Com tom declaradamente irônico, a tirinha é protagonizada por uma mulher casada e mãe, que vê sua dinâmica de vida posta em xeque quando os protocolos pandêmicos a obrigam a dispensar a empregada. As demandas do lar – somadas à desigualdade de gênero – parecem acabar com sua tranquilidade.
A narrativa levanta reflexões sobre o mito do instinto materno, o machismo estrutural, o aumento do número de divórcios durante a pandemia e a disparidade da produtividade de mulheres e homens durante o confinamento.
Publicada no perfil de instagram @johannatds, da artista Johanna Thomé de Souza, a narrativa é assinada pelo trio #furiacriativa, ao qual também se incorporam Lara Ovídio e Mykaela Plotkin.
A ideia da narrativa surgiu a partir das pesquisas que revelaram que homens cientistas haviam aumentado significativamente a produtividade na quarentena, enquanto as mulheres reduziram o envio de artigos para revistas acadêmicas.
Essa informação despertou o olhar do trio para as transformações que o patriarcado impôs à vida das mulheres durante o confinamento, como também para o temor de que os direitos conquistados ao longo de décadas fossem repentinamente perdidos.