci afirmou ter viajado num avião do empresário José Roberto Colnaghi, que teria sido alugado pelo PT. Na carta, o ministro alega que cometeu “uma imprecisão terminológica” por não ter se dado conta de que só poderia ter usado o verbo alugar caso o partido tivesse desembolsado algum dinheiro.

“Ao reafirmar que o PT disponibilizara um avião para meu transporte, recorri inadvertidamente à expressão ‘alugou’, sem me apegar à acepção estrita do termo”, diz o ministro na carta. No texto, Palocci assegura ainda que nem sequer conhece as condições e os detalhes da organização da viagem de ida e volta de Brasília para Ribeirão Preto que realizou em 23 de julho de 2003, para comparecer a um evento do partido. “Utilizei os meios disponibilizados pelo PT para comparecer àquele evento político”.  O ministro apresentou as explicações um dia depois de a comissão ter decidido questioná-lo para saber quem falava a verdade: ele, que atribuía ao PT o aluguel do avião, ou o empresário Colnaghi, que afirmara “jamais ter locado o avião”.

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