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Quase um ano em queda livre!

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Por Marcelo Queiroz
Empresário

Pitágoras, o grande matemático e filósofo grego, dizia que os números governam o mundo. É fato. Eles são capazes de traduzir muito bem quase todas as coisas, em muitos casos melhor que palavras. Por isso, resolvi recorrer aos números, mais uma vez, para trazer aos leitores deste espaço um fotograma do atual momento vivido pelo segmento de Comércio e Serviços do Rio Grande do  Norte, do qual, orgulhosamente, faço parte, como empresário.

Em meados de julho (com o já conhecido atraso em virtude da demora na tabulação dos dados) o IBGE divulgou o balanço das vendas do Comércio Varejista (Ampliado) e dos Serviços em todo o Brasil. Vamos aos números: O comércio potiguar fechou o quinto mês do ano com queda de 11,6% nas vendas, o que redundou em uma retração acumulada de 10,2% para este ano de 2016. No caso dos serviços, a queda em maio foi de 8,1% chegando a -6,2% no acumulado do ano.

Com a retração do comércio em maio, atingimos a preocupante marca de onze meses seguidos de quedas. A última vez em que o varejo potiguar emplacou uma alta de vendas foi em junho de 2015 e, ainda assim, verificamos um aumento ínfimo, de 1,2%. De lá para cá, foi uma descida em queda livre. Chegamos, inclusive, a registrar nestes onze meses as quatro maiores quedas nas vendas da série histórica de apuração, iniciada em 1995. Os recordes negativos foram registrados em dezembro (-14%); janeiro (-12,4%); novembro (-12,3%) e maio (-11,6%).

Outro dado que chama a atenção é que a queda acumulada entre janeiro e maio deste ano (-10,2%) já é bem superior aos 5,9% de retração que registramos ao longo de todo o ano de 2015 que, registre-se, já não foi um ano dos melhores.

O quadro no setor de Serviços não é muito diferente. O percentual de queda registrado em maio foi o terceiro maior da história (neste caso, a apuração começou a ser feita em 2012), sendo que as duas retrações imediatamente superiores foram verificadas, na sequência, em março (-8,2) e abril (-8,5%).

Convém, claro, lembrar algumas coisas, diante desses números. A primeira é que sem vendas, Comércio e Serviços definham e, com eles, fatalmente virá a economia potiguar a reboque. O segundo remete exatamente à importância dos segmentos para a economia do estado.  Juntos, Comércio e Serviços respondem por 48% dos empregos formais do estado, 46% do PIB e 60% da arrecadação de ICMS. Por fim, registre-se que, já em virtude da retração aguda e prolongada nas nossas vendas, fomos obrigados a fechar este ano mais de 15 mil empregos diretos formais, um outro número bem preocupante.

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