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Redinha perde moradores e turistas

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Aura Mazda
Repórter

Quem observa o bairro da Redinha de cima da ponte Newton Navarro – situado parte na zona Norte de Natal e outra em Extremoz – cercado por dunas e mar de águas quentes,  não imagina a sensação de insegurança dos moradores e veranistas do local. Paralela à questão da falta de segurança, a ausência de infraestrutura é notada desde iluminação pública escassa em avenidas principais, até a insuficiência de saneamento básico. Reflexo dos problemas, a desvalorização imobiliária torna ainda mais rara a presença de pessoas no local durante a baixa e até a alta estação.

Aos poucos, as casas com muro baixo, típicas de lugares tranquilos, vão perdendo espaço na paisagem.  A reportagem da TRIBUNA DO NORTE percorreu ruas e avenidas do bairro, em diversas casos, é possível ver as placas de “vende” ou “aluga” em boa parte delas. Moradores e comerciantes reclamam da falta de policiamento e relatam episódios de violência. A criminalidade, antes quase restrita à comunidade da África, na Redinha, se expandiu para as demais regiões do bairro. A briga de facções é apontada pela Polícia Civil como o maior fator de insegurança do local.

Na Redinha Nova, a falta de pavimentação e de drenagem na rua Merluza causam problemas de alagamentos, que dificultam o trânsito (Foto: Adriano Abreu)
Na Redinha Nova, a falta de pavimentação e de drenagem na rua Merluza causam problemas de alagamentos, que dificultam o trânsito (Fotos: Adriano Abreu)

#SAIBAMAIS#O presidente da  Sindicato de Habitação do RN (Secovi-RN), Renato Gomes Netto, analisa que a estagnação imobiliária da região é visível. Segundo Renato, existia uma perceptiva do setor que com a inauguração da Ponte Newton Navarro, possibilitando a facilidade de acessos à Redinha, houvesse uma expansão dos negócios na região, o que não aconteceu. A falta de investimentos pelo poder público na região concomitante à crise econômica são os fatores apontados pelo presidente do Secovi para a desvalorização da região.

“Falta por parte do poder público um maior investimento na estrutura de trânsito, iluminação,  segurança, que é latente em todos os locais da capital, mas aquela região sofreu mais. Saneamento e drenagem, que também são importantes, quase não existem. Esses dias passei pela avenida Litorânea, que corta a Redinha, e observei diversas casas para alugar ou vender. Falta um programa de incentivo para ocupar, como moradia e área de interesse turístico”, disse Renato Gomes,

A Redinha Nova, que pertence ao município de Extremoz, possui aspecto fantasma. Pouca gente circula pelas ruas sem calçadas e a maioria não é pavimentada. Em cada via, é possível encontrar terreno sujo e sem demarcação alguma. O cenário é completado por cavalos e toda ordem de animais passeiam pelas ruas que levam nomes de peixes e praias do Rio Grande do Norte. Segundo os moradores, também há problemas de iluminação pública. Por isso, eles mesmos colocam as lâmpadas nos postes.

Algumas casas terminam invadidas por areia deslocada da praia (Foto: Adriano Abreu)
Algumas casas terminam invadidas por areia deslocada da praia

O aposentado José Augusto Dantas, 61 anos, reclama da insegurança do bairro, e pede investimentos básicos como iluminação nas ruas. Morador da Redinha Nova, ele teve a casa arrombada em maio passado. “Levei as gravações das câmeras de segurança para a polícia, mas até agora ninguém foi preso. Aqui a polícia fica em frente ao aquário de Natal durante o dia por causa dos turistas, fora isso é difícil ver policiamento”, disse o morador.

A comerciante Marília Rocha relatou episódios em que a conveniência em que trabalha foi alvo da ação de bandidos. “Durante a madrugada eles arrombaram aqui e elevaram tudo. A resposta que a polícia me deu foi para colocar mais grades e cadeados. Nessa época as coisas estão mais calmas porque mataram um dos bandidos que comandava uma facção, mas daqui a pouco volta tudo de novo”, disse Marília. Ela afirmou que nos finais de semana é comum ver paredões de som nas ruas e casas da Redinha Nova. “A polícia vem as vezes, mas eles aumentam de novo. É um inferno, ninguém dorme”, disse a comerciante.

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