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Queimando a largada

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Lydia Medeiros

A sucessão presidencial avança nos bastidores de partidos fragmentados e torna mais difícil a tarefa de Geraldo Alckmin de consolidar sua candidatura. Ontem, em São Paulo, ele se desdobrava para reforçar seu poder no PSDB local, em (ainda) discreta aliança nacional com o PMDB de Temer. O problema mais imediato é manter unidos antigos aliados que disputam, aberta ou veladamente, a vaga de candidato tucano ao governo paulista: o senador José Serra, o prefeito João Doria, o secretário Floriano Pesaro e o cientista político Luiz Felipe d’Ávila. A partir de abril, o vice-governador Márcio França substituirá Alckmin, e já negocia apoios para continuar no cargo. O problema do tucano só aumenta com as tentativas de Carlos Siqueira, presidente do PSB, de convencer Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF no mensalão, a candidatar-se à Presidência pelo partido. Apesar do apoio de França a Alckmin, a cúpula do PSB reluta em segui-lo. Sem resolver a própria sucessão, Alckmin larga mal na corrida ao Planalto.

Correndo por fora
Enquanto Alckmin se ocupa das questões locais, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (foto), do DEM, faz campanha, na tentativa de ser o representante do chamado centro na disputa presidencial. Nas últimas 48 horas posou na sede da ONU, em Nova York, e depois em Washington. Semana que vem, seu palco será o Palácio do Planalto, quando vai substituir Michel Temer, que irá ao Fórum de Davos, na Suíça. E o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) prossegue em esforços para se tornar eleitoralmente viável. Candidato que chegar a abril ou maio com cerca de 15% nas pesquisas, dizem os especialistas, poderá comemorar e começar a batalhar por uma vaga no segundo turno.

Rumo ao Salão Azul
A bancada evangélica quer levar às urnas para a eleição ao Senado pastores e cantores gospel com popularidade em rádio e TV. A meta é aumentar a bancada de senadores dos atuais três para 15 representantes. Uma das apostas é o cantor André Valadão, que tem sido estimulado a tentar uma cadeira por Minas Gerais. Ele ainda não se decidiu sobre entrar na carreira política. Na Bahia, o deputado federal Irmão Lázaro, também cantor, deve tentar o Senado. Já no Rio de Janeiro, a ideia é aproveitar a projeção de Jair Bolsonaro para lançar ao Senado o filho Flávio Bolsonaro, hoje deputado estadual.

Empurrãozinho
Para defender a candidatura de Cesar Maia ao governo do Rio de Janeiro, o DEM calcula chegar às eleições com 60% do tempo da propaganda de rádio e TV. Na chapa, espera ter a companhia de PMDB, PSDB e PP, além de partidos menores. Na última reunião com aliados, o ex-prefeito e hoje vereador cobrou empenho extra. Lembrou que, aos 72 anos, já não tem disposição para fazer campanha da manhã à madrugada. Cesar só confirmará a candidatura depois de avaliar pesquisas eleitorais entre março e abril. Quer ter certeza de que tem chances.

Efeito colateral
O DEM espera ser o principal beneficiado com a derrocada do PMDB no Rio de Janeiro. Quer dobrar a bancada federal, hoje com quatro deputados. Além de contar com a visibilidade de um candidato ao governo, Cesar Maia, a aposta é atrair prefeitos e, no pacote, vereadores e deputados estaduais. Pelo menos cinco prefeitos negociam filiar-se ao partido na convenção estadual, em março.

Siga o chefe
Com a arrecadação de fundos em baixa e as férias de janeiro favorecendo a desmobilização dos militantes, o Instituto Lula assumiu a linha de frente da defesa do ex-presidente. Se antes já foi discreto e evitou misturar-se publicamente ao PT, agora articula as ações dos principais líderes e movimentos sociais, além de dar o tom do conteúdo das redes sociais. O próprio Lula tem distribuído instruções a todos.

Compliance
Empresas baianas envolvidas na Lava Jato tentam negociar um acordo de leniência com o TCU em condições aparentemente mais vantajosas que os concorrentes.

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