Natal perde, a cada dia, o título de cidade com o ar mais puro entre as capitais brasileiras. O sucessivo crescimento da frota de veículos movidos a combustíveis fósseis é apontado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) como um dos principais fatores responsáveis pela poluição do ar na capital potiguar. Os técnicos da Semurb afirmam que os níveis de poluentes são maiores. O município, no entanto, não dispõe de um único equipamento necessário ao monitoramento da qualidade do ar.
A ausência de uma estação de monitoramento da qualidade do ar, na capital do Estado, ou mesmo de equipamentos para medição de poluentes emitidos pelos veículos faz os técnicos da Semurb trabalharem com base apenas na observação. Faltam dados, pesquisas científicas para dimensionar essa perda de qualidade. A única certeza é que o natalense respira um ar mais “pesado”.
Os veículos movidos a óleo diesel — ônibus, caminhões e alguns utilitários — são os principais vilões, segundo o supervisor de Água, Solo e Ar da Semurb, Jean Leite Tavares. A frota de veículos, especificamente em Natal, cresce quase 5,5% ao ano, segundo dados oficiais do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (Detran/RN). Em 1997, a frota de veículos na capital potiguar era de 141.562 e em dezembro de 2006 era de 216.059 carros.
Os últimos dados estatísticos do Detran, disponibilizados no site do Detran/RN apontava uma frota de 223.687 veículos. Esse total eqüivale a 43,29% da frota do Rio Grande do Norte, de 516.729 carros. Boa parte da frota de veículos com placas de Natal — isso porque há também aqueles com placas de outras cidades que circulam pelas ruas e avenidas da capital — utiliza o óleo diesel (17.084 carros) e a gasolina (147.279 carros) como combustíveis.
Ou seja, 37,78% dos veículos movidos a diesel têm placas de Natal. Em compensação, o número de veículos movidos à gasolina e que também utilizam o Gás Natural Veicular (15.643) é quase igual àquele movidos a diesel. O GNV é, segundo estudos, menos poluente.
A qualidade do ar é um dos principais fatores que contribuem para o aquecimento global. É também um dos principais vetores das partículas que causam doenças respiratórias.
As principais avenidas por onde circula a maioria dos veículos da capital — Senador Salgado Filho, Hermes da Fonseca, Prudente de Morais, Romualdo Galvão e engenheiro Roberto Freire — concentram mais poluição, segundo Jean Tavares. “Caminhar na avenida Roberto Freire, por exemplo, é absolutamente inadequado porque o tráfego de veículos é intenso.
