Qualidade

Após o clássico entre América e ABC, no último domingo (18), a discussão maior girou em torno da baixa qualidade técnica do jogo. Sim, a realidade dura de equipes que disputam a Série D do Campeonato Brasileiro foi apresentada ao vivo, e em cores, para todo o Rio Grande do Norte. É óbvio que, mesmo com esses elencos limitados, os dois clubes poderiam apresentar mais, principalmente o Alvirrubro, que considero ter um elenco mais qualificado. O melhor futebol não veio por uma série de fatores, além do óbvio. O primeiro deles era a pressão por vitória exatamente em cima do time americano. Evaristo Piza vinha de uma derrota inexplicável para o Palmeira de Goinaninha e uma eliminação “normal” diante do Cruzeiro, na qual o time potiguar fez uma apresentação digna. É justo esse jogo diante do clube mineiro que sustenta a minha teoria. Se o time conseguiu se apresentar naquele nível, porque não repetiu contra o ABC? Pressão é uma das respostas. É lógico que uma derrota seria muito mais prejudicial ao América e, conhecendo o nosso futebol, o emprego de Piza estaria ameaçado. Então, mesmo tendo mais time e podendo fazer mais, o Alvirrubro recuou. Aliás, em termos defensivos, o torcedor não pode reclamar. Linhas bem posicionadas e transição defensiva perfeitas não deixaram que o ABC chegasse nem perto do gol de Samuel. Mas não foi só a pressão que diminuiu a possibilidade de um jogo mais propositivo por parte da equipe da Rodrigues Alves. A saída de Wallace Pernambucano desmontou a armação ofensiva. Luan Silva, nem de longe, cumpre o papel do “Tanque”. Em times limitados, grandes jogadores fazem a diferença. O camisa 9 é um desses grandes atletas.

Do lado do ABC, o mais simples é apontar o dedo na direção do técnico Sílvio Criciúma. Mas, nesse caso, a indicação estaria errada, na minha visão. Terminar o jogo com Helitão como centro-avante é sintomático da falta de peças para que o treinador possa executar um trabalho melhor no clube. Na falta de um atacante de área, alto e bom cabeceador o Alvinegro foi com seu camisa 4 para frente. Sobraram trombadas e cabeçadas sem direção. Faltou técnica e conhecimento do cabeceio e posicionamento ofensivo. Falta elenco ao Alvinegro. A saída de Maycon Douglas vai piorar essa situação. O time foi montado com poucos recursos e o fato de estar na Série D não ajuda. Qualquer clube de outra série parece ser mais atrativo que jogar uma quarta divisão. A eliminação na Copa do Nordeste também diminuiu a “vitrine abecedista”, Não há comparação entre jogar no Bahia e ficar por aqui. Por isso, no jogo, o camisa 7 esteve bem sumido. E, assim como escrevi sobre o Alvirrubro, quando me referi a Wallace, o ABC não tinha seu ídolo. Podem até dizer que Wallyson não é mais o mesmo, mas que ele sempre foi decisivo contra o rival, isso pode ter certeza. O “Mago” fez muita falta no jogo para os abecedistas. E claro, para que a qualidade pudesse ganhar alguns pontinhos a mais.

O veterano skatista potiguar Izeli Confessor esperou 35 anos para rolar suas quatro rodas numa pista de alta qualidade. O atleta é um dos muitos frequentadores do novo Skate Park de Natal e todas as tardes faz suas manobras radicais no espaço. O equipamento é o primeiro de Natal e foi construído na praça Henrique Carloni, mais conhecida como a praça do Disco Voador, no Conjunto Ponta Negra. O equipamento público foi recuperado e entregue pela Prefeitura de Natal há poucos dias. A obra é uma ação integrada entre a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) e Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Sel).

Segundo o presidente da Associação Potiguar do Skate, Franklin Medeiros, a pista é adequada para a prática olímpica da modalidade street. “Estamos felizes com essa obra. Além do piso ser de muita qualidade, o parque está bem iluminado e as pessoas podem praticar o esporte depois das 18h. É um bom começo incentivar a prática do skate olímpico”, conta ele. O Skate Park contou com intervenções técnicas na reconstrução de dois antigos obstáculos para a prática do esporte: uma rampa do tipo Funbox, que possui um tubo de aço galvanizado, e outra rapa do Quarter. Foi feita a adequação para o novo piso granilite de alta resistência. Toda a obra teve o acompanhamento da Associação Potiguar de Skate (APS). Foi orçada em R$ 223,7 mil com recursos da Prefeitura de Natal.

Os clubes europeus, cansados de sua organização, parecem que resolveram abrasileirar o futebol por lá. Essa ideia da Superliga nada mais é do que um Campeonato feito para ricos no qual, eles jamais perderão seus lugares ou serão rebaixados. É uma festa fechada com convidados esporádicos que receberão migalhas enquanto eles ficam mais ricos e aumentam ainda mais o abismo do futebol mundial. A FIFA, A UEFA, a Conmebol e outros não são santos, mas dessa vez parecem ter razão. O egoísmo é a marca dessa ideia.