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Quais as carreiras mais promissoras no RN?

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MERCADO - Leonardo Campos fez pós-graduação e hoje é engenheiro concursado da empresa PetrobrasTraçar quais são as profissões do futuro é sempre uma tarefa perigosa em virtude dos investimentos regionais, mercado de mão-de-obra, conjuntura econômica. As profissões podem ser diferentes para cada um dos estados brasileiros e ramos de atividade econômica. A diversificação da econômica nacional pode criar situações bem particulares para cada Estado do Brasil. Mas mesmo com tantas variáveis é possível verificar algumas tendências apontadas pelos especialistas em mercado de trabalho. Aqui no Rio Grande, os cargos na área de gestão, nos níveis de gerência e direção são bastante procurados pelas empresas dos mais diversos segmentos. “O mercado do RN tem uma carência de profissionais da área de gestão. E a formação é geralmente em administração, marketing, contabilidade, finanças”, diz o administrador e consultor de empresas, Flávio Emílio Monteiro.

Os salários variam bastante, podendo chegar a R$ 5 mil. Uma outra área bastante requisitada e difícil de encontrar profissionais qualificados é a logística. Os salários variam de R$ 3 mil a R$ 8 mil em algumas empresas. No Estado não existem cursos de graduação que prepare um profissional para essa área, apenas algumas especializações que geralmente são feitas por quem já trabalha na área como engenheiros mecânicos ou de produção.

“Acredito até que a área de engenharia ainda é, sem sombra de dúvidas, uma área bastante promissora e com possibilidade de salários bem altos”, avalia a consultora e especialista em RH e planejamento empresarial, Adriana Benavides. Entre as engenharias, a do Petróleo se destaca como uma das mais promissoras. Isso porque o RN é um dos grandes produtores de petróleo do país. Esse profissional pode atuar desde a exploração até o escoamento do petróleo.

“Não é só aqui no Rio Grande do Norte, o Brasil todo precisa de engenheiros, seja ele civil, de produção ou do petróleo. No caso desse último são pouquíssimos, tanto que a Petrobras investe na qualificação dos engenheiros de outras áreas para que eles possam trabalhar nesse ramo”, explica o gerente de engenharia de produção da Petrobras, Fernando Ribeiro.

A remuneração desse profissional varia bastante, mas para ter uma idéia, na Petrobras, o salário inicial desse profissional é de cerca de R$4.500,00, com grandes possibilidades de aumento ao longo da carreira. A área tecnológica tem um mercado aberto e promissor para os jovens que estão chegando. Um outro exemplo é a arquitetura. “Hoje todo mundo quer um arquiteto para fazer o projeto de sua casa, empresa, até mesmo na administração pública, sempre tem que ter arquitetos para planejar os projetos de desenvolvimento da cidade”, diz Flávio Emílio.

Setor de serviços está em expansão

Mas nem só de gestão sobrevive um Estado, principalmente se ele estiver localizado entre belas praias, dunas e outros atrativos naturais como é o nosso caso. Tendo em vista isso, o setor de serviços também vem se apresentando como um dos mais promissores. Cada vez mais as pessoas valorizam seus momentos de lazer, e dentro desse processo destaca-se o setor de turismo, que mesmo passando por um período difícil, sempre apresenta crescimento significativo. O Ministério do Turismo espera emprega,r até 2010, 1,7 milhões de pessoas no setor em todo o país.

“Uma pessoa que faz graduação em turismo tem um leque de possibilidades amplo, já que pode trabalhar com eventos, gestão, consultoria e planejamento turístico, turismo internacional, sem contar com a possibilidade ser empreendedor, ter sua própria agência de viagem, por exemplo”, explica a coordenadora do curso de Turismo e Hotelaria da Facex, Salete Gonçalves.

Ainda segundo a professora, a remuneração inicial para os recém-formados ainda é baixa, gira em torno dos R$600,00, mas isso não significa que não possa ser maior. “Só uma graduação não é suficiente, para se destacar é preciso especialização, além de dominar outros idiomas. Existem profissionais no mercado ganhando até cinco mil reais/mês. Se parte para montar o próprio negócio, a remuneração, com certeza vai ser maior”, diz Salete.
Ainda dentro do setor de serviços, a hotelaria também tem um bom mercado, mas esbarra na falta de qualificação dos profissionais. Pouca gente sabe, mas existe um curso de graduação tecnológica, com apenas dois anos de duração, que prepara o aluno para o mercado, para trabalhar como gerente, supervisor de hotéis. A remuneração também varia, assim como acontece com os profissionais de turismo.

Outra profissão que está em ascensão aqui no Rio Grande do Norte é a de chefe de cozinha. O mercado está tão carente que é possível encontrar profissionais ruins porque estão faltando pessoas qualificadas. Esses profissionais têm uma gama de possibilidades no mercado: grandes hotéis, restaurantes, SPA e até hospitais.

“Quando cheguei em Natal, em 1999, eu era o único chefe de cozinha com formação acadêmica na cidade. De uns cinco anos para cá é que começou a mudar, hoje já encontramos uma dúzia de profissionais com formação acadêmica”, conta um dos mais famosos chefes de cozinha de Natal, Arthur Coelho.

Assim como nas outras profissões a remuneração também varia e fica entre R$1.500,00 R$3.500,00. Mas os chefes que vem de fora têm salários bem maiores que esses. Até porque eles são graduados e especializados. Aqui em Natal, já é possível fazer uma graduação tecnológica em gastronomia. “Assim o profissional começa a ter uma base concreta, mas isso não quer dizer que ao término do curso ele já seja chefe, tem que fazer especialização, tem a experiência”, orienta Arthur.

Carreiras tradicionais ainda atraem

Mas para aqueles que preferem as profissões mais tradicionais, o Direito e a Medicina continuam sendo áreas bastante promissoras, apesar de muito concorridas. Para ter uma idéia, o RN possui 13 faculdades de Direito que juntas colocam no mercado cerca de mil bacharéis por ano.

“A carreira jurídica atrai muitos interessados, principalmente por causa dos concursos públicos que oferecem, além da estabilidade, uma boa remuneração”, diz o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no RN, Paulo Teixeira.

Também não é para menos, o salário de um juiz, em início de carreira, varia entre R$15 mil e R$16 mil reais. Já um procurador público ganha um pouco menos, em média R$ 7 mil. “São salários muito bons, mas não é fácil consegui-los, já que os cargos tem uma grande concorrência e as vagas oferecidas não são muitas”, diz Paulo. Na advocacia privada, a remuneração varia, dependendo do profissional, do tempo de trabalho, do prestígio, entre outras coisas.

Mas se por um lado é fácil entrar no curso de Direito devido a quantidade de faculdades, por outro, é bastante complicado conseguir passar no exame da OAB, que é quem habilita o bacharel em direito a exercer a advocacia. Para se ter uma idéia, o índice de aprovação nesse exame é de apenas 30%.

Outra profissão tradicional e que nunca deixa de ser promissora é a Medicina. Basta olhar os números do último vestibular da UFRN, onde a concorrência foi de 16 pessoas para uma única vaga. “Essa é uma realidade típica de algumas cidades do Nordeste como Natal, João Pessoa, Maceió, onde a preferência ainda é pelo tradicional. Mas as pessoas têm que analisar que a realidade de mercado está mudando”, avalia o consultor de carreiras, Raniere Corrêa. Assim como Direito, a remuneração do profissional de Medicina também é atrativa, em média, depois de pelo menos 10 anos de estudos, entre graduação e residência, e outros cinco anos de experiência, o médico ganha em média cinco mil reais. Mas, geralmente quem escolhe a Medicina é por vocação.

“Tem que gostar muito porque não é fácil trabalhar 12,14 e até 24 horas por dia. Sem feriado, domingo,pois ninguém escolhe quando ficar doente e nós temos que está sempre alerta”, conta o cirurgião do aparelho digestivo, Reynaldo Quinino.

Competência e dedicação são fundamentais

Mas quem não se encaixa em nenhuma dessas áreas de atuação, não precisa se desesperar. Uma coisa é unânime entre os especialistas e consultores empresariais: Seja qual for a carreira, da mais promissora a que oferece menor remuneração, se não existir competência e dedicação por parte do profissional, nada vai dar certo.

“O mercado do RN é pobre de pessoas com boa qualificação, em todos os setores. Hoje, o profissional tem que ter três características imprescindíveis: conhecimentos técnicos, através de muita leitura e estudo; habilidade, que é adquirida através dos estágios durante o período da faculdade, e atitude profissional. Sem isso, fica difícil conseguir ir adiante em uma boa carreira”, explica o administrador e consultor de empresas, Flávio Emílio Monteiro.

A graduação é apenas o primeiro passo para ter uma carreira bem sucedida, mas não pode ficar só nisso. “Os profissionais têm que ficar atentos a outros aspectos como apresentação pessoal e aparência”, orienta Raniere.

Para muitos isso pode ser besteira, mas na prática não é bem assim que funciona. Uma boa apresentação conta ponto sim na busca por uma carreira promissora. “Basta se colocar no lugar do empregador, você daria preferência a um profissional que chegou bem arrumado, no casos dos homens de barba feita ou confiaria um cargo importante a alguém que se deu ao trabalho de se apresentar bem cuidado”, diz Corrêa. Um outro ponto importante levantado pelos especialistas, é que todo início de carreira é complicado, por isso é muito difícil chegar numa empresa já com grandes salários. É preciso, pelo menos, uma experiência de cinco anos para chegar a cargos de gerência e diretoria. O mesmo serve para as carreiras como Medicina, Direito e Engenharia.

Retorno financeiro e vocação precisam ser avaliados

Quem pode adivinhar o que se passará no futuro? Aos 17, 18 anos então, é que se imagina milhões de possibilidades de futuro profissional. É aí que está uma das grandes dúvidas e talvez a questão mais difícil do vestibular: “Que curso fazer? Seguir a vocação ou procurar uma profissão rentável?”. O ideal é tentar unir o útil ao agradável, mas nem sempre isso dá certo e os futuros universitários acabam escolhendo uma profissão que possa gerar um maior retorno financeiro.

É cada vez mais freqüente as escolhas baseadas na questão financeira e na disponibilidade do mercado. Enquanto isso, os jovens esquecem de olhar o próprio perfil, suas afinidades. “E acaba não sendo bom porque mais cedo ou mais tarde eles percebem que não era bem aquilo que queriam e vão começar tudo de novo”, explica a psicóloga, Katiuce Gurgel, que desenvolve um trabalho voltado para orientação profissional de jovens.

Um outro problema também é a influência dos pais. Na vontade de querer que o filho seja bem sucedido, muitos pais querem escolher a profissão para o adolescente que não era bem aquilo que ele desejava. E para não despontar os pais que, de uma certa forma, possuem mais experiência, o jovem acaba aceitando a imposição.

“O papel dos pais é orientar e não impor suas vontades. Eles podem procurar informações sobre determinadas profissões, intermediar uma conversa do filho que quer fazer direito, por exemplo, com um amigo advogado. E se mesmo assim não der certo é interessante buscar ajuda profissional”, diz a psicóloga.

Um trabalho de orientação profissional é a melhor saída para aquelas pessoas que ainda estão em dúvida sobre qual carreira seguir. Aqui em Natal, algumas escolas e clínicas particulares oferecem esse tipo de serviço, que através de dinâmicas de grupo, testes psicológicos, discussões sobre as profissões, favorecem o autoconhecimento, informa sobre os cursos, as áreas de atuação, universidades e mercado de trabalho, o que acaba facilitando a escolha profissional dos adolescentes.

A partir dos 15 anos já é interessante começar a introduzir a orientação profissional na rotina do adolescente. Prestar atenção nas habilidades, perceber, por exemplo se tem habilidade para cálculos ou se prefere cuidar de pessoas, ou se interessa por bichos. “A orientação vocacional é um processo de autodescoberta do jovem, que se sente perdido e sem norte. Nós ajudamos esses jovens a encontrar o caminho certo e aquilo que mais parece com eles. Por que adianta ganhar bem e não gostar do que faz? Claro que não!”, explica Katiuce.

Mesmo sabendo disso, muitos preferem arriscar e escolhe determinada profissão só pelo lado financeiro e no meio do curso ou já quando está exercendo a profissão descobrir que não era bem aquilo que queria…. O que fazer?

“Quando sentir vontade de desistir, desista e corra atrás da profissão que combina com você. Isso independente da idade, pode ser um adolescente ou um adulto de 40 anos. O bom é fazer o gosta”, diz a psicóloga.

E é isso que está fazendo Ednor Neto, de 24 anos. Este é o quarto ano consecutivo que ele vai fazer vestibular para o curso de Medicina. Uma vocação que ele só descobriu depois de fazer um ano e meio do curso de Fisioterapia.

Opinião de quem está no mercado

Leonardo Campos (28) – Engenheiro
“Sempre me interessei pela área tecnológica, mas optei pela Engenharia da Computação porque no ano que prestei vestibular novas empresas como Google, Yahoo, a Microsoft estava em plena ascensão e isso chamou muito a minha atenção.

Em 2002 fiz o mestrando também nessa área, mas quando terminei a pós-graduação o mercado não estava mais tão atrativo, foi quando surgiu a oportunidade de fazer o concurso da Petrobras. O detalhe era que não tinha formação específica na área do petróleo, mas como são poucos os profissionais nesse campo de atuação, a Petrobras recruta engenheiros de todas as áreas e oferece qualificação na própria empresa.

Eu, particularmente, estou muito satisfeito com a área que estou atuando. É um campo bastante amplo onde podemos trabalhar desde a perfuração do reservatório, escoamento do  até o processo final de distribuição do petróleo. Também não vou negar que a remuneração, pelo menos na Petrobras, é bastante atrativa, sem contar com a estabilidade e a possibilidade de crescimento do profissional dentro da empresa.”

Arthur Coelho (52) – Chefe de Cozinha
“Hoje a profissão de chefe de cozinha está em franca expansão. Mas há alguns anos não era assim. Digo com propriedade de causa, já que estou há bastante tempo no ramo. No início bastava um curso profissionalizante de cozinho, com duração de seis meses. Hoje já é diferente, temos curso de graduação na área tecnológica, duração de dois anos, e algumas opções de especialização nas mais diversas áreas.

Costumo dizer que a primeira condição de um chefe de cozinha é dar resultados operacionais para o estabelecimento e a segunda, é saber cozinhar. Temos que que ter noção de controle de custos, armazenação de alimento, entre outras atribuição. Fazendo uma analogia, o chefe de cozinha é o maestro e a sua equipe os musicistas dessa orquestra gastronômica.

O campo de atuação também tem crescido bastante, podemos atuar em restaurantes, hotéis, spas e até hospitais. E os salários variam entre R$1.500,00 e R$3.500,00.”

Reynaldo Quinino (31) – Médico
“Desde adolescente, quando comecei a pensar no que queria ser quando crescer, Medicina sempre foi a minha primeira e única opção. A vontade ficou mais forte depois que  minha irmã ingressou no curso e pude acompanhar de perto o dia-a-dia da profissão. E não é nada fácil, a começar pelo tempo de formação. São pelo menos dez anos de estudo até poder atuar como médico. Só de graduação são seis, mas quatro anos de especialização. Sem contar com mestrado, doutorado e cursos de atualizações que precisamos fazer durante toda a carreira.

A carga de trabalho também é pesada. Chego a trabalhar cerca de 12 a 14 horas por dia, sem contar as noites de plantão que aí completam as 24 horas. Para quem está de fora, a Medicina é uma área de glamour, mas não é. É uma profissão de renúncia e de muito amor. Não posso negar que a remuneração é ruim, o médico ganha em média, cinco mil reais por mês, mas há quem ganhe mais.

Não quero desestimular quem pretende exercer a profissão de médico, até porque eu amo o que faço e passaria por tudo novamente, quantas vezes fosse preciso para exercer a Medicina.”

Ticiana Nobre (31) – Juíza
Tenho entre meus familiares, vários exemplos de profissionais na área jurídica, entretanto decidi cursar a faculdade de Direito quando estava concluindo o Ensino Médio. Já na faculdade, tive a chance de passar por vários estágios, em escritórios de advocacia, Ministério Público estadual, Justiça Federal.

Foi a partir dessas experiências que  defini minha vocação, seguir a carreira de magistratura. Mas não foi fácil realizar esse sonho, me preparei bastante. O primeiro concurso que passei foi no Estado da Paraíba, tive que me mudar para lá. Até que surgiu a oportunidade de um novo concurso para o Rio Grande do Norte e voltar a morar aqui.

De fato, a remuneração é muito importante para se definir o campo de trabalho atualmente, entretanto, dela pode até depender o sucesso pessoal, mas nunca o sucesso profissional. Ao contrário do que a opinião pública pensa, o exercício da magistratura é sinônimo de renúncia, muito trabalho e de extrema responsabilidade.

Portanto, acho que ao definir minha profissão consegui conjugar os três fatores: o exemplo que tive em casa, a descoberta da minha vocação e a remuneração.

Luzia Emerenciano (28) – Arquiteta 
Desde os 12, 13 anos já tinha decidido que queria ser arquiteta e o contato com o meu irmão, que também é arquiteto me deu mais certeza de que essa seria a profissão escolhida para a minha vida toda.

No início foi um pouco complicado, como acontece em qualquer outra profissão, mas quem realmente gostas consegue superar os obstáculos. Até porque o nosso campo é bem amplo, podemos trabalhar com projetos arquitetônicos, ambientação, paisagismo, análise e coordenação de projetos, pode seguir a carreira acadêmica ou emprego público também.

Logo que me formei passei cerca de um ano trabalhando em outros escritórios de arquitetura, até que consegui montar o meu escritório junto com mais duas amigas da época de faculdade. Hoje, as coisas estão começando a se estabilizar e melhorar na carreira. Até porque vamos ficando mais conhecidas no mercado e as oportunidades vão começando a aparecer.

Acredito que quando exercemos a profissão por amor, sem ficar preso a questão do dinheiro, conseguimos o sucesso financeiro e o pessoal, que é o que importa.

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