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Queda nas vendas pode beirar 50%

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Validr Julião – repórter

De um lado, geração de emprego e expectativa de desafogar o trânsito a partir de maio de 2014. De outro, reclamações. Além do transtorno no fluxo de veículos, as obras de mobilidade urbana em Natal, que estão se iniciando no entorno do estádio Arenas das Dunas, acabam afetando o comércio existente ao longo da avenida Prudente de Morais e ruas adjacentes, como a Capitão Mor Gouveia, Romualdo Galvão e Jerônimo Câmara, em Lagoa Nova.

O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Natal, Antonio Augusto de Carvalho Vaz, disse que “o impacto para os comerciantes é inevitável”. E mesmo não tendo os dados sobre o faturamento, que é uma informação interna de cada empresas, ele estima uma queda nas vendas “de algo em torno de 50% a 70% dependendo do tipo do negócio”.
Obras de mobilidade urbana devem incrementar mercado da construção civil nos próximos meses
#SAIBAMAIS#Para começar, em função da instalação do canteiro de obras e da interdição parcial de algumas ruas, a primeira coisa a ocorrer é a redução de vagas de estacionamento para os veículos da clientela. Antonio Augusto Vaz afirma  que além da diminuição do fluxo de clientes,  obras de grande porte, como ocorreu nos anos 90 com as construções dos viadutos do 4º Centenário, na avenida Salgado Filho e da rua Tomaz Landim, em Igapó, na Zona Norte da cidade, terminam provocando o encerramento de algumas atividades comerciais.

“Essa obra da mobilidade deve durar uns oito meses e alguns tipos de negócios não aguentam uma redução de faturamento desse porte, é provável que algumas lojas fechem”, acrescentou ele, para quem o fim da obra também pode ter efeito positivo ou negativo para alguns modelos de negócio: “O futuro é quem vai dizer se as obras, da forma que aconteceram, se vai ficar ruim ou melhor para todo mundo”, disse ele. 

Vaz ainda citou que os transtornos como a dificuldade de locomoção das pessoas , mesmo que as intervenções “não tornem totalmente inacessíveis os acessos” às lojas e ruas em volta do estádio que está sendo construído para a Copa do Mundo de 2014. Além da redução da malha viária, Vaz afirmou que outro problema “é o medo do engarramento”, que termina levando às pessoas a evitarem às áreas próximas ao estádio.
Interesse coletivo

O presidente da Federação do Comércio do Rio Grande do Norte (Fecomércio), Marcelo Queiroz, disse que toda obra de grande porte, como é a construção do estádio Arena das Dunas, do túnel de drenagem de águas pluviais e a partir de agora, do complexo de túneis e viadutos ao longo da avenida Prudente de Morais e do binário  nas avenidas  Mor Gouveia e Jerônimo Câmara, “sempre vão trazer transtornos para alguém”, sobretudo em uma cidade média ou grande, como Natal.

“Mas, o mais importante é que além do benefício propriamente dito, fica o benefício final, nesse caso, em forma de melhoria no fluxo do trânsito da cidade”, acrescentou Marcelo Queiroz. Para ele, o interesse coletivo deve prevalecer sobre questões individuais: “É inegável que alguns comerciantes serão extremamente prejudicados, porque muitos deles terão de fechar as portas durante o período de obras e alguns até mesmo de forma definitiva, já que com as obras prontas, o funcionamento das lojas ficará inviabilizado”.

Incremento

Queiroz declarou, ainda, que a Fecomércio posicionou-se junto à prefeitura e às empreiteiras que vão realizar as obras, no sentido de que os impactos negativos para as lojas sejam minimizados antes, durante e depois das obras. De qualquer modo, Queiroz disse que em um estado  pequeno como o Rio Grande do  Norte, de economia limitada, esse tipo de investimento “é fundamental para girar a economia, emprego e renda, criando-se um círculo virtuoso”.

As duas obras juntas – de mobilidade urbana e o túnel de drenagem das águas pluviais para o rio Potengi, reforçou ele, somam cerca de 348 milhões: “As vendas do comércio vêm registrando percentuais surpreendentes de evolução nos últimos meses e não tenho dúvidas de que parte desse  movimento se deve à retomada dos investimentos públicos”.

Segundo a Fecomércio, de maio a agosto de 2013 a média mensal de incremento das vendas ficou acima de 7% no Estado em comparação ao mesmo período do  ano passado. Entre agosto e setembro o saldo de novas vagas no mercado de trabalho do comércio foi de 1.606 e 1.597 empregos, respectivamente.

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