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Rede privada inicia processo de fechamento de leitos para covid-19

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Na rede privada de atenção à saúde do Rio Grande do Norte, os hospitais já começam a apresentar uma queda nos pedidos para internação que resultaram na desmobilização de leitos clínicos. Entre os dias 17 e 26 de junho, de acordo com dados do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap/RN), 65 leitos clínicos foram desmobilizados na rede. O fato da queda na demanda ter iniciado no setor privado, que atende principalmente as classes com acesso a planos de saúde, é reflexo do fato de que a epidemia começou entre essas classes, trazida de países da Europa e dos Estados Unidos, como explicou o epidemiologista Ion de Andrade. 
Especialista que atua no Comitê Científico da Sesap/RN, Ion de Andrade, sugere que leitos sejam usados para desafogar as filas
#SAIBAMAIS#“É bom lembrar que a epidemia chegou nos setores médios, que têm acesso aos hospitais privados, então era de se esperar que essa epidemia começasse a ir embora também nesses setores, e é isso que estamos constatando. Isso também anuncia que, dentro de alguns dias, o mesmo processo deve acontecer no setor público. Nas UPAs já começou a haver diminuição da demanda”, disse o médico.
Apesar dos números positivos, o epidemiologista vê com preocupação o desmonte dos leitos clínicos na rede privada, enquanto a rede pública ainda conta com uma fila de pacientes que aguardam por leitos críticos e clínicos no Estado. “O fato dos hospitais privados terem desmobilizado 65 leitos abre oportunidade para que esses leitos possam ser usados pelas filas que ainda existem nas UPAs, porque apesar do movimento ter diminuído, há pacientes que ainda aguardam na fila. Portanto, a sugestão é que esses leitos possam ser utilizados por agora para esvaziar filas”, sugeriu Andrade.
Para ele, os leitos privados devem continuar em funcionamento para atender à demanda reprimida, enquanto o Estado finaliza os trâmites para abertura dos outros leitos que ainda estão previstos para a rede pública do Estado. “Seria uma espécie de ponte para dar assistência correta aos que estão na fila enquanto o Estado finaliza os detalhes para abertura dos novos leitos”, comentou o especialista.
Outro ponto observado pelo epidemiologista é que os leitos podem ser necessários caso haja uma segunda onda de contaminações, algo que já aconteceu durante os processos de reabertura das atividades econômicas em outros Estados brasileiros e países que enfrentaram a epidemia. “Não se pode simplesmente desmobilizar esse leitos, porque na volta à normalidade, muitos Estados e países precisaram reabrir leitos para internamentos, então tudo precisa ser feito com muito cuidado. Estamos tendo algumas vitórias importantes, mas isso não elimina a epidemia do cenário de doenças que ameaçam a integridade da sociedade”, afirmou Ion de Andrade.
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