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Quebrando as barreiras no futebol

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O caminho entre um sonho e a concretização em forma de realidade, na maioria das vezes, não é uma linha reta. Aos 29 anos, a árbitra potiguar Mariana Regina de Paiva Oliveira atingiu um dos seus objetivos, na última quinta-feira, além de entrar para a história do futebol potiguar. Ela foi a primeira mulher a apitar uma partida de futebol profissional do Campeonato Estadual principal masculino. O jogo aconteceu em Assu, no estádio Edgard Montenegro – Edgarzão entre Assu e Potiguar de Mossoró.
Mariana Regina Oliveira (com a bola) comandou o trio feminino na partida entre ASSU e Potiguar pelo Campeonato Estadual 2020
Mariana Regina Oliveira (com a bola) comandou o trio feminino na partida entre ASSU e Potiguar pelo Campeonato Estadual 2020
Após trilar o apito pela última vez naquela partida, Mariana, que comandou outra duas mulheres assistentes no jogo, Edilene Freire da Silva e Luciana da Silva, é natural de Monte Alegre e disse que foi uma das maiores emoções da vida estar em campo na última quinta-feira.
“Foi uma das maiores emoções da vida ter recebido essa oportunidade de apitar um profissional e só aumentou mais ainda a minha vontade de permanecer na arbitragem”, comentou sobre a experiência.
Segundo a árbitra, as emoções começaram bem antes. “Desde quando saiu a escala a gente postou nas redes sociais, eu e minhas parceiras de arbitragem e, desde então, só recebemos mensagens de apoio e de incentivo”, revelou.
Mariana Regina conta que antes de entrar em campo no estádio Edgarzão houve um momento bastante especial. “Fizemos um instante de concentração e foi um momento único para a gente ali. Agradecemos a Deus, primeiro por estar ali. Quando terminou o jogo a gente até se ajoelhou no campo agradecendo mais ainda e acredito que muitas pessoas, não só a gente ficaram felizes pela nossa estreia. Digo isso porque recebemos muitas mensagens de apoio”, diz.
Segundo a árbitra potiguar, o jogo foi importante, mas, mais que isso, o fato de elas terem passado desapercebido na partida legitima a boa arbitragem do trio. “Eu e as meninas saímos realizadas do jogo”, comemora.
Mariana Regina revela que o gosto por futebol surgiu quando ela ainda era atleta. “Olhe, vou te dizer que entrei nessa muito mais por curiosidade. Comecei a jogar futebol na minha cidade, no meio dos meninos, porque não tinha mulher, depois joguei profissional, representei muito o Rio Grande do Norte fora e o amor pela arbitragem surgiu do desafio, porque comecei a apitar futsal e um amigo, Nildo de Arês, me incentivou a fazer o curso de arbitragem. Na época eu disse: Deus me livre, vou é jogar minha bolinha. Mas resolvi tentar”, relembra.
Ao assumir o seu papel na arbitragem, Mariana Regina percebeu como realmente é desafiadora a profissão. “É uma vida difícil sim, a gente começa a gostar, cada jogo que você vai fazendo se apaixona mais e hoje eu amo a arbitragem. Se eu não amasse já teria desistido, porque, realmente, é um mundo ainda preconceituoso, mas a gente está quebrando essa barreira fazendo um bom trabalho”, desabafa.
Mariana agradece ao Sindicato dos árbitros e a confiança do Coronel Ricardo, responsável pela Comissão de Arbitragem de Futebol no Estado e diz que pretende ir ainda mais longe, exigindo o respeito de atletas em campo e de todos pela árbitras femininas e pela profissão.
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