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Refugiados chegam ao Brasil cheios de esperança

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AÇÃO - Com uma bola verde-amarela na mão, garoto palestino brinca ao desembarcar no aeroporto de Cumbica

São Paulo (AE) – “Olá, como vai?” Com uma saudação em português, ainda com  dificuldades, um dos 35 refugiados palestinos que desembarcaram  ontem  em Guarulhos cumprimentou a imprensa. Mesmo depois das 34 horas de viagem, desde  que deixaram o campo de Ruweished, a 70 km da fronteira entre o Iraque e a Jordânia,  o grupo demonstrou bastante expectativa ao chegar ao país.

Os primeiros refugiados palestinos, dos 117 que serão trazidos para o País pelo  Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), chegaram às 5h30 da manhã  desta sexta-feira. Apesar do cansado, os rostos não escondiam a felicidade em  recomeçar uma fase. O primeiro a desembarcar com a família foi um menino, que trazia duas bolas  de futebol verde e amarela nas mãos.

O motorista Ibrahim Said Attia, agradeceu  o governo brasileiro por recebê-los e contou que pretende viver no País para  sempre com a família. Ibrahim nasceu em 1954 em Bagdá. Iraquiano, filho de um refugiado palestino,  veio com a mulher e uma filha. Ele relatou que tem planos de começar a trabalhar  e também ajudar a esposa, que tem problemas de coração. “Passamos tempos muito difíceis no acampamento”, disse o refugiado, que ainda  contou que não vê o filho há mais de 4 anos. O menino está em um campo de refugiados  no Iraque, provavelmente sem comida e sem água, lamenta.

Durante quatro anos, o grupo enfrentou as temperaturas extremas do verão e do  inverno no deserto da Jordânia, vivendo em tendas. Todos os palestinos fugiram  do Iraque – a maioria de Bagdá – pouco após a invasão americana, em 2003, quando  milícias xiitas passaram a perseguir e matar palestinos. Segundo o oficial de proteção da Acnur, José Francisco Sieber, o aluguel das casas serão bancados pelos próximos dois anos pela comunidade  internacional.

Palestinos gaúchos dão boas-vindas

Porto Alegre (AE) – Dez palestinos desembarcaram ontem à tarde no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre e foram recebidos pelo presidente do Centro Cultural Palestino do Rio Grande do Sul, Nader Baja, que levou um cartaz com a inscrição “Bem-vindos!” em árabe, inglês e português. Baja não pôde ter contato com o grupo no desembarque, pois os palestinos foram levados, de ônibus, ao terminal antigo de passageiros do aeroporto, longe da imprensa que aguardava a chegada.

Os palestinos serão recepcionados no domingo com um jantar em Sapucaia do Sul, a 25 quilômetros da capital. “Temos um desejo enorme de vê-los adaptados à vida gaúcha”, disse Baja, descendente de palestinos que estão há 50 anos no Brasil e nascido em Dom Pedrito (RS). “Tenho origem palestina e o dever de estar solidário com eles”, explicou.

A comunidade palestina no Rio Grande do Sul representa aproximadamente um terço dos 40 mil que vivem no Brasil, estimou Baja, e está presente nas principais cidades, incluindo Porto Alegre e municípios de fronteira como Uruguaiana e Chuí. Uma das mulheres teria se sentido mal durante a viagem e recebido atendimento após o desembarque.

O grupo já teve seu pedido de refúgio no Brasil deferido. Conforme a PF, os órgãos envolvidos no atendimento aos refugiados pediram que o esquema de desembarque preservasse o grupo do acesso da imprensa.  No Estado, a organização não-governamental Associação Antônio Vieira será responsável pela acolhida. Eles fazem parte de um grupo de 117 palestinos que devem ser trazidos ao Brasil pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur).

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