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PSDB quer evitar conflito entre Serra e Alckmin

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São Paulo e Brasília (AE) – O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), escalou dois tucanos para apagar um incêndio no partido entre os serristas e o grupo do ex-governador Geraldo Alckmin, diante da possibilidade de instalação da CPI da Nossa Caixa na Assembléia paulista. A comissão parlamentar de inquérito investigaria o suposto uso político de recursos do banco estadual na gestão Alckmin. Alguns alckmistas não gostaram da posição de Serra sobre a investigação, determinada pelo Tribunal de Justiça no fim de março.

O governador disse que não faria nada “nem para acelerar nem para segurar a CPI”. A declaração foi interpretada como uma indiferença com o colega de partido – que passa uma temporada em Boston, depois da derrota na eleição à Presidência – e uma tentativa de enfraquecer Alckmin para a disputa no PSDB para escolha do candidato à Prefeitura de São Paulo em 2008.

O secretário de Relações Institucionais do governo Serra, José Henrique Reis Lobo, a pedido de Serra, telefonou ontem para Alckmin nos Estados Unidos. “Serra e Alckmin estão profundamente irritados com essas notícias que apontam divergência por causa da CPI. Elas estão sendo produzidas por motivações que desconhecemos”, afirmou Lobo, que coordenou a campanha dos dois tucanos no ano passado. Segundo ele, são improcedentes as insinuações de que as relações entre Serra e Alckmin se agravaram por conta da ameaça de CPI.

A presidência da Assembléia Legislativa, comandada pelo tucano Vaz de Lima, promete recorrer. Lobo afirmou ainda que o ex-governador entende a posição de Serra e concorda com o atual governador que a CPI é questão de “economia interna da Assembléia Legislativa”. Serra acionou o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA), que levou a membros da bancada tucana na Câmara esclarecimentos do governador e a negativa de que haja a intenção de desconstruir a gestão Alckmin.

Do lado do ex-governador, o deputado Edson Aparecido (PSDB-SP) também procurou Serra para pôr panos quentes na confusão. Embora haja um descontentamento no ninho alckmista com algumas atitudes de Serra, há um esforço para evitar a antecipação do enfrentamento quase certo em 2008. Por isso, a cada estranhamento, entram os bombeiros. Assim como no partido e na Câmara, a bancada do PSDB no Legislativo paulista também está dividida entre alckmistas e serristas. Por enquanto, dizem os alckmistas, não houve nenhum movimento de retaliação daqueles mais alinhados a Serra.

A escolha da liderança da bancada aconteceu sem problemas. Estavam na disputa os deputados Pedro Tobias, João Caramez – mais próximos de Alckmin – e Mauro Bragato, mais alinhado a Serra. Este acabou ficando com a vaga, após a saída de Tobias por problemas de saúde e a desistência de Caramez. DISCURSO AFIADO – Serra nega a desconstrução apontada por alckmistas, mas algumas vezes, em seus discursos, não poupa a gestão do antecessor. Nesta semana, por exemplo, durante a inauguração de um piscinão no ABC, um comentário do tucano colocou em dúvida a condução das finanças do Estado por Alckmin. “Conseguimos botar as finanças em dia”, destacou Serra, ao exaltar suas realizações nos primeiros 100 dias de governo.

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