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Quando a viagem vira dor de cabeça

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Andrielle Mendes
repórter

Descanso, com pitadas de tango e boa gastronomia. Foi de olho em atrativos como esses que um grupo de potiguares comprou, ainda em 2011, um pacote de viagens para Buenos Aires, na Argentina. O plano: passar em território portenho o período de Carnaval, em 2012.  Eles não imaginavam, porém, que a excursão renderia uma série de dores de cabeça, desde o embarque, até o retorno, quatro dias depois, a Natal.  Um dos integrantes do grupo, o empresário e presidente do Sindicato das Farmácias do Rio Grande do Norte, Dejalma Lemos, conta que comprou o pacote com cinco meses de antecedência junto com um grupo de 24 amigos e familiares e descobriu minutos antes do embarque que nem todas as passagens haviam sido marcadas. “O grupo, que ia viajar junto também foi dividido em três”, lembra. Reclamações como essa, segundo a Associação de Proteção aos Consumidores (Proteste), são mais comuns do que se imagina, principalmente em períodos como feriados e fim de ano, quando o número de viagens sobe. As queixas envolvem não apenas agências de viagem, mas também sites de compras coletivas, um setor que cresce a passos largos no Brasil e que diariamente envia uma avalanche de e-mails com ofertas tentadoras a um batalhão de consumidores.
Transtornos envolvendo a compra de pacotes turísticos despertam cada vez mais a ira do consumidor
Só no Rio Grande do Norte, o número de queixas envolvendo viagens registrados no Procon Estadual passou de 34, em 2009, para 52 em 2011, um incremento de 53%. Segundo o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça, Procons de 23 estados brasileiros e do Distrito Federal registraram quase nove mil atendimentos referentes a problemas em viagens, no ano passado. Segundo Araken Farias, coordenador do Procon no RN, o número de queixas, apesar de crescente, ainda é pequeno. Os consumidores, segundo ele, dão um jeito de resolver a situação. “Quando retornam, querem esquecer”, analisa.

Insatisfação

 Consumidores insatisfeitos estão espalhados por todo o Brasil. O site Reclame Aqui reúne uma centena deles. Caroline*, de Campinas, por exemplo, comprou passagens num site de compras  coletivas, parcelou a compra em três vezes, e recebeu a primeira fatura (R$ 619,74) duplicada. Andressa, de Belém, comprou uma viagem para Argentina e Uruguai para duas pessoas num outro site. Pagou taxa de embarque (R$ 298) e viagem à Brasília, de onde partiria o voo. O site avisou que a viagem havia sido cancelada dois dias antes do embarque. “Eu ia entrar de férias no dia da viagem, ou seja, não podia cancelar mais minhas férias. O absurdo foi que quando eu ligava para reclamar, nunca davam uma posição nem solucionavam meu problema. Total falta de respeito com o cliente”.

Wilma, do Rio de Janeiro, negociou um pacote de viagens com outra companhia indicada pelo mesmo site de compras. Quando conseguiu finalizar o pedido, soube que a operadora havia cancelado a viagem sem comunicá-la. “Paguei o pacote à vista (R$5.998) há nove meses e até agora (12/02) não recebi o dinheiro de volta. Estou indignada. Acho que vou contratar um advogado”, desabafa.

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