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PT rompe e entrega os cargos a Robinson Faria

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Valdir Julião
Repórter

O Partido dos Trabalhadores (PT) entregou no Setor de Protocolo,  no térreo da Governadoria, no final da tarde de ontem, o pedido de exoneração de seis secretários e de um secretário adjunto, oficializando o rompimento do partido com o governo Robison Faria (PSD). A decisão foi tomada um dia depois do deputado federal Fábio Faria, filho do governador, anunciar que votará pelo impeachment da presidenta da República, Dilma Rousseff, no próximo domingo (17).
Mineiro, Robinson e Fátima: do apoio que viabilizou vitória em 2014 ao rompimento em 16 meses
Nenhum dirigente ou membro da Executiva Estadual do PT foi à Governadoria entregar a documentação, que foi levada pela assessora de imprensa do partido, Rosa Moura. O PT entregou os cargos ocupados pelos secretários Francisco das Chagas Fernandes (Educação e Cultura), Raimundo da Costa Sobrinho (Assuntos Fundiários e Reforma Agrária), Maria Teresa Freire da Costa (Políticas para Mulheres), Berna Barros de Azevedo (Políticas para a Juventude), além de dois dirigentes da administração indireta – o diretor geral da Emater, César José de Oliveira e o diretor geral da Fundação  José Augusto (FJA), Joaquim Crispiniano Neto -, além do secretário adjunto de Reforma Agrária, Juliano Siqueira.

#SAIBAMAIS#O presidente estadual do PT, Eraldo Paiva, disse que a decisão dos membros da Executiva Estadual “foi unânime”, com o apoio incondicional de todos os ocupavam cargos no governo Robinson Faria. Paiva disse, ainda, que o PT entendeu que “o PSD está sendo co-autor do golpe”, que está sendo perpetrado contra a presidenta Dilma Rousseff, em Brasília, “e não podia compactuar com isso”. Para o dirigente petista, a decisão de romper com o governo refletiu “um sentimento de consenso” entre os membros da Executiva Estadual e os secretários, “por acharem que fomos traídos pelo governo estadual e o PSD”.

Eraldo Paiva disse esperar que o  filho do governador, Fábio Faria, tenha a mesma postura e coerência que o PT teve e entregue imediatamente os cargos locais no governo federal para os quais fez indicações, como é o caso da superintendência regional da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) “e todos os demais cargos federais que o PSD ocupa no Rio Grande do Norte”.

Paiva explicou, também, que como essa questão do rompimento com o governo estadual foi uma coisa muito recente, não se discutiu a postura do partido na Assembleia Legislativa, se vai para a oposição ou se vai manter uma posição de neutralidade e independência em relação ao governo. O presidente estadual do PT afirmou, porém, que o deputado Mineiro deverá manter “sua coerência sobre os temas que tem discutido na Assembleia”.

Na tarde de ontem mesmo, o secretário estadual de Tributação, André Horta, esteve na sede do PT, na rua Olinto Meira, Barro Vermelho, conversando com o deputado Mineiro acerca de um projeto de lei que será enviado à Assembléia Legislativa. Como o deputado petista já havia deixado a liderança do governo, a discussão sobre a elaboração do projeto de lei, que trata inclusive da criação de uma taxa referencial no Estado, deve passar às mãos do novo lider do governo, deputado Dison Lisboa (PSD).

Vereador em Natal, Hugo Manso Júnior disse que a discussão que resultou no rompimento político do PT com o governo, começou ja na noite da quarta-feira (13), depois que o PT-RN entrou em contato com a direção nacional do partido: “Decidimos pelo rompimento com o governo, a partir da conclusão de que se tratava de um movimento coletivo, e nao algo articulado pelo deputado federal Fábio Faria”.

Nota do Governo
“O Governo do Estado do Rio Grande do Norte lamenta a decisão do Partido dos Trabalhadores (PT) de afastar-se da coalizão político-administrativa estadual, materializada no pedido de exoneração dos cinco secretários e do diretor geral indicados pela legenda.
Desde o início da atual gestão, os secretários contribuíram de forma inquestionável para realização de projetos e ações do Governo Robinson.
O Governo agradece aos secretários e ao partido a parceria e o trabalho desenvolvido.”

Memória
O primeiro estremecimento político entre o PT e o governo estadual ocorreu em 5 de setembro do ano passado, quando ocorreu a demissão da secretária estadual adjunta da pasta da Educação e Cultura, Maria do Socorro Batista, depois que ela criticou a postura do governo em relação à greve dos professores da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN). Socorro Batista passou apenas sete meses do governo e sua exoneração também estremeceu às relações políticas da senadora Fátima Bezerra (PT), a quem a ex-adjunta da SEEC é ligada politicamente, com o governador Robinson Faria.

Cargos do PT no primeiro escalão do governo estadual
Secretaria da Educação e da Cultura (SEEC)
Francisco das Chagas Fernandes, secretário
Domingos Sávio de Oliveira, subsecretário

Secretaria de Assuntos Fundiários e da Reforma Agrária (Seara)
Raimundo da Costa Sobrinho, secretário
Juliano Homem de Siqueira, secretário adjunto
 
Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para Mulheres
Maria Teresa Freire da Costa, secretária

Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para a Juventude
Berna Barros de Azevedo, secretária

Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (Emater-RN)
César José de Oliveira, diretor geral

Fundação José Augusto (FJA)
Joaquim Crispiniano Neto, diretor geral
Aécio Cândido de Souza, diretor

Fonte – GAC

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