Wilson Barbosa pilotava na BR-101 durante uma entrega quando foi atingido por um veículo que atravessou a pista no sentido contrário depois de perder o controle. A colisão atingiu a lateral da moto e o motoboy não sobreviveu. Morreu ainda no local do acidente, no dia 4 de julho do ano passado. O dia é lembrado pelos antigos companheiros de profissão como se tivesse acontecido ontem. Foi um choque porque o fatal é raro. O último acidente com morte antes de Wilson havia sido há pelo menos dez anos.
Grande parte dos acidentes do Estado envolve motocicletas. O Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RN) registrou 8,5 mil entre janeiro de 2016 e novembro do ano passado, representando 47% dos acidentes no período. O número de óbitos chegou a mais de 629. Os motoboys, entretanto, sentem que na rua estão seguros. “Realmente, tem poucos acidentes conosco. É um por ano, mais ou menos. O do Wilson vai completar um ano daqui a pouco e pegou todo mundo de surpresa”, conta Evandro Rocha, que era colega de Wilson.
#SAIBAMAIS#Três características ajudam os motoboys na rua: a proteção, composta pelo colete com tiras reflexivas, capacete com viseira ou óculos protetores, calçados fechados; o curso de capacitação, espécie de ‘plus’ da autoescola; e a experiência de estar o tempo inteiro nas ruas. “A gente já sabe quando ‘dá para ir’ em uma ultrapassagem ou quando não dá, os trechos perigosos da cidade, os locais com mais buracos”, explica Evandro. A motogirl Jôine Souza afirma que a lei seca também foi um avanço positivo para a segurança no trânsito. “A gente ‘roda’ muito no fim de semana, que era quando tinham muitas pessoas bêbadas no trânsito. A lei seca melhorou isso”, afirma.