sábado, 20 de abril, 2024
25.1 C
Natal
sábado, 20 de abril, 2024

Refinaria do RN corre risco, diz Sipetro

- Publicidade -

Hudson Helder e Sara Vasconcelos
Chefe de reportagem e Repórter

A refinaria Clara Camarão, em Guamaré, no Rio Grande do Norte, poderá deixar de ser considerada unidade de refino e perder investimentos importantes para ampliação da capacidade de processamento, previstos no Plano de Refino Nacional.  Foi o que alertou o presidente do Sindicato das Empresas do Setor Energético do Estado (SEERN) e membro do Conselho Fiscal do Sindicato das Empresas do Setor de Petróleo, Gás e Combustíveis do RN (Sipetro/RN), Jean-Paul Prates, em nota publicada ontem e em entrevista à TRIBUNA DO NORTE.
Imagem mostra a refinaria potiguar em 2009, quando foi oficialmente inaugurada em Guamaré
#SAIBAMAIS#Segundo Prates, há possibilidade de mudança de diretoria a que a refinaria é vinculada – de Refino e Gás Natural da Petrobras para a Diretoria de Exploração e Produção – o que acarretaria eventuais prejuízos. A reportagem procurou a Petrobras para que comentasse o assunto, mas a estatal não disponibilizou porta-voz, nem confirmou ou negou as informações até o fechamento desta edição.

Recentemente, a refinaria potiguar recebeu autorização para ampliação de sua capacidade de processamento para 45 mil barris por dia, o que viabilizaria o refino de aproximadamente 80% da produção no Rio Grande do Norte – ultrapassando a capacidade de processamento da Refinaria de Manaus.

 Segundo Prates, a definição da mudança de diretoria é prevista para o dia 1º de julho. “Estou colocando, por enquanto como possibilidade, porque ainda não foi decidido oficialmente, e nem vai ser, pois teriam decidido lá como fato consumado para evitar  a mobilização política. A estratégia é fazer e dar o anúncio e acabou”, disse. “Não tem sentido ter uma refinaria debaixo da Exploração e Produção quando há uma diretoria de refino”, acrescenta.

Consequências
A mudança de diretoria pode implicar no não recebimento de investimentos no médio e longo prazo. “Essa é a principal discussão”, alerta Prates. Na prática, ela deixaria de ser refinaria,  administrada por especialistas de refino e sairia do planejamento de   investimentos futuros — como expansões, ampliações e aprimoramentos – ao deixar de  constar do Plano Estratégico de Refino Nacional, renovado anualmente, para cinco e  dez anos à frente.

E voltaria a ser uma unidade a mais da Exploração e Produção –  unidade de separação de óleo e água, ou estação de bombeio de petróleo. “Ela deixa de existir para eles [Petrobras], deixa de ser gerida por especialistas em refino e de fazer parte do Plano, ela passa a ficar “congelada” nos seus investimentos futuros e, provavelmente, vai regredir”, explica Prates. “Perde a importância de um ativo de refino. É extremamente grave”, diz.

Não há, no país, caso semelhante com outras unidades da Petrobras, denuncia o presidente do Sipetro.  A refinaria tem recebido investimentos proporcionais e inteligentes, segundo ele, “sem denúncia de falcatrua e superfaturamento”. E mesmo de pequeno porte tem dada lucro à Petrobras, sendo considerada, durante os três primeiros anos de operação — 2009, 2010 e 2011 — a refinaria mais rentável.

“Ela não foi objeto de nenhuma investigação, pelo menos de grande porte, e agora vai pagar o pato, como se  fosse economizar muito dinheiro para demover uma unidade da posição de refinaria para uma posição que não sabemos nem o que vai ser”, afirma. Ou poderá ainda ser gradativamente desmobilizada, o que seria a “maior perda dos últimos 50 anos”. Ele lembra que isso compromete a perfuração terrestre futura.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas