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Rafael Ramalho: ”Em grandes clubes tem muito interesse envolvido”

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O Globo decidiu, pouco mais de um mês antes do início do Campeonato Estadual Sub-19 deste ano, iniciar uma parceria com empresários para comandar a categoria de base do clube de Ceará-Mirim. A opção da Águia tem relação com a necessidade de profissionalização dessa área nos clubes de futebol.
A formação de atletas, segundo a maioria dos dirigentes de clubes tradicionais, é dispendiosa e a Lei Pelé acaba favorecendo o surgimento de empresários que tiram os atletas, formados pelo clube, sem que as instituições consigam recuperar os valores investidos. Além disso, nem todos os atletas que ingressam nas bases acabam sendo aproveitados nas equipes de cima.
Investidor que assumiu a categoria de base do Globo afirma que em clubes maiores existe uma disputa interna que prejudica o desenvolvimento
Investidor que assumiu a categoria de base do Globo afirma que em clubes maiores existe uma disputa interna que prejudica o desenvolvimento

Apesar disso, a revelação de talentos continua sendo uma das principais fontes de renda para a maioria dos clubes, além de ser responsável pelo surgimento de atletas que, com custo mais baixo, formam as equipes com baixo poder de investimento.
A Tribuna do Norte/Rádio Globo Natal conversou com o investidor de futebol e ex-atleta Rafael Ramalho que assumiu o desafio de comandar as bases do Globo. Ele acredita que o investimento dará retorno, mas não espera que os resultados sejam obtidos de imediato.

O que esperar desse Campeonato Estadual?
A expectativa é boa, apesar de saber que o planejamento não foi o ideal, por estarmos há apenas um mês à frente da base do Globo. Em se tratando de futebol de base tem que ter muita paciência, tem que saber que o planejamento é bem a longo prazo. Se você fala de futebol de base, o ideal seria começar com atletas desde os 13 anos, até o sub-15, sub-17, sub-19, aí sim para você ter um desenvolvimento tanto da parte técnica e implantar também uma filosofia de desenvolvimento humano, porque não basta você ter uma técnica apurada e chegar lá na frente você não conseguir administrar o que você vem conquistando ao longo do tempo na sua carreira futebolística.

Qual o objetivo principal da base do Globo?
Estamos entrando na competição para disputar a vaga na Copa São Paulo, que a partir daí é onde se fazem os negócios. O objetivo principal é essa vaga. O Rio Grande do Norte pode ter até três vagas, dependendo da Federação Paulista de Futebol.

Como foi a escolha da comissão técnica?
Estou muito satisfeito com o trabalho que está sendo realizado pelo técnico Sérgio Lira, que é um grande amigo, antes de qualquer coisa é uma pessoa do bem, que vem trabalhando com o futebol há muito tempo, tem total confiança minha e dos atletas. Estamos num grupo muito bem fechado, todos trabalhando com o mesmo objetivo. Essa escolha não poderia ser outra. Como falei, não basta a gente ter só o desenvolvimento técnico, tem que ter o desenvolvimento dos atletas também na questão pessoal e Sérgio, acima de tudo é um educador.

Qual a estrutura do Globo hoje e existe um percentual de expectativa de acerto?
Estamos trabalhando com 30 atletas, sabemos que é um pouco inchado, mas conseguimos trabalhar com três grupos de atividades e dar rotatividade para esse pessoal. Sabemos que o Campeonato é curto, mas são seis substituições por partida e por isso temos que ter um elenco muito fechado e de qualidade. Sobre o percentual não tenho esse percentual exato porque é difícil mensurar por conta de lesões de atletas, desenvolvimento precoce, mas trabalhamos com o futebol como negócio acima de tudo.

Por que nos grandes clubes é tão difícil o negócio categoria de base dar certo?
Diria que muito por causa dos interesses. Você partindo de clubes como o Santa Cruz de Natal e a gente são menos interessados. Vamos dizer assim, são pessoas que, como a gente lá no Globo temos um único dono que é Marcone Barretto, que nos dá total apoio, disponibiliza a estrutura para que a gente possa fazer o que precisa. Em grandes clubes tem muito interesse envolvido, é muita gente mandando e isso causa um certo desgaste e dificuldade.

A transparência no negócio poderia ajudar nisso?
Sem dúvida alguma. Eu sempre bato na tecla que o bom negócio é aquele que é bom para os dois lados. Todos falam isso, mas na hora do vamos ver, cada um olha para seu próprio umbigo. Fica mais fácil de fazer o negócio. Coloca-se na mesa o que está sendo investido, que percentual queremos receber e fica tudo muito claro para todo mundo.

Como funciona o trabalho com os atletas?
Temos 30 atletas como disse antes, temos 20 garotos alojados no clube, 10 moram em Natal ou próximo, mas aí disponibilizamos a condição de transporte através de uma boa logística que aproveitam as linhas de trem e da estação um ônibus leva e traz todos com um custo baixíssimo. Acertamos os horários de treino de acordo com os horários de transporte, até para que não haja atrasos ou faltas, coisa que eu não admito. Com relação a alimentação disponibilizamos cinco refeições por dia, as três principais e os lanches. É uma questão que priorizamos inclusive com suplementação, descanso e todo o corpo médico e de fisioterapia. Trabalhamos com a mesma equipe que trabalha para o profissional, com o apoio e troca de informações com o professor Higor César.
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